sábado, 16 de abril de 2016

Golpistas querem interromper processo democrático para barrar conquistas econômicas e sociais, diz Zarattini

Uma das estratégias da oposição ao tramar um golpe contra a democracia é promover uma verdadeira eleição indireta, numa articulação do vice-presidente da República, Michel Temer, para angariar votos, desrespeitando a vontade de 54 milhões de brasileiros e interrompendo o processo democrático. A avaliação do deputado Carlos Zarattini (PT/SP), a tribuna da Câmara, deixou evidente na noite desta sexta-feira (15) toda a armação golpista baseada em acusações vazias contra a presidenta Dilma Rousseff, que não encontram respaldo na realidade dos fatos.


“Apesar do extenso relatório do deputado Jovair [Arantes], ficou claro pela defesa do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, em três oportunidades, duas na comissão e uma no plenário, que as acusações não têm substância. São vazias, são questões que não têm profundidade, que não revelam um crime de responsabilidade nesse processo. Portanto, só podemos concluir que é um processo de golpe, em que se visa desrespeitar a Constituição”, disse Zarattini.

Segundo o deputado, o objetivo dos golpistas é promover modificações na estrutura econômica e nos direitos sociais dos brasileiros sem que a população tenha discutido e votado essas mudanças. “Nunca se discutiu e nunca foi aprovado pela população uma reforma previdenciária que coloca a aposentadoria aos 65 anos; nunca se discutiu uma lei de terceirização que joga por terra os direitos trabalhistas; nunca se discutiu acabar o regime de partilha e entregar as jazidas do pré-sal para as multinacionais do petróleo, como quer fazer o projeto de autoria do senador José Serra (PSDB-SP)”, detalhou.


Zarattini continuou que é em sentido contrário a toda essa desconstrução dos direitos sociais e do Estado brasileiro que a população está saindo às ruas para evitar o golpe. Ele afirmou que os protestos não agregam apenas personalidades do mundo da cultura, juristas, intelectuais, advogados... “A população é que vai às ruas. São os movimentos sociais do campo e da cidade, o Movimento dos Sem-Terra, o Movimento dos Sem-teto. São os trabalhadores do movimento sindical, e até mesmo as torcidas organizadas dos times de futebol, que não suportam mais esse processo que visa fazer com que a nossa população sofra”.

O parlamentar foi enfático, ao fim do seu discurso, garantindo que a correlação de forças no plenário estava mudando e que aqueles que apostavam numa vitória arrasadora contra a democracia estavam começando a ficar preocupados. “A cada dia, mais e mais deputados estão mudando de opinião e passando a combater esse golpe. Vamos ser vitoriosos no domingo, vamos impedir que esse golpe se consuma, e na segunda-feira (18) vamos reorganizar o governo, para acabar com o desemprego, para retomar o desenvolvimento e para gerar mais renda”, concluiu.

PT na Câmara/Foto: Nilson Bastian/CD

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