segunda-feira, 28 de março de 2011

Por que os preços em São Paulo estão cada vez mais altos?

Uma série de fatores faz a capital ser cara demais, da economia aquecida ao aumento da renda e a busca por status de luxo

Até o jornal americano The New York Times reparou, em reportagem publicada na semana passada, o que faz São Paulo ser São Paulo - os prédios, os congestionamentos, a chuva, a vida noturna e, mais recentemente, os "preços exorbitantes". Seja para um turista estrangeiro ou para um morador de qualquer bairro da capital paulista, a cidade está cara demais. É o preço do café, do táxi, da tarifa do ônibus, dos eletrônicos, do jantar, do apartamento... Um problema com muitas razões e poucas soluções. 

São Paulo é atualmente a cidade mais cara das Américas, de acordo com a Pesquisa Global Mercer do Custo de Vida. Frequentar uma academia de ginástica na capital paulista sai pelo dobro do preço cobrado em Londres, enquanto jantar em um restaurante estrelado por aqui é mais salgado que um similar em Paris. Tradicionalmente, a carga tributária é sempre uma das principais vilãs - o peso dos impostos sobre cada contribuinte subiu de R$ 1.732,89, em 2002, para R$ 2.268,75 no ano passado. Além disso, há uma série de outros fatores, do aquecimento da economia ao aumento da renda da população e a entrada de uma nova massa de consumidores no mercado.

Ainda há em São Paulo um custo particular, o "custo paulistano": cobra-se mais para conferir um aspecto de luxo ao produto ou ao lugar. "É um custo de status. Você pode colocar um preço alto, cobrar R$ 500 por um ingresso de show, R$ 25 pelo cinema, R$ 200 por um jantar, e vai ter gente para pagar essa conta, porque o mercado está aquecido e porque o paulistano paga aquilo quase como símbolo de ostentação", diz o economista Gustavo Fabron, que trabalha com tendências de mercado para empresas estrangeiras que abrem filiais em São Paulo. "Essas indulgências custam até 250% a mais do que em outras capitais brasileiras e fazem os preços aqui ficarem absurdos." 

Veja a ilustração no Infográfico

*Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110321/not_imp694838,0.php

Culpados até que provem o contrário - uma triste página da justiça brasileira

Como é possível em pleno século XXI ainda vermos casos como esses descritos abaixo. Pessoas comuns presas por uma polícia e uma justiça que pouco se importam com a vida! Defender os direitos humanos é protestar contra essa situação, onde inocentes ou aqueles que já cumpriram suas penas continuam mofando nas prisões. Será que essa política dos tucanos de encarceramento do povo pobre é solução contra a violência? Ou será mais um reprodutor de violência? Está mais do que na hora de protestarmos contra esses absurdos.

Culpados até que provem o contrário

Como uma pessoa sem antecedente criminal acaba presa com base em um só - e controverso - depoimento; para especialista, Lei de Drogas criou excessos

27 de março de 2011 | 0h 00

Bruno Paes Manso - O Estado de S.Paulo

Vestido todo de branco, Wagner Lopes de Oliveira foi batizado há nove anos nas águas de uma piscina da Assembleia de Deus, de onde saiu praticante fiel. Seis anos depois, quando o sogro sofreu um derrame, foi ele quem se ofereceu para dar comida e trocar as fraldas do doente até que morresse. Há dois anos, foi a vez do pai. Para ajudar nos cuidados do derrame, voltou a morar com a mãe, levando a mulher e a filha de 3 anos.
Hélvio Romero/AE
Hélvio Romero/AE

Família Souza. Jovem foi presa ao ir à delegacia; para parentes, o comparecimento ao DP e o fato de ter a casa inundada no mesmo dia já serviriam como prova para que não fosse detida.
O trabalhador admirado pelo patrão, respeitado pelos vizinhos em Cocaia do Alto, bairro onde mora na cidade de Cotia, em São Paulo, sete anos atuando como soldador na mesma empresa, 29 anos e nenhuma passagem pela polícia, foi parado em uma blitz no Natal do ano passado. Desprevenido, ingressava na primeira etapa do processo industrial paulista de colocar gente na prisão.

Atualmente, há 170.916 presos no sistema penitenciário estadual. Considerando os familiares dos detentos, pode-se dizer que mais de 1 milhão em São Paulo gravitam em torno da rotina penitenciária. Se ninguém duvida da importância das prisões, que segundo analistas ajudam a explicar a queda nos índices criminais do Estado, o problema ocorre quando se perde o controle dos efeitos colaterais produzidos pelo sistema, resultados de um processo cheio de defeitos e com grande potencial para injustiças. 

Preso há três meses, acusado de tráfico, com perspectivas de continuar o restante do ano no Centro de Detenção Provisória de Itapecerica da Serra, Wagner foi parar atrás das grades a partir de um único depoimento que o incrimina. No Natal, depois de participar de um churrasco na casa da irmã, ele se ofereceu para dar carona a quatro amigos. Deixou dois em casa e parou na praça do bairro. Três meninas - uma delas havia sido inquilina na casa dos fundos da família - pediram carona. Iam para uma festa. No caminho, foram parados em uma blitze da Polícia Militar. 

Uma das meninas tinha 17 pedras de crack e 5,8 gramas de cocaína na bolsa. Na delegacia, manteve-se calada. A filha da antiga inquilina da família afirmou que Wagner é que era o fornecedor. A outra disse que o traficante era o Bola. Foi o suficiente para que se decretasse a prisão em flagrante. "Não cruzaram ligações para saber se havia telefonemas das acusadas para o Wagner. Não foram investigar a existência do tal de Bola. Não houve nenhum tipo de investigação e mesmo assim ele permanece preso", diz o advogado Thiago Gomes Anastácio, que atua no caso pelo Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD).

A irmã de Wagner, Jaqueline Aparecida de Oliveira, desesperada com as condições do caçula de nove irmãos, foi conversar com a menina que acusou Wagner, antiga conhecida da família. Ela e a mãe choraram e pediram desculpas pelas mentiras, disseram que foram ameaçadas, em conversa gravada, a qual o Estado teve acesso. "Eu precisava provar que ele era inocente e por isso gravei. Tenho pena delas. E realmente não entendo como ainda não conseguimos tirá-lo da cadeia", diz Jaqueline.

O pai, doente, sabendo da prisão de Wagner, morreu. Além de Wagner não ter ido ao enterro, a família ainda não teve coragem de contar a ele sobre o ocorrido, na cela em que divide hoje com 42 presos.

Se fosse condenado, como é primário, trabalhava e não participava de quadrilha, provavelmente Wagner ficaria menos de dois anos na prisão. Pena que poderia cumprir em liberdade, depois de meses encarcerado. 

Lei de Drogas. Ex-secretário Nacional de Justiça, Pedro Abramovay, professor da Fundação Getúlio Vargas no Rio, afirma que a nova Lei de Drogas, de agosto de 2006, tem contribuído para o rápido crescimento da população carcerária nacional. Em estudo ainda inédito, feito com Carolina Dzimidas Haber, da Universidade Federal do Rio (UFRJ), Abramovay aponta o rápido crescimento da quantidade de traficantes presos.

Entre 2007 e 2010, houve um aumento no Brasil da população carcerária de 73.661 pessoas - o que demandaria a construção de um presídio de 500 lugares por semana. Desse total, 40.997 foram acusados de tráfico. A prisão por roubo, crime que mais preocupa por ser violento, diminuiu 3% no mesmo período. "A nova Lei de Drogas, em tese, acabou com a prisão para o usuário. Mas, como não estabelece a diferença entre usuários e traficantes, na prática, estamos vendo um aumento no rigor e na detenção daqueles que são pegos com pequenas quantidades. Quem acaba definindo a diferença são os próprios policiais", diz.

