Na avaliação do líder Zarattini a cisão do bloco político/empresarial se intensificou com a Lava Jato comandada pela Procuradoria-Geral da República, que atingiu toda a cúpula do PMDB e do PSDB. “O PSDB ameaça abandonar a base do governo com intenções eleitorais e a Rede Globo e boa parte da mídia também já abandonou o governo Temer”, observou. Ele alertou, no entanto, que esse rompimento é só do ponto de vista político. “Porque os objetivos do golpe são iguais: as reformas, o pacote de ataques aos direitos dos trabalhadores e a soberania nacional. Isso os unifica, o que divide é como fazer isso e como constituir um governo”, afirmou.
Zarattini reforçou que no bloco da oposição, liderado pelo PT, estão o PCdoB, a Frente Brasil Popular, a CUT e o MST. “Temos desempenhado esse papel com êxito e, se ainda não tiramos o Temer do governo, conseguimos construir um grande movimento de opinião pública”, afirmou, citando a rejeição de mais de 90% do povo brasileiro ao governo golpista. O líder do PT ressaltou ainda que a oposição conta pontualmente com o PSol, com a Frente Povo sem Medo e com o PDT. E lembrou que o PSB, que era governo, hoje tem uma maioria na opção.
Conjuntura economia – Sobre a situação econômica do Brasil, Zarattini avalia que o governo terá um ano de 2018 complicado para conseguir executar o orçamento dentro do previsto. “E, lamentavelmente o governo deve investir menos, reduzir benefícios sociais e intensificar a retirada de direitos”.
O líder destacou também o desmonte da Petrobras, promovido pelo governo golpista, com o fatiamento da empresa para privatização, a liberação da venda de terras para estrangeiros, alertou sobre a intenção de abrir a mineração para empresas internacionais e sobre a privatização do setor elétrico.
Zarattini criticou ainda as medidas do governo Temer que revertem a Reforma Agrária; lembrou do desmonte da educação com a reforma do Ensino Médio e medidas que inviabilizam o acesso ao ensino superior por meio do financiamento estudantil (Fies).
O líder lamentou ainda que o governo Temer tenha acabado com todas as formas de participação popular. “Isso porque o interesse deles é a participação empresarial. É a CNI, é a Fiesp, é a Febraban, as grandes empresas multinacionais, Essa é a forma de diálogo deles. É absolutamente zero a conversa com a maioria do povo brasileiro”.
Vânia Rodrigues / Foto: Lula Marques
Nenhum comentário:
Postar um comentário