Por 20 votos a 7, os integrantes da CPI do BNDES aprovaram o relatório final do deputado José Rocha (PR-BA) que atesta a legalidade das operações realizadas pelo banco, no período de 2003 a 2015. O entendimento do relator foi acompanhado, nesta quinta-feira (25), por deputados de partidos como PMDB, PT, PSB, PP, PRB, PC do B, PEN, PSL, entre outros.
Além de concluir que não houve irregularidades nas operações realizadas pela instituição financeira, o relator sugeriu mudanças no sentido de aprimorar as políticas adotadas pelo banco em relação à concessão e controle de créditos. O relatório de José Rocha não acolheu os votos em separado da oposição pedindo indiciamentos.
"Eu cometeria ato de injustiça ou mesmo de parcialidade se indiciasse pessoas que não foram ouvidas nessa comissão, que não tiveram a oportunidade de se defenderem e apenas pedir o indiciamento ouvindo o lado da acusação", argumentou José Rocha ao justificar o não acolhimento.
O deputado Carlos Zarattini (PT/SP) se posicionou favorável ao parecer do relator e afirmou que os votos em separado apresentados na reunião não se sustentavam. Segundo o parlamentar, que é o 2º vice-presidente da CPI, os pedidos de indiciamentos expressaram apenas o ponto de vista político da oposição conservadora e não possuem consistência com base na realidade.
Para Zarattini, a tese levantada pela oposição, desde o início dos trabalhos da CPI, de tráfico de influência e irregularidades nos contratos e financiamentos realizados pelo banco, não se sustentou.
“A bancada do PSDB e outros colegas da oposição vieram a esta CPI sustentar a tese de influência política e desvios nas operações do BNDES. Essa tese não foi comprovada. Eles tiveram 203 dias para comprová-las. Não comprovaram”, acrescentou Zarattini.
Para o deputado, o BNDES não poderia ser destruído pelas falácias feitas na CPI. “Foi demonstrado por todos aqueles que vieram depor, e a oposição não conseguiu extrair uma linha de irregularidade, a lisura da instituição nos contratos porque existem critérios para concessões de empréstimos e investimentos que são rigorosamente cumpridos pelo banco”, afirmou Zarattini.
Para Zarattini, o que o colegiado presenciou e enfrentou, nos quase seis meses de duração da CPI, foi “a sanha da oposição” que, a qualquer custo, tentou desmontar o modelo de desenvolvimento que deu certo no Brasil. “Trata-se de um projeto de desenvolvimento que a oposição quer acabar. Quer entregar aos bancos comerciais ou privados o investimento que é feito pelo BNDES”, denunciou Zarattini.
Benildes Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra