Um ato em São Paulo (SP), nesta quinta-feira (19), marcou o lançamento do 6º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, que ocorrerá em junho e será precedido de etapas municipais e estaduais entre abril e maio. Falando para uma plateia composta por dirigentes do partido e de movimentos sociais, parlamentares e militantes de todo o Brasil, o ex-presidente Lula convocou a militância à unidade e à luta contra o governo golpista e pela reconstrução da imagem da legenda.
“Eu trabalho com a ideia de que 2017 é o ano para recuperarmos a imagem do PT. Eu quero me dedicar de corpo e alma a reconstruir, no bom sentido, e a limpar a imagem desse partido”, disse Lula, que desafiou a direita a questionar o legado petista à frente do governo.
“Esse partido tem muito mais virtudes do que defeito. Nós não fizemos tudo [no governo], mas ninguém fez mais do que nós”, afirmou.
Segundo Lula, o PT sofreu com um golpe que é resultado de uma concertação das elites brasileiras. “Eles construíram um pacto, talvez o mais importante pacto que a elite brasileira já fez”, ressaltou.
O ex-presidente também criticou o atual bloco de poder que comanda o Executivo, referindo-se sempre ao “governo golpista” de Michel Temer e da direita. “Quando eu vejo eles destruírem a Petrobras que nós fizemos (...) eu acho que estamos retrocedendo ao longo da história. E nós temos que brigar agora”, avalia Lula, que abordou bastante o debate econômico.
“Se quisermos resolver o problema da economia, temos que voltar a incluir os pobres no orçamento da união. Eles estão tentando resolver a economia fazendo um ajuste em cima de quem não merece ajuste, que é o povo pobre e trabalhador deste país”, argumentou Lula, revelando ainda que tem divergências com alguns economistas petistas.
As distorções no uso da bandeira do combate à corrupção foi outro assunto tratado na fala de Lula. “Não dá para em nome de combater a corrupção, você quebrar o país e a economia brasileira. Se tem um partido que batalhou pelo combate à corrupção, esse partido se chama Partido dos Trabalhadores e eu tenho muito orgulho disso”, declarou.
O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), participou do ato e, além de saudar a militância pela realização do Congresso, defendeu a candidatura de Lula à presidência em 2018. “Vamos fazer esse Congresso para fazer um balanço dos nossos 13 anos de governo, mas ao mesmo tempo erguer o partido para enfrentar as lutas que temos pela frente e, principalmente, para voltar ao País a democracia e para, de novo, ocuparmos o Palácio do Planalto, dar direção para esse País e construirmos um país justo, democrático e soberano, elegendo o presidente Lula em 2018 ou antes disso”, conclamou Zarattini.
“Esse partido é um instrumento de luta do povo brasileiro que está enraizado em todos os cantos do País. Essa força nos permitiu ganhar quatro eleições e começar um processo de emancipação social e soberania nacional. Esse nosso partido provou que a democracia é o melhor caminho para a emancipação do Brasil”, destacou o líder.
O vídeo completo do ato está disponível no Facebook da Fundação Perseu Abramo:
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Rogério Tomaz Jr.
Foto: Paulo Pinto/Agência PT