Para o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), os números do desemprego no País são o reflexo de uma política recessiva implementada pelo atual governo de Michel Temer. “Em nome do ajuste fiscal, que eles consideram a máxima de política econômica, estão sacrificando a nossa indústria, nossos serviços e, consequentemente, o emprego de milhões de brasileiros. Eles dizem que os juros caem, mas a inflação está caindo e o juro real está aumentando. Quem é pequeno, médio e até mesmo os grandes deixam de investir, porque não vão pagar juros tão altos”, explicou o líder.
Embora o governo do ilegítimo insista em responsabilizar a presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff por esse desastre econômico e social, os dados não mentem. Para os mal intencionados, continua valendo o falacioso argumento segundo o qual o governo golpista ainda não teve tempo de “arrumar a casa”. Na verdade, a lógica é inversa: o tempo que o governo já teve foi utilizado para desarrumar o País com medidas que aceleram e agravam o desemprego no País.
Vale lembrar que há pouco mais de dois anos, quando Dilma encerrava seu primeiro mandato, em 2014, a crise política já estava instalada, o Brasil ainda sentia os efeitos da crise econômica mundial e, ainda assim, o País vivia uma situação de pleno emprego. As informações são do próprio IBGE, que, ao divulgar o resultado do desemprego em novembro e dezembro daquele ano, mostrou que o índice era de 4,8% e caiu para 4,3% no último mês do mandato de Dilma. Assista à matéria do Jornal da Globo em que, à época, a própria emissora exibiu reportagem sobre o assunto (“Brasil encerra 2014 com a menor taxa de desemprego já registrada”) e reconheceu o feito do governo Dilma.
No geral, a presidenta fechou seu último ano de primeiro governo com uma média de desemprego – entre janeiro e dezembro – de 4,8%, configurando-se como o menor percentual de toda a série da Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Veja aqui os dados detalhados do IBGE. Mais que isso, o instituto mostrou naquele ano de 2014 que a média de desempregados foi estimada em 1,176 milhão, contingente 54,9% menor que o de 2003 – primeiro ano do governo Lula, que, de fato, havia herdado de seu antecessor tucano – o ex-presidente FHC – um País afundado em desemprego.
Foi justamente Lula quem iniciou o grande ciclo virtuoso de geração de empregos, de incentivo à produção, de apoio à indústria nacional, de estímulo à micro e pequena empresa, fazendo o contrário do que o governo atual faz hoje com o País, implementando uma política econômica que privilegia unicamente o grande capital financeiro, em prejuízo dos setores da economia que, de fato, geram emprego. Portanto, o desemprego em alta é o resultado mais imediato do golpe e é de responsabilidade exclusiva daqueles que criaram e insuflaram uma crise política, que atualmente revela seus efeitos econômicos contra a população brasileira.
Tarciano Ricarto
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