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Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário encerrou nesta
quarta-feira, 5, os trabalhos ao aprovar o relatório final de mais de 400 páginas e que incluiu a apresentação de 20 propostas legislativas. O deputado federal Carlos Zarattini
(PT/SP), autor da proposta de criação da CPI, elogiou o trabalho de
investigação realizado pelos parlamentares, mas criticou a decisão do relator
de incluir no texto a privatização dos presídios.
Com o apoio dos deputados
Edmilson Rodrigues (PSOL/PA) e Erika Kokay (PT/DF), Zarattini apresentou voto
em separado e requerimento pedindo a supressão da privatização
do sistema prisional no relatório final apresentado pelo deputado Sérgio Brito
(PSD-BA), mas a proposta foi rejeitada por maioria. “Fizemos todos os esforços
para impedir a inclusão da privatização no texto. Porque acreditamos que precisamos em primeiro lugar fazer um esforço para
reduzir o número de presos. Algumas empresas no Brasil, já dividem com o
poder público a execução de serviços em presídios e não há qualquer indicador
apontando que as condições físicas ou de segurança melhoraram nas prisões”.
A CPI do Sistema Carcerário teve como
objetivo investigar as condições do sistema prisional em nosso País. As
investigações foram direcionadas, especialmente, para o cenário de crescentes e
constantes rebeliões de presos, a superlotação dos presídios, as péssimas
condições físicas das instalações e os altos custos financeiros de manutenção
destes estabelecimentos.
Avanços
O deputado paulista conseguiu incorporar ao texto final proposta de
projeto de lei que estabelece novas regras para distribuição do percentual do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen)
às cidades possuidoras de estabelecimentos prisionais. A partir de agora, uma das
condições para receber os recursos será o incentivo às empresas prestadoras de
serviço ao poder municipal de contratar pessoas condenadas a penas
alternativas. Além disso, os municípios que ou que contratem condenados à
penas alternativas poderão receber verbas do Funpen.
Além disso, o relator Sérgio Brito incorporou projetos recomendando a
adoção de scanner corporal nos presídios para acabar com a revista íntima; o
que estabelece como regra o interrogatório por videoconferência para réus
presos; e o que acaba com a exigência de que penitenciárias masculinas sejam
construídas afastadas dos centros urbanos. E a criação de um Sistema Nacional
de Estatística Prisional.
Crédito das fotos: Antonio Augusto / Lucio Bernardo Junior / Assessoria
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