sexta-feira, 29 de maio de 2015

Zarattini participa da III Jornada Parlamentar Brasil-Itália

A Câmara Municipal de São Paulo realiza hoje (29/05), a III Jornada Brasil-Itália, que discute as cidades sustentáveis e a segurança alimentar. O evento conta com a presença do Deputado Federal Carlos Zarattini, da presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Laura Boldrini, do Deputado Fabio Porta  entre outros parlamentares italianos e brasileiros.
 Zarattini participa da mesa que debate o tema: Cidades Sustentáveis. Na abertura, o parlamentar ressaltou um dos principais desafios dos séculos XX e XXI, que é oferecer cidades com melhor qualidade de vida. “Na década de 50 tivemos uma urbanização muito rápida, onde surgiram os problemas de habitação”, lembra.
 O parlamentar falou sobre o Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, que já construiu 2 milhões de moradias. No entanto, ele avalia que “ainda estamos longe de atender às necessidades de toda a população”.


 Transportes
Sem dúvidas o transporte público é um dos temas que mais requer atenção do poder público. Na avaliação de Zarattini, os grandes e médios centros urbanos sofrem com um trânsito caótico, por dois fatores: “a ineficiência do transporte público e, consequentemente, a grande presença de veículos”. Embora o deputado considere que ainda há muito que ser feito, ele ressalta políticas públicas que já contribuíram para a melhoria em alguns segmentos. Ele citou o exemplo dos CEUs (Centros Educacionais Unificados), onde se permitiu integrar a educação e a cultura na cidade de São Paulo. 

“O caos do sistema carcerário contribui para a violência no país”, diz Zarattini

Durante seminário "Sistema Carcerário Brasileiro: realidade, propostas e discussões" nesta quinta-feira, 28, na Câmara dos Deputados, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) defendeu que a situação “caótica” do sistema carcerário brasileiro contribui para manutenção e ampliação da violência no país. De acordo com levantamento do Ministério da Justiça, nos últimos 20 anos a população carcerária no Brasil cresceu 317,9% e o déficit é de 206 mil vagas.


“Não é dentro da cadeia que os presos estão sendo recuperados. E nem a lógica do encarceramento reduz a criminalidade. Porque ao mesmo tempo em que os índices de encarceramento crescem as taxas de violência também. Além disso, já é notório e comprovado que é dentro das cadeias brasileiras onde hoje se formam as grandes quadrilhas e os principais problemas na área de segurança”, destacou Zarattini.

Para o deputado, a aplicação de penas restritivas de direito, conhecidas como “penas e medidas alternativas”, em casos de crimes de baixo potencial ofensivo pode ser a solução para a questão da reincidência nas cadeias brasileiras. “Pesquisas recentes revelam que a reincidência nos presídios chega a 70%. Uma constatação que evidencia a inoperância do sistema atual em ressocializar essas pessoas. Precisamos mudar a concepção de penas. Sem punições alternativas não vamos resolver a questão da reincidência. Não é dentro das cadeias que os presos estão sendo recuperados”. 



Em palestra, o parlamentar defendeu, ainda, que se intensifique o trabalho de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário Brasileiro. "É preciso traçar a radiografia das cadeias, com propostas de superação dos problemas existentes. Essa CPI tem o poder de reabrir os debates sobre a realidade do sistema prisional no Brasil”, Zarattini foi autor do pedido de investigação. 

Crédito da foto: Lucio Bernardo Jr.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Câmara volta atrás, faz manobra e aprova financiamento empresarial



Por: Redação - Carta Capital 

Com articulação de Eduardo Cunha, parlamentares aprovam proposta que permite que os partidos recebem doações privadas



Um dia depois de rejeitar a inclusão do financiamento empresarial de campanha na Constituição, a Câmara dos Deputados organizou uma manobra e colocou o tema em votação novamentecomo parte das discussões da reforma política (PEC 182/07). Com isso, foi aprovada, por 330 votos a 141, uma emenda aglutinativa que permite que partidos, e não candidatos, recebam doações de empresas nas eleições. Se a PEC for aprovada também no Senado, os candidatos continuam proibidos de aceitar financiamento empresarial de forma direta. Mas, na prática, as legendas poderão repassar os valores para seus candidatos nas eleições.A jogada foi organizada com apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha(PMDB), e causou polêmica. O líder do PT, deputado Sibá Machado (AC), argumentou que o acordo foi “quebrado”."É uma tentativa de repor o que foi derrotado, colocando ainda mais confusão no processo eleitoral", complementou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). 
A rapidez com que o tema foi trazido de volta pode ter relação com o julgamento da questão no Supremo Tribunal Federal
(STF). É que as doações de empresas são alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, por parte da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) n o Supremo. Para o órgão, os candidatos não poderiam contar com financiamento empresarial.No ano passado, a maioria dos ministros do Supremo se colocou a favor da proibição de doações de empresas privadas. Os magistrados entenderam que essas doações provocam desequilíbrio no processo eleitoral. Mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Caso, a Câmara não tivesse retomado o tema, o STF poderia decidir a questão."Mudança de sistema, fim da reeleição, é tudo cortina de fumaça. O objetivo é colocar na Constituição o financiamento empresarial. Essa votação é uma coletânea de votos perdidos no Supremo. Perderam no Supremo e agora querem aprovar", resumiu o deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA). O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) chegou a admitir preocupação de que o Supremo acabe por julgar a questão. "Não podemos nos omitir."Diante da polêmica em torno de novas votações sobre o financiamento de campanhas, Cunha suspendeu a sessão e fez reunião com os líderes em busca de entendimento para prosseguir a votação. Acordo fechado, as lideranças voltaram ao plenário e retomaram. Em repúdio, Sibá Machado (AC), disse que o partido não fechará mais acordos para a votação da reforma política. Ele não esclareceu, no entanto, se o PT passará a obstruir os trabalhos. "Vamos mediar com os partidos um a um sobre os temas. Discordamos de qualquer forma de devolver o que já foi votado", disse.

*Com informações da Agência Brasil e Agência Câmara

Embaixadores Árabes refutam imagem negativa e afirmam desejo de paz


Embaixadores representantes do Grupo de Amizade Brasil-Países Árabes, liderados pelo deputado Wadson Ribeiro (PCdoB-MG), reuniram-se nesta terça-feira (26), com a presidenta da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG). Nesta quarta-feira (27), a Comissão realiza audiência pública para discutir denúncias de que terroristas do Estado Islâmico estariam tentando recrutar jovens em território brasileiro. 