Grande parte dos que são presos é de pequenos traficantes. Em pesquisa encomendada pelo Ministério da Justiça, os dados mostram que, entre 2006 e 2008, 66% dos que foram presos acusados de tráfico no Brasil eram primários e 86% não estavam com armas; 50% das sentenças envolviam quantidades de maconha de até 104 gramas, total que muitos consumidores paulistanos estocam para fumar por poucos meses. "O governo tem uma política clara de combate às drogas. Trata com rigor ainda maior de pena traficantes que pertencem ao crime organizado. Mas o governo tem todo um conjunto de políticas de prevenção e de tratamento de drogados que não podem ser ignoradas. Repressão e prevenção nem sempre são antagônicas", disse ao Estado o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.

Na falta de competência para fazer investigações, a pobreza reforça as suspeitas das autoridades para determinar a prisão. No dia 20 de janeiro, Rose Meire Rodrigues de Souza, de 20 anos, mãe de uma criança de 5, foi chamada por amigos para ir à delegacia da comunidade onde mora, na zona leste de São Paulo, para levar os documentos do primo que, cinco horas antes, havia sido preso em um assalto. Na delegacia, foi reconhecida pela vítima, que afirmou ser ela a responsável por dar cobertura aos criminosos. Foi para a Penitenciária Feminina de Sant"Ana, onde está até hoje. "Como ela pode ter assaltado se precisou limpar a casa e tirar os móveis por causa da enchente que inundou tudo aqui naquele dia?", questiona a mãe, Francisca Rodrigues da Silva. "Se ela tivesse participado, o que iria fazer na delegacia?" Perguntas que, mesmo sem respostas, mantêm a Justiça convicta da necessidade de manter Rose Meire presa indefinidamente.

Testemunha
MARCOS FAVERO
PATRÃO DE WAGNER LOPES DE OLIVEIRA
"Ele trabalha como soldador na minha empresa de peças para tratores e veículos de grande porte das 8 às 17 horas. Isso há sete anos. Ele ganha R$ 900 por mês. Ponho a minha mão no fogo pela inocência dele."

*Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110327/not_imp697777,0.php

segunda-feira, 21 de março de 2011

A grande mídia e o soldado Manning

O soldado Manning, hoje está preso, sem julgamento e podendo inclusive ser condenado à prisão perpétua ou até a pena de morte, pela acusação de “conluio com o inimigo”, por causa de ter sido apontado como colaborador do Wikileaks.

Por que será que a grande mídia ignora, o caso do soldado Bradley Manning, que está enclausurado numa prisão nos EUA? É estranho os grandes meios de comunicação, não citar nem uma linha sobre o soldado que hoje está tendo seus direitos humanos violados.

Interlúdio para uma visita

Filme de espionagem de Hitchcock ambientado na Cinelândia, onde Obama falaria, remete a outro 'espião', o soldado Bradley Manning, que o presidente deixou mofando numa cela ao vir para o Brasil


Sérgio Augusto - O Estado de S.Paulo

Quando se anunciou que Obama faria um discurso público na Cinelândia algumas viúvas de Leonel Brizola se enciumaram, pois consideram a praça um santuário trabalhista, daí o apelido de Brizolândia, do qual, aliás, só eles parecem se lembrar. Ora, Cinelândia já é um apelido (seu verdadeiro nome é Praça Floriano) e o evento mais marcante de sua história não foi, com todo respeito, aquele comício de Brizola, em 1982, mas a passeata dos 100 mil contra a ditadura militar, que lá teve início, em junho de 1968. Ciúme bobo, portanto, e sem fundamento desde que a segurança do presidente americano trocou a praça pelo Teatro Municipal. 

Quando se anunciou que Obama discursaria para os cariocas num palanque armado na Cinelândia, a primeira coisa de que me lembrei foram os furtivos encontros que dois conterrâneos do presidente americano tiveram nos bancos daquela praça e numa das mesinhas do Bar Amarelinho, 65 anos atrás. Furtivos porque os dois, Alicia Huberman e T. R. Devlin, eram espiões a serviço do governo americano e não podiam dar sopa por aí. Por que na Cinelândia? Por ser uma praça movimentada e porque naquele majestoso prédio que há dois séculos abriga a Biblioteca Nacional ficava a Embaixada dos Estados Unidos e, dentro dela, o escritório do Office of Strategic Services (OSS), embrião da CIA, no Brasil.

