segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Oposição intensifica pressão contra Reforma da Previdência

Parlamentares dos partidos de oposição e os movimentos sociais e sindicais estão intensificando ações contra a Reforma da Previdência do governo ilegítimo de Temer, que acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição, reduz o valor dos benefícios e institui a idade mínima obrigatória para todos os trabalhadores do campo e da cidade. Em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (11), o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), falou das articulações para barrar a reforma. “Serão muitas as ações aqui na Câmara e nas ruas do País até que se suspenda essa votação”, afirmou.

As principais centrais sindicais do Brasil – CUT, Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central, Intersindical, Conlutas e CGTB – já estão em estado de greve contra a Reforma da Previdência, com mobilização e manifestações programadas para esta quarta-feira (13) em capitais e grandes cidades e com indicativo de greve geral para o dia da votação da reforma em plenário.

“Nós vamos iniciar aqui também uma mobilização. Estamos preparando um corpo a corpo junto aos deputados para que eles se convençam de que não é o momento de se fazer essa reforma. Uma reforma prejudicial à maioria dos trabalhadores brasileiros”, reforçou. Zarattini citou também como parte das manifestações contra a reforma, na Casa, a greve de fome dos trabalhadores do campo (pequenos agricultores – MPA – e Mulheres Camponesas – MMC). “São sete pessoas que entraram em greve de fome até que se suspenda essa votação”.



Desafio – O líder do PT anunciou que vai desafiar o governo, da Tribuna, nesta terça-feira (12) a provar que essa reforma é para acabar com privilégios. “Ao contrário do que fala a propaganda milionária do governo, essa reforma não está retirando privilégios. Está é retirando direitos do povo brasileiro. Nós queremos que o governo diga exatamente qual é o privilégio que está sendo retirado. Nós queremos que ele prove que está acabando com privilégios, porque nós vamos provar que ele está retirando direitos, dificultando as aposentadorias e reduzindo os valores dos benefícios, inclusive das pensões para viúvos e viúvas”, denunciou.

Zarattini destacou ainda que o governo está fazendo uma pressão gigantesca sobre os deputados para tentar obter os 308 votos necessários para aprovar a reforma. “Mas quero informar que vai haver uma pressão enorme também na base eleitoral desses deputados”. O líder disse que os partidos de oposição articularam nesse final de semana com a Frente Brasil Popular, com a Frente Povo sem Medo e com os movimentos sindicais para que em cada cidade do País esses parlamentares que estão a favor da reforma tenham os seus nomes divulgados desde já, para que possam mudar de opinião. “Nós não queremos ficar xingando deputados, nós queremos que eles votem contra essa reforma”, acrescentou.

Recado – A greve de fome aqui vai continuar, afirmou Zarattini, aproveitando para mandar um recado ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). “O presidente Rodrigo Maia não precisa ser um capacho do governo. Se ele acha que tem que colocar a Reforma da Previdência em votação, ele que coloque em votação. Ele não tem que ficar aqui fazendo levantamento dos favoráveis, como dos contrários à reforma. Não é esse o papel do presidente da Câmara, que é um poder independente da Presidência da República. Pelo menos é isso que está na Constituição”.

Questionado sobre a ida do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para a articulação política do governo, na quinta-feira (14), no lugar do tucano Antonio Imbassahy, Zarattini avaliou que, ao contrário de angariar votos, ele pode é retirar os votos do PSDB que seriam a favor do governo. “Essa mudança afastou ainda mais o PSDB do governo. Todo mundo que assistiu à convenção do PSDB e viu os bastidores, sabe que foi uma crise enorme e, uma boa parte, senão a maioria dos deputados tucanos, não querem votar essa reforma. E eu não acredito que é o Marun que vai convencer os tucanos a votarem essa reforma”, concluiu.

Vânia Rodrigues

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