Durante lançamento nesta terça-feira, 2, na Câmara
dos Deputados, da Frente
Parlamentar Mista da Defesa Nacional , o deputado Carlos Zarattini (PT-SP),
que irá presidir o colegiado, assumiu o compromisso de criar
ações conjuntas do Legislativo e do Executivo no sentido de dar continuidade
aos projetos estratégicos das Forças Armadas.“Pretendemos apoiar as ações
políticas, legislativas e orçamentárias necessárias para garantir as condições
para a implantação da Estratégia Nacional de Defesa e o melhor desenvolvimento dos projetos centrado no desenvolvimento”.
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, que compareceu a prestigiada solenidade que contou com a participação significativa de parlamentares, representantes da indústria da Defesa, acadêmicos e militares, defendeu a união de todas as forças políticas no fortalecimento das Forças Armadas e na indústria de defesa. "Investimento em Defesa é uma questão de soberania nacional. Nossos investimentos representam 1,5% do PIB. Está abaixo da média mundial, mas posso assegurar que a Defesa está numa posição melhor se comparada com outras áreas. Política de defesa é política de Estado”, destacou Wagner.
Para
Zarattini, a iniciativa da frente, composta por deputados e senadores, é
importante porque nesse espaço será constituído o fórum onde todos os projetos
da Defesa e questões da segurança e soberania nacional serão debatidos. Ele
acredita que, além de contribuir para que os projetos da Política Nacional de Defesa
sejam fortalecidos, a Frente terá o papel de fazer avançar também a discussão
orçamentária para o setor. “Ela vai colaborar, inclusive, para a gente decidir
o orçamento. Nós precisamos ter um orçamento com continuidade na área da Defesa
porque todos os projetos são de longo prazo”, defendeu Zarattini.
O
ministro da Defesa, Jaques Wagner elogiou a iniciativa e disse que o Congresso
Nacional mostrou “sensibilidade” do parlamento para com a Defesa Nacional. “Às
vezes há a sensação de que nós podemos relaxar nas questões da Defesa. Eu digo
sempre que um País que é a sexta economia do mundo precisa estar preparado,
precisa ter o seu poder de dissuasão, qualificar e melhorar toda sua indústria
de Defesa que é geradora de emprego, de inovação e tecnologia. Então, para mim
é uma alegria ver a formação dessa frente mista”, frisou Jaques Wagner.
"A política de Defesa precisa ser entendida como política de Estado, não de governo ou de partidos. Então, acho muito positivo e espero que essa interação, principalmente neste momento – que é hora de renovar, de fazer a revisão dos documentos fundamentais da defesa, a estratégia, a política e o Livro Branco –, que possamos ter a participação daqueles que representam a sociedade brasileira”, defendeu Wagner.
A cerimônia
de instalação da frente parlamentar formada com 210 deputados e seis senadores
contou com a participação do comandante da Marinha, almirante Eduardo Leal
Ferreira; do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato; do
chefe do Estado-Maior Conjunto das forças Armadas (EMCFA), general José Carlos
De Nardi. O comandante do Exército, Eduardo Dias Villas-Bôas foi representado
pelo general Joaquim Maia Brandão Junior
e o ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, se fez representar
pela secretária executiva Emília Ribeiro.
Estados Unidos
Jaques
Wagner adiantou que nos próximos dias o governo, por meio da Casa Civil, vai
enviar ao Congresso Nacional uma proposta de acordo de cooperação no setor
entre o Brasil e os EUA. O ministro classificou esse advento de “guarda chuva”
muito importante e assegurou que é um acordo de nível elevado de troca de
informações. “É um acordo de alto nível sobre troca de informações. Ele
precisou ser reavaliado em função da Lei de Acesso à Informação (LAI), mas já
está sendo enviado para o Congresso pela Casa Civil. Então, o primeiro pedido
que faço à frente parlamentar é que nos ajude a aprová-lo para que possamos
assiná-lo na visita oficial aos Estados Unidos”, afirmou.
Em relação a essa iniciativa, o presidente da Frente, deputado Zarattini acrescentou que o objetivo do acordo é permitir que tecnologias produzidas nos Estados Unidos possam chegar ao Brasil. “Nós sabemos que os Estados Unidos têm todo um trabalho de preservação e segurança das suas tecnologias. Mas queremos ter acesso a elas, pra isso é necessária assinatura desse acordo e a frente vai batalhar para que ela seja feita o mais rapidamente possível”, garantiu Zarattini.
Indústria
de Defesa
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de
Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Sami Hassuani, apresentou alguns
números de um estudo elaborado pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas) sobre o segmento. Segundo o documento, as indústrias de defesa
representam 3,7% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Porém, com os
investimentos necessários, é possível que esse patamar chegue a 8% do total de
riquezas do Brasil.
Para o empresário, o aporte de recursos tem efeito multiplicador na economia, com geração de emprego qualificado e aumento de renda para o trabalhador. O estudo será divulgado em sua íntegra no próximo mês em evento que está sendo preparado pela entidade para acontecer em São Paulo.
Frente
Parlamentar
Frente Parlamentar
Mista da Defesa Nacional é formada por 210 deputados e seis senadores. Além do
presidente Zarattini, o senador Aloysio Nunes (PSDB/SP) foi empossado como 1º
vice-presidente, senador Jorge Viana (PT/AC), 2º vice-presidente, deputado
Cláudio Cajado (DEM/BA), 3º vice-presidente, deputado Nelson Marquezelli (PPS/PE),
Secretário-Geral, deputado Fernando Marroni (PT/RS), Secretário de Eventos, e
Raul Jungmann (PTB/SP) assumiu o cargo de Secretário de Articulação com as
Forças Armadas.
*Com informações da Agência de Notícias do PT na Câmara e do site
DefesaNet.
Fotos: Alex Ferreira
Fotos: Alex Ferreira
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