Quem então coordenava as operações do OSS no Rio era um sujeito de avuncular catadura chamado Paul Prescott. Se o presidente Harry Truman viesse ao Brasil naquela época (estamos em abril/maio de 1946), caberia a Prescott cuidar de sua segurança. Mas, como é sabido, Truman só visitou o Rio em 1947, trazido pela Conferência para a Manutenção da Paz e Segurança Continental, justo no mesmo mês, setembro, em que, não por acaso, o OSS virou CIA. Prescott já saíra de cena. Não uso essa expressão metaforicamente, pois Prescott era, como Alicia e Devlin, um personagem de cinema, interpretado por Louis Calhern. 

Ingrid Bergman encarnava Alicia e Cary Grant, Devlin. Atrás da câmera, Hitchcock, na ponta dos cascos: Interlúdio (Notorious) talvez seja o mais charmoso filme sobre a nascente Guerra Fria, só oficialmente reconhecida em abril de 1947, ou seja, um ano depois da chegada de Alicia e Devlin ao Rio e cinco meses antes da viagem de Truman, mas já nos seus prolegômenos quando Prescott apertou o cerco a uma quadrilha de espiões alemães envolvida em contrabando de urânio. 

Não bastasse a confluência de Truman com Obama e a Cinelândia, Interlúdio começava com a condenação de John Huberman, pai de Alicia, por espionagem em favor dos nazistas. Huberman nos remete a outro espião, só que real e entre aspas: Bradley Manning, que Obama deixou mofando numa solitária da Marinha americana, em Quantico (Virgínia), ao embarcar para o Brasil. 

O soldado Manning está preso há quase um ano por seu envolvimento com o WikiLeaks. Analista do setor de inteligência do Exército americano, teria repassado a Julian Assange todos aqueles documentos classificados sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão vazados para a imprensa. Sobre ele pesam 22 acusações, e uma delas ("colaborar com o inimigo") pode até condená-lo à pena de morte. Huberman, o assumido espião de Interlúdio, embora a soldo de um inimigo concreto dos Estados Unidos, escapou da cadeira elétrica. 

Tratado como um Lex Luthor da espionagem, com direito a apenas uma hora fora da solitária e obrigado a enfiar-se, despido, numa bata antissuicídio, antes de dormir, Manning transformou-se no mais ruidoso caso de violação dos direitos humanos nos Estados Unidos dos últimos tempos. O tratamento a ele dispensado é "degradante", protestou a Anistia Internacional. No dia 11, durante uma palestra sobre mídias sociais para uma pequena plateia, no Massachusetts Institute of Technology, o porta-voz do Departamento de Estado P. J. Crowley expressou com três adjetivos o que acha da forma como o militar vem sendo tratado na prisão: "ridícula, contraprodutiva e idiota". Dois dias depois, demitiu-se (ou foi instado a demitir-se) do cargo. 

Pressionado a pronunciar-se sobre o episódio, Obama justificou o confinamento de Manning. "Fui informado pelo Pentágono que ele está recebendo o tratamento apropriado", lavou as mãos o presidente, no melhor estilo Bush. "Será que Obama perguntou a Lloyd Blankfein (do Goldman Sachs) sobre a ocorrência de fraudes no sistema financeiro e, ao ouvi-lo dizer não, desistiu de mandar prendê-lo?", gozou o comentarista político Glenn Greenwald, o mais persistente observador da campanha de difamação movida contra o WikiLeaks, pela mídia e pela Casa Branca. 

Quando o general Eric Shinseki manifestou-se contrário ao plano de Donald Rumsfeld e Paul Wolfowitz para ocupação do Iraque, Bush o puniu exemplarmente, escandalizando os democratas, que acusaram o governo republicano de intolerante e fechado ao debate de ideias. Idêntica reação tiveram os democratas quando Bush demitiu seu conselheiro econômico, Lawrence Lindsey, por ele ter dito em público que a guerra no Iraque poderia custar US$100 bilhões ao bolso do contribuinte. Por que os democratas não questionaram a demissão de Crowley? Sorte deles os republicanos se lixarem para o que possa estar acontecendo com Manning. 

Inimigo dos EUA ele, Manning, decididamente, não é. Se de fato vazou os documentos que revelam ações criminosas de tropas americanas no Iraque e no Afeganistão, quem deveria estar atrás das grades é o pequeno núcleo do governo que as planejou ou para elas fez vista grossa. "O verdadeiro inimigo ajudado por Manning foi o povo americano", protestou o reverendo William E. Alberts, no site da Counterpunch. Indignado com a prisão do suposto informante do WikiLeaks, o reverendo o indicou, esta semana, ao Nobel da Paz. Se Obama levou o galardão mesmo tendo mantido as duas guerras do Bush e aumentado a escalada militar no Afeganistão, por que não Manning? 

*Fonte: Estadão http://migre.me/45wBU


terça-feira, 15 de março de 2011

Um comentário sobre a energia nuclear e questões tecnológicas

Para discutir a Questão Nuclear, que deve ser debatida, é claro, não é necessário que todos envolvidos sejam especialistas, mas, sem dúvida faz-se necessário, como passo inicial, as diversas formas construtivas das mesmas.
Esse conhecimento, meio Técnico, meio Político, é essencial para se entender do que estamos falando, seus riscos, seus benefícios, etc. As Centrais Three Mile Islands, de Chernobyl, a do nordeste da Europa (onde ocorreu anos atrás um vazamento, através de uma nuvem radioativa que passou pela Europa), as do Japão, a de Angra I e a de Angra II, não são iguais e t~eem filosofias construtivas diferentes. Cada uma, teve seu Norte, na época de seu projeto e construção. Em umas, priorizaram a Segurança, em outras o Custo. Isso faz com que devam ser tratadas tb de forma diferenciadas, e não num pacote único.
Assim com em outros ramos da Engenharia, temos pontes que caem e outras permanecem lá apesar de toda sorte de desastres naturais, ou não. Temos edifícios que caem, e outros não. E por aí vai...o Norte que guiou esses projetos é que será determinante pra sabermos se valeu a pena, ou não, usarmos a Tecnologia.
A Tecnologia por si só, não é boa, nem má. A responsabilidade como a fazemos é que a tornará um vilão ou um parceiro de uma Sociedade mais Justa, mais Humana. Bom, finalizando, acredito que pode-se construir usinas nucleares seguras, observadas por populações conscientes, independente se o país é desenvolvido ou não. Mas importante é a qualificação, treinamento e responsabilidade de quem as faz e administra.
Na verdade, acredito que o problema de segurança em usinas nucleares é técnico e viável. Pra mim, a grande questão na utilização da Energia Nuclear para produção massiça de energia Elétrica reside no Lixo Atômico. O que fazer com ele? É uma questão mundial, que não vem sendo encarada como deveria por tds os países detentores de centrais Nucleares. Essa displicência é oriunda do fato desse lixo só começar a incomodar após 20, 30 anos de uso da usina. Cordialmente,


Por José Luiz de Lyra Peixoto em Um interessante comentário sobre a Energia Nuclear... às 15:50

Precisamos debater a Energia Nuclear

Os lamentáveis acontecimentos do Japão (terremotos e tsunami) ocasionaram um importante acidente nuclear que tem consequências importantes não apenas para a saúde de milhares de moradores das áreas próximas das Usinas de Fukushima, mas também para a utilização da energia nuclear para fins pacíficos.

Hoje no mundo existem centenas de usinas nucleares e alguns países como a França, a Alemanha e o próprio Japão são extremamente dependentes desse tipo de fonte energética. Aqui no Brasil nós temos duas usinas em funcionamento (Angra 1 e 2) e temos Angra 3 em construção. Temos também novas usinas em projeto em especial na região Nordeste na bacia do Rio São Francisco.
É fundamental que façamos o debate sobre a segurança das usinas nucleares para que de fato não se crie um trauma popular que inviabilize essa fonte de energia. Devemos estar seguros, de verdade, quanto às tecnologias adotadas para que possamos ir adiante nesses projetos.