No encontro, o grupo composto por representantes da Tunísia, Líbia, Omã e Iraque, conversou sobre a preocupação com a atuação de grupos extremistas islâmicos e a imagem dos países muçulmanos junto ao parlamento brasileiro.


Os diplomatas fizeram questão de reforçar que os valores do Islã estão baseados na paz e que grupos radicais são minoria e não representam a essência pacífica de seus países.

Deputados e especialistas que participaram de audiência sobre na Comissão de Relações Exteriores recomendaram cautela na elaboração de uma lei antiterrorista. A preocupação dos parlamentares é que o combate aos crimes terroristas gere preconceito contra muçulmanos e culmine na retirada de direitos individuais.

"Temos que respeitar todos os povos que vivem no nosso país, levar em conta a contribuição que eles deram. Em segundo lugar, temos que nos proteger, o nosso território e nossa população, mas garantindo que direitos individuais sejam respeitados", disse o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), um dos parlamentares que sugeriu o debate.

Para o chefe do Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas, Jorge Lasmar, uma legislação brasileira antiterrorista não pode simplesmente responder à pressão internacional, mas deve estar atenta a todo o ciclo terrorista e refletir a realidade nacional.

Segundo ele, é preciso tomar cuidado para que não haja um empoderamento do Executivo, uma maior militarização da polícia ou a criminalização de movimentos sociais. "Não devemos cair na tentação de importar modelos internacionais existentes", disse Lasmar. "Terrorismo é um fenômeno complexo e está sempre em mudança."

Sem exaltação

A presidenta da comissão anunciou que fará um debate sereno sobre o tema. “Não nos interesse um clima de Fla X Flu”, explicou, para impedir exaltação nos debates.

Ela chamou a atenção para a necessidade de o Brasil elaborar um sistema antiterror próprio, autônomo, que reflita a realidade nacional. Vamos escutar a sociedade civil, em seguida o governo e saber que respostas ele pretende dar ao problema, anunciou a parlamentar.

O presidente do Conselho de Ética da União Nacional Islâmica (UNI) e vice-presidente da União Mundial da Juventude Islâmica (WAMY), xeque Jihad Hassan Hammadeh, minimizou o efeito de uma legislação específica no combate ao terrorismo no Brasil. Segundo ele, mais do que uma lei específica, o Brasil precisa aplicar as leis existentes no combate ao crime.

"Se quisermos realmente acabar com isso ou nos prevenir, é só aplicar as leis que existem hoje. Não sou contra leis, sou contra a discriminação e o preconceito. É só aparelhar o Exército hoje com as leis existentes. Se as leis que existem não diminuíram a criminalidade, não são as leis novas que vão impedir o terrorismo", disse o xeque na audiência.

Hammadeh também lamentou a imagem de terroristas que hoje pesa sobre a comunidade muçulmana, que reúne mais de 1,5 bilhão de pessoas ao redor do mundo. "Nós, muçulmanos, não reconhecemos o que se fala do islã hoje. Esses grupos (terroristas) não são reconhecidos. Não aceito ninguém me comparar a eles, nem me ligar a atos terroristas. Infelizmente, elas encontram eco em diversos setores da sociedade em diversos países, principalmente na mídia", afirmou.

"Deus no Alcorão sagrado diz que quem tirar a vida de uma pessoa inocente terá matado toda a humanidade. Esse é islã que eu conheço", concluiu.


Do Portal Vermelho
De Brasília, Márcia Xavier, com agências 

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Em discurso, Zarattini critica sistema distrital


Durante sessão ordinária da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 26, o deputado Carlos Zarattini (PT/SP) criticou o sistema distrital misto. "O sistema do distritão é um sistema em que vai cada um correr por conta própria, e isso vai fortalecer ainda mais as direções dos partidos, porque um presidente de diretório municipal, ou diretório estadual, pode sim prejudicar cada um dos candidatos, lançando-se contra um candidato que ele não gosta na base daquele candidato para quebrar a sua votação", alertou.

Leia na íntegra o discurso: 

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria aqui de manifestar a minha posição e a do PT contrária ao sistema distrital misto.

O PSDB avançou no sentido de colocar que metade dos candidatos seriam eleitos pelo voto proporcional, mas basicamente ele mantém a distorção do voto distrital em relação ao qual podemos ver o resultado da Inglaterra. Semana passada, um dos partidos ingleses que obteve 14% dos votos elegeu apenas um Deputado na Câmara dos Deputados da Inglaterra. Essa distorção é brutal!

Portanto, nós não podemos aceitar que o sistema distrital seja implantado no Brasil, ainda mais proveniente de uma proposta para que a definição dos distritos seja feita pelos Tribunais Eleitorais. Vejam, senhoras, essa decisão é fundamental.

O jornal Estado de São Paulo mostrou claramente que, conforme se dividissem os distritos na cidade de São Paulo, o PSDB teria maioria. Se fosse em outra divisão, o PT teria maioria. Portanto, a divisão é também política.

Mas eu queria alertar todos os Deputados e Deputadas para o seguinte: o Deputado Marcelo Castro está distribuindo aqui um panfleto em que mostra claramente os problemas do distritão. Quero alertar a todos os senhores e senhoras que esse sistema eleitoral, em que cada um dos candidatos vai correr por conta própria, vai lutar por conta própria, vai trazer ainda mais distorções e problemas para o sistema eleitoral brasileiro.

É também importante dizer que vai poder haver uma restrição do número de candidatos, impedindo a renovação política, e esse impedimento da renovação política é muito ruim para a democracia. Temos que garantir, sim, que haja renovação, porque a renovação é a essência da democracia, é a possibilidade de novas forças, novas pessoas, novos anseios adentrarem o campo político.

Queríamos aqui conclamar que temos que manter o sistema proporcional. O sistema proporcional desde a década de 40 vigora em nosso País e garante uma boa representatividade, garante que as correntes minoritárias na sociedade possam estar representadas no Parlamento Federal, nas Assembleias Legislativas, possam estar presentes nas Câmaras de Vereadores. 

Essa é a essência da democracia, que todas as correntes possam vir e não jogar toda a campanha sob a única vontade, à disposição de um único candidato sozinho fazer a sua disputa, sem estar vinculado a um partido, sem estar vinculado a uma estrutura mais ampla. Seria uma eleição mais cara. Seria uma eleição muito.




