terça-feira, 4 de junho de 2013

Terrorismo da mídia e da oposição sobre volta da inflação não vingará, dizem petistas


Deputados do PT na Câmara criticaram o chamado “terrorismo midiático” que vem propagando o retorno da inflação em patamares elevados. Para os petistas, a estratégia da oposição e de parte da grande mídia, além de não encontrar base na realidade, os fará perder ainda mais a credibilidade perante a população.

Para o líder da bancada, deputado José Guimarães (PT-CE), a campanha é fruto do “desespero” dos oposicionistas. “Eles tentam encontrar algum tipo de agenda que possa interditar o processo de consolidação do crescimento da economia em 2014 e nos próximos anos. Mas o povo sabe que na sua vida real não há essa inflação alardeada por alguns setores da mídia e pela oposição”, afirmou Guimarães.

Em pronunciamento na tribuna nesta segunda-feira (3) o deputado Sibá Machado (PT-AC), vice-líder do PT, criticou a postura do que chamou de “aves de mau agouro” que preferem obter dividendos eleitorais a ver o Brasil crescer sob a condução do governo do PT. “Os chamados articulistas da grande mídia, junto com o discurso da oposição, não fazem uma leitura dos fatos e dos acontecimentos, fazem pirotecnia, onda de terror. Torcem pela desgraça no Brasil para que possam retomar a disputa política”, denunciou Sibá.

PIF

O deputado Fernando Ferro (PT-PE), que cunhou a expressão “Partido da Imprensa Golpista (PIG)”, diz que outra legenda foi criada para disseminar a volta da inflação. “Além do PIG, nós estamos vendo nascer agora o PIF, Partido da Inflação. Essa virou a bandeira única de parte da mídia e da oposição, que deseja espalhar um pânico quanto à volta de uma inflação descontrolada e, assim, revela defender os interesses do mercado financeiro, que está ganhando menos com os juros baixos e com o processo de distribuição de renda”, criticou o parlamentar pernambucano.

Outro que rechaça o “terrorismo midiático” é o deputado Jorge Bittar (PT-RJ), que ainda ressalta as medidas para debelar as altas de preços sazonais e em setores específicos. “A oposição tem o direito e o dever de expressar as suas ideias, que são diferentes das nossas, mas não tem o direito de semear inverdades que gerem pânico na população e mesmo receio entre os empreendedores. A inflação está sob controle e os indicadores demonstram que ela está declinante. A presidenta Dilma Rousseff está adotando medidas que estimulam o crescimento econômico e o Banco Central tem atuado para proteger a economia”, argumentou Bittar.

José Guimarães crê que a própria oposição será a principal prejudicada por essa campanha. “Os partidários da tese do ‘quanto pior, melhor’ terão que, no mínimo, fazer uma autocrítica, porque vamos continuar crescendo e mantendo os níveis de emprego”, avaliou o líder petista.

Opinião semelhante tem Fernando Ferro, que também critica os interesses financeiros que estariam por trás da estratégia oposicionista. “Essa é a velha disputa entre 1% da população, de gente que ganha muito com a especulação e a agiotagem, contra 99% da população que faz parte do sistema produtivo. Isso está por trás dessa campanha que visa fomentar um clima de instabilidade frente a um governo que tem a aprovação da ampla maioria da população. Trata-se puramente da campanha de 2014 deflagrada pelos tucanos, que não têm bandeira para apresentar ao País e optam pela estratégia do discurso negativo, que vai se esvaziar e fazê-los quebrar a cara”, prevê Ferro.

Em texto publicado no site Observatório da Imprensa (“A inflação da carteira assinada”), o jornalista Luciano Martins Costa disseca a estratégia tucano-midiática que vem anunciando o retorno da inflação. Confira alguns trechos do artigo:

“A série de reportagens pintando um cenário de apocalipse na economia brasileira, que marca as edições recentes dos principais jornais genéricos de circulação nacional, traz como pano de fundo uma tese perigosa: a de que a plena oferta de empregos seria uma das principais causas de aumento dos preços no Brasil.

Observe-se que a imprensa brasileira não questiona se estamos de fato imersos no perigoso jogo inflacionário, embora os aumentos de preços tenham se mostrado pontuais e randômicos, não lineares, o que indica a ocorrência de causas múltiplas e não necessariamente um processo consistente de inflação.

Há apenas dois meses, os jornais e os noticiários da televisão e do rádio martelavam a tese da inflação de alimentos; depois, com o tomate voltando ao molho com preços 75% inferiores, a imprensa passou a ressaltar o custo de produtos eletrônicos, depois das viagens aéreas e agora o vilão é o setor de serviços.

Nesse período, artigos e reportagens tentam impor a seguinte teoria: se o crescimento econômico é insatisfatório, o pleno emprego torna-se fator de inflação porque a disputa por bons funcionários aumenta o custo das empresas, o que acaba se refletindo no preço final dos produtos. Por outro lado, dizem esses teóricos, o crescimento da renda dos trabalhadores aumenta a procura, porque há mais gente com dinheiro para as compras e, apesar do aumento recente dos juros, a oferta de crédito segue em alta.Os defensores dessa tese consideram que, para fazer a economia crescer sem inflação, é preciso manter um exército de trabalhadores sem renda, ou dispostos a ganhar pouco, para que os preços se mantenham estáveis e o Produto Interno Bruto possa crescer a níveis chineses.


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