O Brasil tem uma das maiores reservas de urânio do mundo e desenvolveu através do Programa Nuclear da Marinha uma tecnologia própria de enriquecimento de urânio que nos torna independente das grandes potências. Portanto, temos matéria prima e a recnologia fundamental para desenvolvermos um importante reforço na nossa matriz energética limpa.

Me explico: a matriz energética brasileira é baseada na hidroeletricidade (energia das águas, isto é limpa). Para garantir o fornecimento de energia fora dos períodos chuvosos temos uma série de usinas térmicas a gás, óleo e carvão (chamada energia suja). A energia eólica tem se desenvolvido no Brasil e no mundo, mas ainda não tem um peso importante no conjunto da matriz e tem uma tecnologia cara. A energia solar também é muito cara. A energia que tem como fonte a biomassa não é tão limpa e ainda precisa se desenvolver mais.

Para sustentar o desenvolvimento precisamos de ter energia. Basta lembrar o quanto representou de atraso o apagão de FHC para a economia. As possibilidades de utilização de potenciais energéticos na Amazônia tem sido combatida pelo movimento ambientalista (vide as usinas do Rio Madeira e Belo Monte). Até mesmo no Rio Tietê os ambientalistas são contrários a novos aproveitamentos energéticos - e vejam que o Tietê já esta bastante degradado!

Portanto, a energia nuclear surge como uma importante possibilidade de fonte energética limpa. Limpa porque não suja o meio ambiente e tem pouco impacto de implantação. Resta a questão que tem que ser respondidade por técnicos e dirigentes: além de limpa é segura?

É isso que nosso povo agora quer saber.

domingo, 13 de março de 2011

Um interessante comentário sobre a Energia Nuclear: Blog do Alon

Blog do Alon
 
domingo, 13 de março de 2011



Uma questão de segurança (13/03)


O debate sobre construir maciçamente usinas nucleares no Brasil é complexo, mas tem uma preliminar. Um país onde qualquer chuva mais forte em certas regiões é sinônimo de mortes em profusão tem providências anteriores a adotar

O impressionante terremoto no Japão e a consequência para os equipamentos nucleares daquele país vão provocar reflexões adicionais sobre o programa nuclear brasileiro.


A energia nuclear para fins pacíficos é essencial, e nenhum país deve ser impedido de acesso à tecnologia, nas condições impostas pela necessidade de evitar a proliferação bélica.


No nosso caso a questão é bem central para a estratégia de abastecimento de energia.


Nosso maior potencial de energia limpa, ainda inexplorada, está na Amazônia. Mas a construção de usinas hidroelétricas no norte do país enfrenta dura resistência ambiental.


O governo tem lutado e buscado avançar, mas o exemplo de Belo Monte mostra que as dificuldades tendem a crescer.


Desde a crise de abastecimento no começo da década passada os governos brasileiros recorrem à termoleletricidade.


Foi assim com Fernando Henrique Cardoso, na origem do problema, e foi também assim com Luiz Inácio Lula da Silva, administração em que o ramo estava a cargo da hoje presidente Dilma Rousseff.


Termoeletricidade no Brasil é um contrassenso, principalmente por queimar combustíveis fósseis.


Mais ou menos poluentes, são todos mais prejudiciais ao meio ambiente do que, por exemplo, a hidroeletricidade.


As pressões sociais têm imposto restrições ao tamanho dos reservatórios das hidroelétricas, para adaptá-las a critérios de correção ambiental e social.

Certas fontes, como solar e eólica (ventos), ainda não demonstraram capacidade de suprir a demanda, então uma alternativa bastante discutida nos últimos anos é a nuclear.


Que enfrenta também forte resistência dos ambientalistas, notadamente pelo desafio de armazenar em segurança o lixo atômico.


O terremoto/tsunami japonês coloca, para nós aqui, um ponto adicional no debate. A preliminar de qualquer decisão é a existir uma defesa civil eficiente, provada e que consiga a confiança da sociedade.


Tenho sido favorável à construção de usinas nucleares no Brasil, pois parece haver algo de obscurantismo na rejeição pura e simples de uma tecnologia.


Nos transgênicos o Brasil superou o desafio, com resultados benéficos para nossa agricultura. Uma decisão adotada lá atras e que agora mostra plena utilidade, nesta era de crescente demanda por alimentos.


O problema não está nas tecnologias, mas na capacidade de usá-las de modo ambiental e socialmente responsável.


As recentes chuvas no Rio de Janeiro exibiram o total despreparo e irresponsabilidade das autoridades daquele estado e da maioria dos municípios atingidos. Revelou-se também que um plano federal para prevenir consequências de desastres vinha dormindo havia anos na gaveta.


O grande número de mortes não teve maiores consequências políticas, pois ali a mão federal e a estadual se lavaram mutuamente. Afinal são aliados.


Agora temos a promessa de que, finalmente, vai acontecer. Vamos ter um bom sistema de alerta. Dados os antecedentes, a sociedade tem o direito de desconfiar. Os governos, em primeiro lugar o federal, precisam mostrar serviço. Para só depois pedir crédito de confiança.


O debate sobre construir maciçamente usinas nucleares é complexo, mas tem uma preliminar. Um país onde qualquer chuva mais forte em certas regiões é sinônimo de mortes em profusão tem providências anteriores a adotar.





sexta-feira, 4 de março de 2011

OPINIÃO: Chegou a hora do Trem de Alta Velocidade

Por Carlos Zarattini

Nas próximas semanas, a Câmara dos Deputados deverá votar a Medida Provisória 511, que dispõe recursos do Tesouro Nacional para o BNDES financiar o Trem de Alta Velocidade (TAV) ligando Rio de Janeiro - São Paulo - Campinas. Evidentemente, é uma grande obra que traz muitas polêmicas ao debate.

Em primeiro lugar, é fundamental realçar a importância da ligação ferroviária entre essas três cidades e as localidades intermediárias. É o principal eixo de transporte da chamada macro-metrópole do Sudeste brasileiro. Uma região já congestionada e que não pode continuar a ser atendida apenas por estradas (que já estão no limite da capacidade) ou por ligações aéreas (também já no seu limite). É necessária uma ligação de alta capacidade e de qualidade. E qualidade neste caso não significa apenas conforto, mas principalmente velocidade.

Em todos os países do mundo onde foi implantado, o TAV significou um novo padrão de transporte. E nas ligações de até 500 km substituiu, de forma satisfatória, o transporte aéreo e rodoviário, com conforto, rapidez, segurança e menor impacto ao meio ambiente.

E essas características são fundamentais para que possamos reintroduzir o transporte ferroviário de passageiros no Brasil. Desaparecido depois da descuidada privatização do setor nos anos 90, foi sempre visto como sinônimo de ineficiência e morosidade. E esse é o segundo motivo pelo qual defendemos o TAV: o concessionário deverá transferir para a ETAV (uma empresa pública) a tecnologia do sistema, de forma que as empresas nacionais irão absorvê-la e poderemos, então, ampliar as linhas de alta velocidade. Será uma verdadeira revolução tecnológica na indústria nacional do setor ferroviário. O principal questionamento a esta obra está na opção de investimento público. “Por que não investir R$ 34 bilhões nos metrôs das grandes cidades brasileiras?” Respondeu muito bem o ex-ministro dos Transportes Paulo Sergio Passos: não se trata de investimento público, o TAV será uma concessão em que os investidores deverão colocar capital próprio e o BNDES entrará com o financiamento de parte do investimento.