Zarattini também destacou que o sistema poderá impedir a renovação política e limitar a democracia. "É também importante dizer que vai poder haver uma restrição do número de candidatos, impedindo a renovação política, e esse impedimento da renovação política é muito ruim para a democracia. Temos que garantir, sim, que haja renovação, porque a renovação é a essência da democracia, é a possibilidade de novas forças, novas pessoas, novos anseios adentrarem o campo político".

O sistema do distritão é um sistema em que vai cada um correr por conta própria, e isso vai fortalecer ainda mais as direções dos partidos, porque um presidente de diretório municipal, ou diretório estadual, pode sim prejudicar cada um dos candidatos, lançando-se contra um candidato que ele não gosta na base daquele candidato para quebrar a sua votação.


terça-feira, 26 de maio de 2015

Zarattini recebe a mais alta condecoração do Exército

Em solenidade exclusiva, o Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, condecorou nesta terça-feira, 26, em Brasília, o deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP) com a medalha da Ordem do Mérito Militar, no grau de Comendador. Considerada a mais elevada distinção honrosa do Exército Brasileiro, a homenagem foi concedida diante do trabalho realizado pelo parlamentar em prol do país e do Exército Brasileiro.

Zarattini, que é o segundo vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e presidente da Frente Parlamentar Mista da Defesa Nacional, agradeceu às homenagens e afirmou que dará continuidade ao trabalho em prol do desenvolvimento dos projetos estratégicos das Forças Armadas. “Vamos continuar lutando para construir uma política de defesa realmente forte e que garanta que nós possamos manter a nossa soberania nacional, garantir nosso território e a democracia no nosso país. E, especialmente, que possamos garantir o desenvolvimento social”.

Em discurso, o general Villas Bôas lembrou que a Ordem do Mérito Militar foi criada em 1934. “Esse ato é um reconhecimento da Força a um parlamentar que tem pautado sua trajetória, sua atuação parlamentar, perfeitamente integrado e associado às questões da defesa do nosso país. Isso pra nós é muito comemorado porque sua atuação demonstra a compreensão de que a Defesa deixou de alvo restrito essencialmente aos militares. E tão mais forte será a defesa do país, quanto mais forte for a participação de outros setores da sociedade. E,principalmente, quanto maior for a compreensão dos nossos parlamentares, do Poder Legislativo, da importância da defesa para o país”. 

Crédito das fotos: Assessoria do Exército 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Zarattini defende política de enfrentamento à crise econômica e rechaça entreguismo tucano em relação à Petrobras

Em discurso contundente proferido na tribuna da Câmara, nesta quinta-feira (21), o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) voltou a defender a política econômica adotada nos governos Lula/Dilma. Na avaliação dele, foi essa política que conseguiu atenuar os efeitos da crise financeira que dominou o cenário internacional em 2009 e perdura nos dias atuais. Ele lembrou que para enfrentar a crise econômica, a presidenta Dilma tem procurado retomar o crescimento com investimentos em infraestrutura.

“Para por em prática essa política, a presidenta Dilma vem adotando medidas de ajuste reivindicadas pelos empresários com propostas similares aquelas preconizadas pela oposição. No entanto, a oposição teima, sistematicamente, em tentar obstruir e impedir que essas medidas de ajuste sejam tomadas”, denunciou Zarattini.        
                                                                                                                                                                                 

O deputado fez questão de frisar que, apesar da obstrução liderada pelo tucanato, um dos ícones da área econômica do PSDB, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, em artigo recente, afirmou, segundo Zarattini, que a nova política econômica do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já vem produzindo resultados com o aumento do desemprego e a redução da massa salarial, principalmente na indústria.

Zarattini disse também que presidenta Dilma tem buscado outras fontes de recursos para realizar os investimentos em infraestrutura. Nesse contexto, ele apontou o acordo que o Brasil firmou com a China, que prevê investimento de mais de US$ 53 bilhões. Para ele, essa iniciativa trará a médio e curto prazo, a criação de mais empregos e renda para os trabalhadores. “Dessa forma, a presidenta tem tomado iniciativas que demonstram seu firme propósito de superar a crise”.

Grandes Fortunas - Para Carlos Zarattini, o enfrentamento da crise passa também pela taxação de atividades especulativas como as letras de crédito imobiliárias; dos juros sobre capital; dos dividendos, entre outros. Nessa perspectiva, o parlamentar petista defende a aplicação do que determina a Constituição no que se refere à  a tributação sobre as grandes fortunas e a tributação sobre herança. “Não é possível que essas grandes fortunas que se formam ao longo de anos, principalmente devido ao esforço de milhares e milhões de trabalhadores, acabem sendo transferidas sem nenhuma tributação”, disparou.

“Isso, sim, nos daria as condições para que tivéssemos recursos não só para garantir melhoria na qualidade do atendimento à população nas áreas da saúde e da educação, garantindo o mínimo constitucional para que a gente possa evoluir nessas duas áreas, como também para ter investimentos em infraestrutura, que são fundamentais para melhorar a produtividade em nosso País”, atestou Zarattini.

Petrobras - Durante seu pronunciamento o petista denunciou o entreguismo por trás do debate que a oposição e a mídia insistem em pautar sobre a Petrobras e rechaçou a tentativa de revisão do regime de partilha do pré-sal, proposta por integrantes do PSDB.

"Nosso esforço também tem se concentrado em manter o controle do Governo sobre as atividades econômicas estratégicas, como a exploração do pré-sal com uma reserva de mais de R$ 16 bilhões em barris de petróleo. Esse propósito da presidenta Dilma, que é também do PT e da nossa bancada, tem no campo interno a atuação prejudicial, diria mesmo, entreguista da oposição”, denunciou Zarattini.

De acordo com o petista, o modelo de partilha do pré-sal instituído no governo Lula e referendado no governo da presidenta Dilma corre risco com projeto de lei do Senado (PLS 417/14), de autoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que propõe a extinção do regime de partilha de produção do pré-sal. Segundo Zarattini, essa proposta tem anuência do outro senador tucano do estado de São Paulo, José Serra, e eles alegam que a Petrobras não tem condições econômicas de participar como operadora dos contratos de partilha.

“Esses senadores do meu estado dizem que atuam em defesa da Petrobras, mas quando propõem o regime de exploração do pré-sal por meio de concessões e, não, da partilha, sem a participação da Petrobras, estão buscando a privatização da empresa, aliás, tese que, desde o governo Fernando Henrique Cardoso, vem sendo apoiada pelo tucanato”, lembrou o petista.

