Foram mais de oito horas de resistência contra a tentativa de demolição dos direitos dos trabalhadores capitaneada pelo governo golpista de Temer. Nem essa resistência que marca a história do parlamento brasileiro, demoveu os senadores golpistas da sanha destruidora das conquistas dos trabalhadores.
Após manobra orquestrada pelo presidente do Senado, que não respeitou a luta das senadoras, a Reforma Trabalhista foi aprovada pelo plenário da Casa por 50 votos favoráveis e 26 contrários.
Resistência – Ao resistir à agenda golpista, as senadoras mandaram um recado àqueles que se abancaram ilegitimamente do Palácio do Planalto e aos senadores governistas que sustentam a política nefasta de Michel Temer. “O Senado não tem legitimidade para votar o projeto de Reforma Trabalhista. Nenhum parlamentar que está aqui foi mandatado para votar projeto que retira direitos dos trabalhadores”, discursou a senadora e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann.
Não satisfeito com a determinação das senadoras de permanecerem na condução da sessão, o presidente da Casa, senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE), exigiu a retirada das parlamentares da Mesa. Ao não ser atendido, o senador encerrou a sessão e, de forma truculenta, mandou desligar a luz e o som do plenário. A luz foi religada depois de mais de cinco horas com o plenário escuro e as mulheres resistindo bravamente.
Vergonha – “O que assistimos hoje envergonha esse parlamento e a nação brasileira. Estão rasgando a CLT, tirando direitos do trabalhador pobre, das mulheres. Quem apoia essa reforma é gente do andar de cima, gente que tem dinheiro, e nunca precisou levar marmita para o trabalho, nunca sacolejou horas para chegar ao emprego, nunca precisou recorrer à Justiça para garantir um único direito”, desabafou a senadora Gleisi Hoffmann.
“Vossas excelências não precisam disso. Mas não há solidariedade, não há empatia com o povo. A classe dominante não tem projeto para o Brasil e quando a situação aperta tira dos mais pobres. É uma vergonha”, lamentou.
Benildes Rodrigues
Foto: Assessoria Parlamentar
Nenhum comentário:
Postar um comentário