Com dificuldade para garantir o quórum de 342 deputados para votar a denúncia, o governo – que antes queria pressa por acreditar que teria votos suficientes a fim de barrar a acusação – agora aposta no adiamento. Segundo a reportagem, com a expectativa da apresentação de uma nova denúncia contra Temer – pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot – até o fim de agosto, o governo agora quer colocar a denúncia em ‘banho-maria’. O objetivo seria esfriar o impacto junto à população e ao mesmo tempo reorganizar a base governista para enterrar simultaneamente as duas acusações.
“Essa é uma tentativa desesperada desse governo que não sabe mais como se defender. Acho difícil eles conseguirem evitar a votação no dia 2 de agosto, que terá transmissão ao vivo pela TV. Seria uma vergonha algum deputado não aparecer para votar”, afirma Carlos Zarattini.
Da mesma forma, Décio Lima acredita que a nova estratégia demonstra que o governo Temer não tem força para barrar a denúncia.
“Falar em adiar a votação demonstra que esse governo admite que está sem reação e sem condição de se defender. Já jogaram a toalha, e demonstram que não conseguem sair da encalacrada em que eles mesmos se meteram”, destaca.
Reação – Para impedir a manobra da base governista, o líder do PT enfatiza que será essencial a pressão da sociedade.
“Temos que pressionar os deputados para votarem no dia 2 de agosto. No próximo dia 20, já temos manifestação convocada para exigir o prosseguimento da denúncia contra o Temer, e precisamos espalhar placares nas praças das cidades mostrando à população como cada deputado vai votar. É preciso pressão nas bases de cada parlamentar para assegurarmos a votação no início de agosto”, orienta Zarattini.
O líder da Minoria no Congresso também reitera que a população precisa demonstrar que não compactua com esta manobra.
“Não podemos imaginar que este Congresso vai solucionar essa crise, que só pode acontecer com o povo na rua exigindo o afastamento de Temer e a realização de eleições diretas já. Por isso a importância das mobilizações nas capitais no próximo dia 20. O povo precisa despertar para a importância de sair às ruas e demonstrar que não é secundário, como imaginam os governistas”, conclui Décio Lima.
Héber Carvalho / Foto: Gustavo Bezerra
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