Essa manobra, disse o petista, comprovam que “eles trabalham em defesa de uma Petrobrax, entregando nossa principal empresa e uma das maiores do mundo para as grandes petroleiras Exxon, Mobile Oil, Chevron, Shell...”.

“Quantos países não ficam para trás no crescimento econômico porque não têm energia suficiente para poder avançar? Quantos países sofrem por conta disso? E nós, somos um país rico em petróleo, somos um país rico em energia hidrelétrica, somos um país rico em etanol, somos um país rico em ventos e em energia solar, e nós queremos que isso continue sendo uma riqueza que possa trazer benefícios ao nosso povo brasileiro. E por isso, a nossa bancada vai continuar lutando nesta Casa”, reiterou Zarattini.
 

Benildes Rodrigues
Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

 

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Zarattini fala sobre a crise econômica global e sobre situação da Petrobras

Durante discurso no plenário da Câmara, nesta quinta-feira (21), o deputado Carlos Zarattini (PT/SP) tratou de vários temas que estão na ordem do dia do Congresso e do país. O parlamentar falou sobre a crise econômica global, o projeto de terceirização votado recentemente pela Câmara e a situação da Petrobras. Na sua fala, o parlamentar lembrou ainda da importância da participação do PMDB na articulação política e destacou o sistema de partilha do pré-sal. Veja na íntegra o discurso do deputado.


Crise Econômica, eleições e ajustes:

O SR. CARLOS ZARATTINI: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, público que nos ouve pela TV Câmara e pela Rádio Câmara, nós gostaríamos de fazer um pronunciamento hoje sobre a crise econômica.

A crise econômica global iniciada em 2008/2009 nos Estados Unidos e que atingiu duramente as economias dos países desenvolvidos bateu às nossas portas. Essa crise, é bom relembrar, iniciou-se com a quebra de um dos maiores bancos norte-americanos, o Lehman Brothers e foi o resultado da hegemonia avassaladora que o capital financeiro exerce na economia global. Essa hegemonia faz com que a máquina financeira continue a ser um fator de grande riscos e incertezas, o que pode levar todo o sistema econômico, ainda sem regulamentação, a uma nova quebradeira. Os nossos Governos de Lula e Dilma adotaram uma política econômica que, principalmente pelos seus acertos, conseguiu até meados de 2013 atenuar os efeitos dessa crise global para os que vivem do suor de seu trabalho. 


As eleições presidenciais de 2014 foram acirradas, com o apoio de uma mídia acentuadamente oposicionista. Felizmente, com a formação de uma ampla frente de forças econômicas, sociais e políticas, com os êxitos obtidos nos 8 anos de mandato do Presidente Lula e no primeiro mandato da companheira Dilma, conseguimos a vitória eleitoral por uma margem estreita de votos.A oposição, inconformada com o resultado eleitoral, alegando fraude na contagem dos votos e apoiada por setores da mídia, desencadeou uma crise política vocalizada no Fora, Dilma.

Reconheço que faltou ao Governo Dilma, no início deste segundo mandato, apesar das promessas de diálogo feitas no discurso de posse, uma compreensão política maior de que a aliança dos partidos não se resume à soma dos tempos de televisão no período eleitoral nem mesmo à distribuição de Ministérios e cargos na formação do Governo.

A Oposição, no momento mais agudo da crise, quando conseguiu mobilizar setores conservadores da sociedade, um deles inclusive pediu abertamente a intervenção militar e uma nova ditadura, chegou a reivindicar o impeachment da Presidenta sem nenhuma base legal e, sobretudo, política. Felizmente, a Presidenta Dilma soube atuar politicamente, para reverter a crise política em andamento, e chamou para a coordenação política do Governo o PMDB, principal partido da aliança eleitoral, responsável pela nossa vitória. Tratava e trata-se de que todos os partidos responsáveis pela vitória eleitoral participem efetivamente também das decisões do Governo para enfrentar a crise, o que vem agora ocorrendo sob a coordenação do Vice-Presidente, Michel Temer. Na Câmara, na disputa eleitoral pela Presidência da Casa, a nossa bancada se afastou dessa correta política de alianças.

É importante observar que, no mundo globalizado de hoje, as nações desenvolvidas, particularmente os Estados Unidos, que tiveram sempre na América do Sul o seu quintal, estavam desde o Governo Lula em discordância com a orientação da nossa política externa. Não aprovavam o nosso apoio aos governos progressistas da América do Sul e abertamente criticaram a criação da UNASUL. A própria Presidenta Dilma e a PETROBRAS, empresa estratégica para a conquista da nossa soberania, foram vigiadas pelo Governo norte-americano.


                                              

Para enfrentar a crise econômica, a Presidenta Dilma, sob a pressão do mundo empresarial e particularmente do setor financeiro, tem procurado retomar o crescimento com investimentos em infraestrutura. Para por em prática essa política, a Presidenta vem adotando medidas de ajuste reivindicadas pelos empresários com propostas similares aquelas preconizadas pela Oposição. No entanto, a Oposição teima sistematicamente em tentar obstruir e impedir que essas medidas de ajuste sejam tomadas.

O atual Ministro da Fazenda e também o titular do Banco Central têm como uma das suas principais metas estabilizar a inflação e reobter a confiança dos empresários. Isso vem sendo feito muitas vezes com a redução do nível de emprego e da renda dos assalariados, que era um programa proposto pela Oposição.

Tanto isso é verdade que um dos seus principais economistas do PSDB, o Sr. Luiz Carlos Mendonça de Barros, escreveu em recente artigo que a nova política econômica do Ministro Levy já vem produzindo resultados com o aumento do desemprego e a redução da massa salarial, principalmente na nossa indústria. 

Juros e atuação dos bancos

O Banco Central tem dado também a sua cota, adotando uma política monetária de continuada elevação da taxa de juros, a pretexto de reduzir a inflação para a meta de 4,5%, exatamente na contramão da política adotada pelos Estados Unidos, pelo Japão e agora pela comunidade europeia, que buscam retomar o crescimento com taxas de juros mais baixas, estímulos fiscais e medidas protecionistas. 

Os bancos estão muito felizes com essa política do Banco Central, até porque nós temos observado aumentos na sua lucratividade de mais de 40%. É necessário, Sras. e Srs. Deputados, que nós tenhamos uma política que também leve em conta a taxação do capital — por exemplo, a taxação de atividades especulativas como as letras de crédito imobiliárias, que não são taxadas; a taxação dos juros sobre capital, que não é taxado; os dividendos, que também não são taxados —, e que nós apliquemos aqui efetivamente aquilo que está na nossa Constituição: a tributação sobre as grandes fortunas e a tributação sobre herança. Não é possível que essas grandes fortunas que se formam ao longo de anos, principalmente devido ao esforço de milhares e milhões de trabalhadores, acabem sendo transferidas sem nenhuma tributação sequer. 

Isso não é uma política, uma invenção, da esquerda brasileira. Isso é uma política aplicada em todo o mundo. Isso é uma política levada a cabo no mundo capitalista. E não há por que, no Brasil, nós não fazermos essa discussão e não fazermos uma regulamentação dessa tributação. 

Isso, sim, nos daria as condições para que tivéssemos recursos não só para garantir melhoria na qualidade do atendimento à população nas áreas da saúde, da educação, garantindo o mínimo constitucional para que a gente possa evoluir nessas duas questões; como também para ter investimentos em infraestrutura, que são fundamentais para melhorar a produtividade em nosso País. 

Eu divirjo aqui do ex-Deputado e ex-Ministro Delfim Netto, que outro dia escreveu que se ganhava produtividade reduzindo a folha de pagamento das empresas. Não, eu divirjo. Muitas vezes concordei com o ex-Deputado Delfim Netto. 

Mas, nesse ponto, eu considero que nós ganhamos produtividade,sim, com a inovação das empresas, fazendo pesquisa científica e tecnológica, com a melhoria da infraestrutura nacional, para que os preços dos nossos produtos sejam barateados, a população possa consumir mais e o Brasil exportar mais.

Portanto, é necessário que nós façamos uma discussão efetiva da política econômica que vem sendo adotada no ajuste. Queremos ajuste, sim. O Brasil não pode gastar mais do que arrecada. O Governo não pode gastar mais do que arrecada. Mas, efetivamente, nós precisamos de que esse ajuste seja distribuído corretamente, ou seja, aqueles que têm mais e ganham mais que paguem também mais, para que essa crise seja debelada.

É claro que a Presidenta Dilma tem buscado encontrar outras fontes de recursos para realizar os investimentos em infraestrutura. Significativo é o acordo com a China, que prevê o investimento de mais de 53 bilhões de dólares, que, certamente, no médio e no curto prazo, reverterão na criação de mais empregos e renda para os trabalhadores.

Dessa forma, a Presidenta tem tomado iniciativas que demonstram seu firme propósito de superar a crise, não só com o ajuste que até o momento tem sobrecarregado os assalariados.

Terceirização

Além disso, setores empresariais que não atentam para as raízes da crise, conseguiram reativar duras medidas contra os assalariados em geral,como, por exemplo, o projeto de terceirização da mão de obra, que causa sérios danos ao emprego e à renda, inclusive aos trabalhadores das atividade-fim das empresas, com perdas irrecuperáveis de direitos estabelecidos não só na Constituição Cidadã de 5 de outubro de 1988 como também até na Consolidação das Leis do Trabalho, editada em 1943 por Getúlio Vargas, e também nos acordos e convenções coletivas que são negociados ano a ano em cada uma das empresas pelos sindicatos de todas as centrais sindicais, inclusive os da Força Sindical,que veio aqui defender essa medida absurda. Esses contratos e acordos coletivos serão simplesmente rasgados à medida que a atividade-fim também seja atingida pela terceirização.

É claro que o nosso partido, a Central Única dos Trabalhadores e os movimentos sociais se opõem a essas medidas de ajuste, e a nossa bancada, alinhada com essa visão, tem procurado corrigir os exageros de uma conta que vem recaindo mais sobre os ombros dos trabalhadores do que sobre o capital financeiro e dos empresários.

Petrobras e a partilha dos royalties do pré-sal

Nosso esforço também tem se concentrado em manter o controle do Governo sobre as atividades econômicas estratégicas, como a exploração do pré-sal com uma reserva de mais de 16 bilhões de reais em barris de petróleo. Esse propósito da Presidenta Dilma, que é também do PT e da nossa bancada, tem no campo interno a atuação prejudicial — diria mesmo — entreguista da oposição. 

O regime de partilha para exploração do petróleo do pré-sal tem em dois Senadores tucanos do meu Estado, o Senador Aloysio Nunes Ferreira e o Senador José Serra, ferozes opositores. O primeiro deles apresentou no Senado o PLS 417/14, que busca extinguir o regime de partilha para os contratos de exploração do pré-sal, alegando que a PETROBRAS não tem condições econômicas de participar como operadora dos contratos de partilha, o que garante a total soberania sobre a exploração dos poços do pré-sal. Já o Senador José Serra, na mesma linha do Senador Aloysio Nunes, apresentou o PLS 131/15, retirando a participação da PETROBRAS como operadora que investe 30% nos campos do pré-sal. 




Esses Senadores do meu Estado dizem que atuam em defesa da PETROBRAS, mas, quando propõem o regime de exploração do pré-sal por meio de concessões e, não, da partilha — sem a participação da PETROBRAS —, estão buscando a privatização da empresa, aliás tese que, desde o Governo Fernando Henrique Cardoso, vem sendo apoiada pelo tucanato. Na verdade, eles trabalham em defesa de uma Petrobras, entregando nossa principal empresa e uma das maiores do mundo para as grandes petroleiras ExxonMobile Oil, Chevron, Shell, etc. 

Como bem observou o jornalista Jânio de Freitas, o Senador José Serra, em entrevista a GloboNews,disse que a empresa (a PETROBRAS) nem dispõe de quadro funcional para a atividade que a lei lhe confere no pré-sal. Mas o corpo técnico da Petrobras é considerado o mais competente no mundo para exploração em ação profundas — e foi, inclusive, premiado por isso — (...) no pré-sal, os técnicos da Petrobras fazem extração até a oito quilômetros de profundidade. 

Esse é um orgulho do nosso povo brasileiro: a tecnologia que foi desenvolvida por engenheiros brasileiros, que levou a cabo a exploração do pré-sal e que garante a autonomia energética do nosso País.

