terça-feira, 13 de setembro de 2016

Zarattini quer convocar Raul Jungmann para esclarecer espionagem em manifestações

Em discurso no plenário da Câmara, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) repudiou nesta terça-feira (13) o modus operandi do capitão do Exército William Pina Botelho, integrante do serviço de inteligência, que se utilizou de táticas próprias da ditadura militar para se infiltrar entre manifestantes contrários ao governo de Michel Temer e provocar a prisão de 26 jovens no último dia 4 de setembro.
“A infiltração desse capitão, que já é do serviço de inteligência do Exército desde 2013, preocupa-nos demais. Preocupa-nos demais porque revive uma prática que havia sido abandonada pelas Forças Armadas, uma prática nefasta, uma prática da ditadura militar, a da infiltração e elaboração de uma arapuca para a prisão desses 26 jovens, que não fizeram absolutamente nada, a não ser se organizar para participar da passeata ‘Fora Temer’”, explicou Zarattini.

Em função da gravidade do episódio, o deputado protocolou na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional um requerimento para que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, seja convocado para prestar esclarecimentos sobre o caso. O ministro deverá explicar possíveis práticas de crime de espionagem, de abuso de autoridade, de falsidade ideológica e ato de improbidade administrativa, dentre outras infrações.
Além de ensejar todos esses crimes, o ato do capitão do Exército, segundo Zarattini, representa “uma violação fragrante e perigosa ao direito à intimidade e à liberdade de manifestação, consagrado na Constituição Federal”. “Tais fatos precisam e devem ser investigados e esclarecidos, com consequente punição de todos os responsáveis nos diversos âmbitos – administrativo, penal e civil”, justificou o deputado no requerimento.
Em plenário, Zarattinireforçou que seria necessária a convocação também do chefe do Gabinete de Segurança Institucional, General Sergio Etchegoyen; e do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para que deem explicações sobre o caso. “Temos convicção de que o Exército Brasileiro abandonou essa prática típica da ditadura militar e queremos que haja um esclarecimento cabal da atitude desse capitão do Exército, que, em nosso modo de ver, agiu de forma completamente nefasta para a democracia brasileira”, concluiu.
PT na Câmara / Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara

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