“Na hora de votar na comissão o governo retirou um ou outro parlamentar e substituiu por um pau mandado. Essa é uma situação lastimável, mostra a interferência para tentar evitar a derrota, que é inevitável, porque o povo brasileiro rejeita a reforma”, asseverou o líder petista se referindo à manobra usada pelo governo durante a votação do relatório do deputado Arthur Maia (PPS-BA), na comissão especial na noite de ontem.
De acordo com Zarattini, se o governo não tivesse interferido no processo, sua derrota já começaria na comissão. Em plenário, o governo vai precisar contar com 308 votos para dar cabo ao seu intento. “Se o governo não tivesse feito uma operação, que é um verdadeiro tapetão, de substituir seis deputados na comissão especial, teria sido derrotado. Isso demonstra claramente que Temer não tem votos para aprovar a reforma da Previdência”, reafirmou Carlos Zarattini.
Lembrou o petista que existe uma forte reação da sociedade contra a reforma, fundamentada, principalmente, na paralisação de diversas categorias em todo território nacional, no último dia 28 de abril. Citou ainda o líder a ação dos agentes penitenciários que interromperam a sessão da comissão especial na noite de ontem. “Este é mais um grande sintoma do que está acontecendo na sociedade. A revolta popular contra essa proposta é muito grande”.
Violência – Durante a entrevista coletiva, Zarattini voltou a condenar a violência praticada pelos ruralistas contra trabalhadores sem-terra, índios e quilombolas. “Esta é uma questão muito grave que está acontecendo no país. Os conflitos agrários nas áreas rurais com assassinato de lideranças do MST, como o que ocorreu em Colniza, no Mato Grosso é uma situação gravíssima”, observou Zarattini, que ainda citou conflito no Maranhão, onde vários índios ficaram feridos no embate com ruralistas. “Os setores ruralistas mais radicalizados resolveram desencadear violência de todos os tipos contra os trabalhadores rurais, contra os índios contra quilombolas. É muito grave”, lamentou.
Benildes Rodrigues
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