Os que querem na verdade privatizar a PETROBRAS tentam dar uma imagem de uma empresa em que a corrupção campeia desqualificando a sua ação. Alegam que não há financiamento para a PETROBRAS cumprir sua parte nos contratos de partilha do pré-sal, o que é uma mentira. 

Ao contrário, a PETROBRAS tem conseguido financiamento no plano interno e também no externo, como por exemplo, no recente acordo com a China, está assegurado o financiamento de mais de 5 bilhões de reais pelo Banco do Desenvolvimento da China, além dos 3,5 bilhões de dólares de financiamento recente.

Também o atual conselho de administração liberou a estatal para emitir até 3 bilhões de debêntures para reforçar seu caixa. Eu explico: debêntures são títulos com vencimento de 15 anos, que vão ser oferecidos para a venda dentro do País.

A situação financeira, econômica e operacional da PETROBRAS — Deputado Pedro Uczai — nada tem de catastrófica, conforme as visões das chamadas agências de avaliação de risco e de alguns analistas, que querem, com a ajuda da grande mídia, fazer crer a opinião pública que isso acontece.

Para concluir, Sr. Presidente, eu gostaria de dizer que nossa bancada vai continuar aqui, neste plenário, nesta Casa, neste Congresso Nacional, defendendo esses valores, defendendo o povo brasileiro, defendendo a distribuição de renda e o desenvolvimento nacional, defendendo que a PETROBRAS continue sendo uma empresa brasileira, uma empresa forte, uma empresa com grande participação na exploração do petróleo neste País, porque nós temos certeza de que não podemos prescindir da riqueza energética, porque ela é fundamental para que nós tenhamos o nosso desenvolvimento.


Quantos países não ficam para trás no crescimento econômico porque não têm energia suficiente para poder avançar? Quantos países sofrem por conta disso? E nós, Deputado Pedro Uczai — V.Exa. conhece muito bem isso —, somos um país rico em petróleo, somos um país rico em energia hidrelétrica, somos um país rico em etanol, somos um país rico em ventos e em energia solar, e nós queremos que isso continue sendo uma riqueza que possa trazer benefícios — a quem? — ao nosso povo brasileiro, aos mais humildes brasileiros que vivem na periferia das grandes cidades, aos que vivem no interior deste País, nos lugares mais distantes da Amazônia, em todos os cantos, em todos os rincões. É por isso que a nossa bancada vai continuar lutando nesta Casa.
Muito obrigado, Sr. Presidente. Muito obrigado, Sras. e Srs. Deputados.

Fotos: Zeca Ribeiro

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Na Comissão de Relações Exteriores, Ministro da Defesa participa de audiência

A manutenção dos projetos estratégicos das Forças Armadas, orçamento da pasta e aumento no salário dos militares foram os principais temas discutidos nesta quarta-feira durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados com o ministro da Defesa, Jaques Wagner. Na sua apresentação inicial, o ministro destacou o andamento dos principais projetos na área da Defesa Nacional como o Programa de Desenvolvimento de Submarinos Prosub, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, Sisfron, aquisição dos caças Gripen NG e da fabricação do KC 390.



                                                     Antonio Augusto


Confira a cobertura completa da audiência pública.  


Reforma Política: “Distritão" vai contra uma tradição da política brasileira, diz Zarattini

O deputado Carlos Zarattini (PT/SP) defendeu nesta terça-feira, 19, um sistema eleitoral que reforce a atuação dos partidos e o voto nas listas partidárias. Durante reunião da Comissão Especial da Reforma Política, o parlamentar criticou ainda o sistema de "Distritão", no qual os mais votados em cada estado são eleitos independente do partido político. Modelo proposto no relatório do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI). Se aprovado o sistema proporcional atual seria substituído por um majoritário.

Zarattini anunciou que Partido dos Trabalhadores deve passar a defender o sistema distrital misto para a eleição de deputados na busca pelo entendimento. Esse modelo combina o voto majoritário e o proporcional. Inicialmente, o partido defendia o sistema proporcional, com listas fechada de candidatos.

“Somos contra a proposta do "distritão" porque vai contra uma tradição da política brasileira, o voto proporcional. Um voto que sempre garantiu a representação de setores, ideias e partidos minoritários. Esse sistema acaba com essa ideia de proporcionalidade. Vamos defender uma proposta que é intermediária, que nós aceitamos uma composição com o voto distrital misto, porque ele garante a representação dos distritos e mantém a representação proporcional garantindo que as ideias minoritárias sejam representadas”, destacou o parlamentar paulista.

A proposta prevista no relatório prevendo financiamento privado de campanha também foi criticada pelo petista. “Nós não concordamos que se mantenha o financiamento privado das campanhas. Mas ainda que se mantenha o financiamento das empresas. Essa vinculação de empresa privada e atividade política é a porta de entrada da corrupção nos sistema político. Nós defendemos o financiamento público e por meio de pessoas físicas, mas com limite de doação”.


 O presidente da Comissão, deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ) agendou para próxima segunda e terça-feira a votação do relatório do deputado Marcelo Castro (PMDB/PI).

terça-feira, 19 de maio de 2015

Zarattini defende orçamento plurianual para a Defesa

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) defendeu, nesta terça-feira (19), que o Brasil discuta a possibilidade de estabelecer orçamento plurianual para a Defesa. O objetivo é evitar o contingenciamento de recursos e a paralisação de projetos estratégicos das Forças Armadas. A proposta foi apresentada durante palestra na Câmara dos Deputados sobre o tema “A Segurança e a Defesa: Suas implicações para o desenvolvimento nacional”.

 “Ainda não conseguimos localizar efetivamente uma fonte que garanta recursos perenes para as Forças Armadas. A nossa ideia é promover o debate sobre a criação de um orçamento próprio, específico, para as Forças e que seja plurianual. Sem poder ser contingenciado ou reduzido”, afirmou Zarattini, que é o segundo vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e presidente da Frente Parlamentar Mista da Defesa Nacional. 
Foto: Richard Silva
Em sua exposição, Zarattini defendeu também a manutenção dos projetos estratégicos que tratam da segurança e da defesa. “Essa decisão de se criar a Estratégia Nacional da Defesa voltou a colocar o assunto defesa em pauta. Por isso, é imprescindível que a Câmara incentive o debate na academia e na sociedade e apoie ações políticas, legislativas e orçamentárias que garantam a continuidade dos projetos. Discutindo defesa vamos trabalhar para o desenvolvimento do país”, disse o deputado paulista.

A mesa de abertura contou ainda com a presença da presidente da Comissão de Relações Exteriores e da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), e da assessora especial do ministro da Defesa e ex-deputada federal Perpétua Almeida.

O evento foi organizado pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional em parceria com o Ministério da Defesa. Mais de 300 estudantes em maioria coronéis das Forças Armadas do Curso Superior de Defesa, Cursos de Altos Estudos da Escola Superior de Guerra, da Escola de Guerra Naval, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica, além de Oficiais Superiores da Alemanha, Equador, Venezuela, Líbano e Peru participaram da palestra.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Zarattini renuncia à vice-liderança do governo após votar contra o Planalto


Brasília, 14 - Um dia após ter votado favoravelmente à mudança no fator previdenciário, contrariando a orientação do PT e do Palácio do Planalto, o vice-líder do governo na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), entregou o posto na linha de liderança governista. Ele, contudo, tergiversou quando questionado se a renúncia não teria sido forçada. "Eu tomei a iniciativa de fazer isso", disse.

Zarattini considerou exagerada a acusação do líder do governo, José Guimarães (PT-CE), que colocou na conta do deputado paulista a derrota do governo no fator previdenciário. "Acho que o líder exagerou um pouco", considerou.

Segundo o deputado, a maioria da bancada petista era favorável à mudança do fator previdenciário, mas preferiu acompanhar a orientação do governo. Zarattini foi um dos deputados do PT que votaram contra a orientação do governo.

Segundo ele, foi sugerido ao governo que se antecipasse à emenda do PTB apresentando uma proposta de mudança no fator previdenciário. O Planalto se recusou e a Câmara acabou aprovando a fórmula 85/95. Com isso, quando a soma da idade e do tempo de contribuição à Previdência for de 85 anos, no caso das mulheres, e 95 anos, para os homens, a aposentadoria será feita mantendo o teto da Previdência.

Zarattini foi o relator da medida provisória 664, na qual foi incluída a emenda. No último momento, ele apoiou a emenda do PTB, o que causou revolta na base aliada do Planalto. O líder do PSD, Rogério Rosso (DF), foi um dos que protestaram contra a postura do relator.

A gritaria foi alta e os rumores são de que o PT decidiu "demitir" Zarattini da vice-liderança. "Houve uma divergência ontem na votação que implicou na reclamação do líder do PSD, o Rosso", reconheceu o petista.
Fonte: Agência Estado

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Câmara aprova MP 664 que trata da pensão por morte e auxílio doença

Com 278 votos a favor, 167 contra e apenas uma abstenção, os deputados aprovaram nesta quarta-feira, 13, o texto-base da Medida Provisória 664 que trata do pagamento de pensões previdenciárias como pensão por morte e auxílio doença. Nesta quinta-feira, o plenário da Câmara dos Deputados vai seguir apreciando os destaques apresentados à matéria. Segundo o relator da matéria, deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP), a proposta apreciada não prejudica e nem restringe direitos dos trabalhadores. “Nos preocupamos em acertar as regras de acesso sem deixar de amparar os trabalhadores”.


Na avaliação de Zarattini, a proposta aprovada corrige distorções. Segundo o deputado, o seu relatório é fruto do diálogo com os líderes partidários, centrais sindicais, governo e a sociedade. “Promovemos diversos avanços que acredito garantiram as condições políticas necessárias para a votação positiva na Câmara. Acredito que o texto-base atendeu os trabalhadores, garantindo também a sustentabilidade da Previdência Social, que é uma previdência pública para atender todos os trabalhadores do Brasil”. 

Para o relator, que também é vice-líder do governo na Câmara, a MP avançou muito na comissão especial em que foi analisada. Por exemplo, o texto original previa dois anos de casamento ou união estável e dois anos de contribuição. O novo texto reduz o tempo de contribuição para 18 meses e mantém 24 meses de casamento ou união estável. 

O relatório de Zarattini alterou a tabela de duração do benefício, favorecendo os beneficiados com mais de 30 anos. Veja na tabela a seguir como ficou a matéria.

PLV
Idade na data do óbito
Duração Pensão (anos)
44 anos ou mais, ou se inválido ou deficiente
Benefício vitalício
41 a 43 anos
20
30 a 40 anos
15
27 a 29 anos
10
21 a 26 anos
6
Menos de 21 anos
3


Caso, o tempo de casamento ou de contribuição forem inferiores ao necessário para o benefício, todos os trabalhadores beneficiários de uma pensão por morte terão direito a quatro meses de recebimento desse benefício. 

A exceção a essa regra vai ocorrer quando houver filho ou irmão menor de 21 anos, cônjuge for inválido - com deficiência intelectual/mental ou deficiência grave ou se o falecimento decorrer de acidente de qualquer natureza ou doença profissional.

Zarattini retirou o artigo que limitava o valor da pensão. No texto da MP, o valor da pensão de 100% passaria para 60%, somando mais 10% por dependente menor de 21 anos. “Nós rejeitamos essa proposta e garantimos 100% para todas as pensões. Não haverá redução. Todos vão receber 100% das pensões”.


Auxílio doença

Com relação ao auxílio-doença, o relator manteve o texto original da MP que obriga as empresas a pagarem ao seu empregado o salário durante os 30 primeiros dias de afastamento. O cálculo do benefício não poderá exceder a média das últimas 12 contribuições. De acordo com o texto, a Previdência Social poderá estabelecer convênios para realização de perícias médicas prioritariamente com o Sistema Único de Saúde - SUS, com os órgãos do Sistema “S”. 

Fator previdenciário

Durante a votação da MP 664, os parlamentares aprovaram emenda que tratava do cálculo utilizado para a concessão de aposentadorias para fator previdenciário. A emenda propõe a somatória de tempo de contribuição com a idade mínima para efeito de cálculo de aposentadoria. De acordo com a nova fórmula, as mulheres passariam a ter direito à aposentadoria integral quando a soma da idade ao tempo de contribuição for igual a 85 anos e os homens a soma deve atingir 95 anos. “Nós somos favoráveis a nova regra conhecida como 85/95. A partir dessa somatória, não se aplicaria o fator previdenciário, então isso beneficiaria muito as pessoas que já tem condição de se aposentar, mas não se aposentam porque o fator previdenciário reduz o valor de sua aposentadoria” defendeu.

