Na opinião de Zarattini, está claro que Moro age em sintonia com setores conservadores da sociedade para tentar afastar Lula da disputa para a Presidência da República, já que não encontraram nenhum candidato em condições de concorrer à altura com o ex-presidente. Em todas as pesquisas e em todos os cenários, Lula lidera. “Querer tirar Lula da disputa é uma interferência no processo democrático”, denunciou o líder do PT.
Ele estranhou o fato de a sentença de Moro ter sido divulgada no dia em que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) começou a discutir a denúncia contra o presidente ilegítimo Michel Temer, por corrupção passiva. “O juiz Moro age de maneira estranha em momentos políticos importantes. Foi assim que fez ao divulgar gravação ilegal entre a presidenta Dilma Rousseff e Lula, no ano passado, ajudando a acelerar o processo de impeachment”, comentou o líder do PT.
Para Zarattini, é também questionável o fato de Moro ter tomado a decisão sem nenhuma prova de que Lula seja dono de um tríplex no Guarujá (SP), levando em conta apenas o depoimento do empresário Léo Pinheiro, da construtora OAS. Na qualidade de delator, tentando reduzir sua pena, Pinheiro afirmou em depoimento que o apartamento era de Lula, mas não apresentou nenhuma prova. Moro excluiu as outras testemunhas.
Zarattini contestou a legitimidade de Moro para tomar qualquer decisão em relação a Lula, já que, contrariando todo o processo legal, foi ao mesmo tempo investigador, acusador e, agora, julgador. “Era evidente que o juiz ia agir assim, contra Lula”.
Para Zarattini, o povo brasileiro deve reagir nas ruas contra as arbitrariedades de Moro contra Lula. “Agora é a hora de ir às ruas contra este atropelamento do processo legal”. A partir de hoje, haverá vigília em todo o País. Diretórios do PT em todos os municípios brasileiros estão sendo mobilizados pela direção nacional do partido para protestar contra Moro e manifestar solidariedade a Lula, disse Zarattini.
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que a condenação de Lula por Moro é “eminentemente política”. Segundo ela, o partido voltará a procurar órgãos internacionais para denunciar a “imparcialidade” do magistrado responsável pelos casos da Operação Lava Jato.
“Foi uma decisão eminentemente política, baseada exclusivamente na necessidade de o juiz Sérgio Moro prestar contas à opinião pública”, afirmou Gleisi.
PT na Câmara / Foto: Cleia Viana
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