A atitude, avaliou Zarattini, mas uma vez coloca em xeque todas as operações da Lava Jato. “É o limite da irresponsabilidade, do crime contra os direitos da pessoa humana”, enfatizou o líder do PT. Ele acrescentou que a sua indignação não é porque na cela tem políticos presos. “Isso não pode ser feito com nenhum preso. É crime expô-los de forma sensacionalista. Por isso temos que repudiar e queremos debater esse assunto”.
Zarattini disse que é necessário que a Procuradora-Geral da República, Raquel Dogde, se manifeste sobre o ocorrido. “É preciso que ela se posicione sobre a atitude do MP do Rio, mas também se manifeste sobre a informação divulgada ontem (26) pela Folha de S.Paulo de que a Lava Jato está pressionando a Andrade Gutierrez a acusar o filho do Lula para ter a sua delação premiada aceita. O que pretende o MP? Investigar ou perseguir?”, questionou.
Para Zarattini, o que parece é que o MP de Curitiba quer é fazer uma perseguição, uma criminalização ao presidente Lula para tentar condená-lo e interditar a sua candidatura. “O MP de Curitiba está é atropelando a democracia. Não encontraram uma única prova contra o presidente Lula, mas insistem na perseguição para tentar impedir a sua vitória pela exclusão.
Big Brother – Na avaliação do deputado Paulo Pimenta, os juízes da Operação Lava Jato transformaram os presídios do Rio de Janeiro em “Big Brother”, ao autorizarem a Rede Globo a divulgar imagens da intimidade das celas e das pessoas. “O Brasil assistiu, de maneira perplexa, uma das cenas mais indignas veiculadas na televisão brasileira em todos os tempos. A famosa Rede Globo, com todo o seu histórico de desprezo pela democracia deste País, conseguiu se superar. Evidentemente que isso só foi possível graças a setores do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário deste País, que abdicaram há muito tempo das suas funções e hoje se tornaram verdadeiros capachos da Rede Globo”, criticou.
Paulo Pimenta lembrou que a Câmara é plural, formada por parlamentares dos mais diferentes partidos, ideologias e diferentes trajetórias. “Mas o Parlamento sempre foi uma Casa corajosa e altiva. Se nós não tivermos coragem de dizer para o Brasil que não é possível que nós possamos silenciar diante deste Estado policial, deste Estado de Exceção, que nós estamos vivendo, a história vai nos cobrar, vai cobrar o nosso silêncio”, alertou.
O deputado do PT gaúcho citou ainda que hoje (27), em um evento da revista Veja, o juiz Sergio Moro afirmou que interceptou a presidenta Dilma, mesmo sendo um juiz de primeira instância, mesmo tendo sido repreendido pelo Supremo Tribunal Federal e sendo essa uma prática proibida pela Constituição. “Mas ele (Moro) se acha num nível de impunidade que lhe permite, num evento da Veja, dizer, rasguei a Constituição, e não me arrependo, e sei que não vai acontecer nada comigo porque vocês são meus amigos”, criticou.
E continuou: “Sérgio Moro, o senhor é um criminoso! Se o Conselho Nacional de Justiça tivesse coragem, já teria colocado na pauta a representação que fizemos para que o ele (CNJ) nos diga se um juiz de primeira instância pode interceptar uma ligação de uma oresidenta da República, para que o CNJ nos diga se o senhor pode estar acima da Constituição”
Paulo Pimenta concluiu dizendo que, “o que assistimos no Fantástico ontem e as afirmações de Moro hoje para a Veja, são motivos mais do que suficientes para que esta Casa se levante contra o Estado policial e defenda a democracia e a Constituição”.
Vânia Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara
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