Crédito da foto: Zeca Ribeiro


segunda-feira, 11 de maio de 2015

NOTA DO SISTEMA ONU NO BRASIL SOBRE A PROPOSTA DE REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

O Sistema ONU no Brasil acompanha com preocupação a tramitação, no Congresso Nacional, de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 171/1993) que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos de idade e o debate nacional sobre o tema.

O Sistema ONU condena qualquer forma de violência, incluindo aquela praticada por adolescentes e jovens. No entanto, é com grande inquietação que se constata que os adolescentes vêm sendo publicamente apontados como responsáveis pelas alarmantes estatísticas de violência no País, em um ciclo de sucessivas violações de direitos.
Dados oficiais mostram que, dos 21 milhões de adolescentes que vivem no Brasil, apenas 0,013% cometeu atos contra a vida. Os adolescentes são muito mais vítimas do que autores de violência. Estatísticas mostram que a população adolescente e jovem, especialmente a negra e pobre, está sendo assassinada de forma sistemática no País. Essa situação coloca o Brasil em segundo lugar no mundo em número absoluto de homicídios de adolescentes, atrás da Nigéria.

Os homicídios já são a causa de 36,5% das mortes de adolescentes por causas não naturais, enquanto, para a população em geral, esse tipo de morte representa 4,8% do total. Somente entre 2006 e 2012, pelo menos 33 mil adolescentes entre 12 e 18 anos foram assassinados no Brasil. Na grande maioria dos casos, as vítimas são adolescentes que vivem em condições de pobreza na periferia das grandes cidades.



O Sistema ONU alerta que, se as infrações cometidas por adolescentes e jovens forem tratadas exclusivamente como uma questão de segurança pública e não como um indicador de restrição de acesso a direitos fundamentais, a cidadania e a justiça, o problema da violência no Brasil poderá ser agravado, com graves consequências no presente e futuro.

O sistema penitenciário brasileiro já enfrenta enormes desafios para reinserir adultos na sociedade. Encarcerar adolescentes jovens de 16 e 17 anos em presídios superlotados será expô-los à influência direta de facções do crime organizado. Uma solução efetiva para os atos de violência cometidos por adolescentes e jovens passa necessariamente pela análise das causas e pela adoção de uma abordagem integral em relação ao problema da violência.

Investir na população de adolescentes e jovens é a chave para o desenvolvimento. Dificilmente progressos sociais e econômicos poderão ser alcançados nos próximos anos sem os investimentos certos nesta que é a maior população jovem da história: no mundo, são mais de 1,8 bilhão de adolescentes e jovens (10 a 24 anos), e no Brasil esse número ultrapassa 51 milhões. Essa quantidade sem precedentes de adolescentes e jovens no Brasil e no mundo – propiciada pelo chamado “bônus demográfico” – constitui uma oportunidade única para que a consecução do desenvolvimento em todas as suas dimensões seja sustentável. Para isso, Estados e sociedades devem reconhecer o potencial desses adolescentes e jovens e assegurar os meios para que as contribuições presentes e futuras desses segmentos tenham impactos positivos para suas trajetórias, suas famílias, comunidades e países.

Há inúmeras evidências de que as raízes da criminalidade grave na adolescência e juventude no Brasil se desenvolvem a partir de situações anteriores de violência e negligência social. Essas situações são muitas vezes agravadas pela ausência do apoio às famílias e pela falta de acesso destas aos benefícios das políticas públicas de educação, trabalho e emprego, saúde, habitação, assistência social, lazer, cultura, cidadania e acesso à justiça que, potencialmente, deveriam estar disponíveis a todo e qualquer cidadão, em todas as fases do ciclo de vida.

Várias evidências apontam que o encarceramento de pessoas, em geral, agrava sua situação de saúde e o seu isolamento, representando uma grande barreira ao desenvolvimento de suas habilidades para a vida. A redução da maioridade penal e o consequente encarceramento de adolescentes de 16 e 17 anos poderia acentuar ainda mais as vulnerabilidades dessa faixa da população à violência e ao crime.

No Brasil, adolescentes a partir de 12 anos já são responsabilizados por atos cometidos contra a lei, a partir do sistema especializado de responsabilização, por meio de medidas socioeducativas, incluindo a medida de privação de liberdade, previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Se tal sistema não tem conseguido dar respostas efetivas, é preciso aperfeiçoá-lo de acordo com o modelo especializado de justiça juvenil, harmonizado com os padrões internacionais já incorporados à Constituição Federal de 1988.

Além de estar na contramão das medidas mais efetivas de enfrentamento da violência, a redução da maioridade penal agrava contextos de vulnerabilidade, reforça o racismo e a discriminação racial e social, e fere acordos de direitos humanos e compromissos internacionais historicamente assumidos pelo Estado brasileiro.

Um dos compromissos fundamentais que o Brasil assume ao ratificar um tratado internacional é o de adequar sua legislação interna aos preceitos desse tratado, tal como assinala a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados7. Assim, a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), ratificada pelo Estado brasileiro no dia 24 de setembro de 1990, reconhece as crianças e os adolescentes como sujeitos e titulares de direitos, estabelecendo em seu artigo primeiro que criança é “todo ser humano com menos de dezoito anos de idade”.

Em relação às responsabilidades das pessoas menores de 18 anos, a CDC estabelece claramente, em seus artigos 1, 37 e 40, que: (i) nenhuma pessoa menor de 18 anos de idade pode ser julgada como um adulto; (ii) deve se estabelecer uma idade mínima na qual o Estado renuncia a qualquer tipo de responsabilização penal; (iii) seja implementado no País um sistema de responsabilização específico para os menores de idade em relação à idade penal, garantindo a presunção de inocência e o devido processo legal, e estabelecendo penas diferenciadas, onde a privação da liberdade seja utilizada tão só como medida de último recurso.

O Sistema das Nações Unidas no Brasil reconhece a importância do debate sobre o tema da violência e espera que o Brasil continue sendo uma forte liderança regional e global ao buscar respostas que assegurem os direitos humanos e ampliem o sistema de proteção social e de segurança cidadã a todos e todas.

O Sistema ONU no Brasil reitera seu compromisso de apoiar o trabalho do País em favor da garantia dos direitos de crianças, adolescentes e jovens e convoca todos os atores sociais a continuar dialogando e construindo, conjuntamente, as melhores alternativas para aprimorar o atual sistema de responsabilização de adolescentes e jovens a quem se atribui a pratica de delitos.

Foto: Gabriela-Korossy-Folhapress