Ou seja, o empréstimo deverá ser pago pelos concessionários. A MP 511 dá garantias ao BNDES para que possa financiar o TAV e , dependendo do fluxo de caixa do banco, não necessariamente haverá transferência de recursos do Tesouro, muito menos neste ano de 2011. A obra só deverá se iniciar de fato em 2012. Quanto aos investimentos em metrôs, geralmente obras estaduais, não conflitam com o TAV, pois dependem mais da capacidade de financiamento dos estados, limitada pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Outros questionamentos remetem à demanda. Alguns analistas alegam que a demanda prevista será insuficiente para o equilíbrio da concessão. Ora, temos assistido a uma violenta expansão do número de viagens por todos os modos de transporte. Entre o primeiro semestre de 2010 e o mesmo período de 2009 houve um aumento de 22,5% no número de passageiros nos aeroportos brasileiros. Sem dúvida, a demanda São Paulo - Rio não deve ter crescido muito diferente desse índice.

Outra questão diz respeito às incertezas quanto ao custo da obra. Os chamados riscos da construção. É outro equívoco. O edital permite que o concessionário tenha a liberdade de redefinir o traçado previsto no estudo do governo federal, reduzindo seus custos. E é exatamente aí que os possíveis concorrentes vêm concentrando seus esforços: elaboração de traçados com menos túneis e viadutos do que o previsto originalmente.

Atrasar essa decisão pode nos levar a enterrar por décadas um projeto fundamental para a modernização do transporte em nosso País. Relembrem o que foi a discussão sobre a construção de Brasília e sobre a implantação do metrô na cidade de São Paulo. São decisões corajosas que constroem uma nação. 

Carlos Zarattini é deputado federal pelo PT de São Paulo. Contato: dep.carloszarattini@camara.gov.br

quinta-feira, 3 de março de 2011

Um poema sobre Kassab!

O Perfeito Kassetab ou Gassetab, conversando com seus botões: (eu não consegui imaginar uma conversa melhor).

Me diverte a tirania,
Só pra ver se o povo agüenta!?
Mas se ele protestar, Dou-lhe muuuiiito... gás pimenta.
Quero acabar com esse povo,
Muito espero conseguir;
Este é o meu melhor projeto...
E nele vou investir: Prometo não dar sossego,
Nem de noite nem de dia,
Pra ver o povo atormentado... -
"Credo em cruz, viichi Maria".
Pra que escola, pra que creche?
Vai e volta nem pensar;
Penso que filho de pobre... Não precisa estudar.
À minha tão famosa AMA, Quem vai lá volta de ré,
Bem melhor voltar pra cama... E se agarrar na fé.
Ônibus superlotado, Trânsito engarrafado, Tarifa dois e setenta,
Só pra ver se o povo agüenta!?
Já que o povo agüentou resolvi
Então inovar - no ônibus hoje chove dentro,
Que é pro povo refrescar.
Mas com tanto mordomia, É justiça eu cobrar mais,
Quem pagou dois e setenta... Tome... agora é três reais!!!
Bilhete bem reduzido , Benefícios só minguando,
Vão pro Metropolitano... Que este aqui não está prestando. _
Nas praças crescendo mato, Nas ruas muito buraco
Mas se o povo reclamar Mando não me encher ... (sou educada) o caco.
Pra São Paulo muito entulho, Aumento de IPTU,
E quem não estiver gostando, Vou mandar tomar... (sou educada) caju.
Eu não vou limpar os ralos, Tomara que chova mais!
Ver o povo no sufoco, É o que mais me satisfaz!
Não sei mais, que mal eu faço?
Pro "problema" ter um fim, Inda acabo com esse povo...
Quem mandou votar em mim? (a voz da consciência ou do além: - foi ludibriado, coitado!)
Para os educadíssimos: Pra São Paulo muito entulho
Aumento do IPTU,
Assim, declaro o meu amor... Miami I Love You!
Nas praças crescendo mato
Nas ruas muito buraco
Mas se o povo agüentar
Porque é mesmo muito fraco!

Por: Vera Goulart - PT-Butantã - São Paulo
E-mail: veragoulartpt@yahoo.com.br Tel.: 7273-0886 Orkut: Vera Goulart


Por vera em O abandono da Cidade de São Paulo em 01/03/11

Campanha do Dia Internacional da Mulher do Governo Federal!