Contratos e documentos referentes aos processos de licitação que envolvem os projetos de aquisição, expansão e implantação de linhas do metrô no Estado de São serão objetos de investigação da CPI do BNDES. A iniciativa partiu do segundo vice-presidente da CPI, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que aprovou os requerimentos nesta quarta-feira (09), em reunião ordinária do colegiado. O BNDES concedeu um montante no valor de R$ 2,3 bilhões para o Estado de São Paulo expandir o sistema de metrô da região metropolitana do Estado.
“Achamos fundamental investigar o processo de licitação do metro de São Paulo. Esse processo é importante porque poderemos verificar se houve algum vicio. Não estou afirmando, ainda. Só estou querendo conhecer esse processo de licitação. O fato é que essas obras foram financiadas com recurso do BNDES e, portanto, diz respeito ao escopo definido por esta CPI”, explicou Zarattini.
Os contratos que serão investigados dizem respeito às implantações das linha 15 (Prata) - sistema monotrilho no trecho entre as estações Vila Prudente e Hospital Cidade Tiradentes, e linha 6 (Laranja) do metrô Paulista que compreende a construção do trecho de 13,5 km de trilhos entre a Vila Brasilândia e a Estação São Joaquim. No caso da linha 6, ao todo são 15 estações e a aquisição de 22 trens com seis carros. O consórcio vencedor dessa licitação e contrato, segundo o deputado é constituído por três empresas envolvidas na Lava Jato: Odebrecht, UTC e Queiroz Galvão.
O deputado apresentou ainda requerimentos solicitando cópias de documentos sobre a compra de 35 trens pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e de expansão da linha 5 do metrô (11,5 km) ligando a estação Largo Treze com a estação Chácara Klabin da Linha 2.
Adendo – Foram adendados aos requerimentos do deputado Carlos Zarattini, pedidos de informações dos metrôs do Rio de Janeiro e Salvador, bem como das BRTs de Belo Horizonte e Brasília.
JBS – Sobre a rejeição da convocação dos acionistas do JBS-Friboi o deputado Zarattini disse que é uma convocação que não procede. Ele argumentou que o BNDES, atendendo solicitação do Supremo Tribunal Federal disponibilizou todas as informações referentes aos empréstimos feitos ao grupo JBS/Friboi. Esses dados foram objetos de auditoria por parte do Tribunal de Contas da União (TCU).
“A JBS tem apresentado lucro. É uma empresa de sucesso. Acredito que a CPI deva se debruças sobre aquelas empresas que tenham problemas. Nós defendemos a convocação das empresas que tiveram problemas de falência, por exemplo. Temos que convocar aquelas que têm problemas. O BNDES financia centenas de empresas que estão dando certo”, observou Carlos Zarattini.
Provocação - O segundo-vice da CPI do BNDES classificou de absurdo a tentativa de parte do colegiado associar o nome de Taiguara Rodrigues dos Santos, suposto proprietário da empresa de engenharia Exergia Brasil, ao ex-presidente Lula.
“Acho um absurdo a convocação do Taiguara que tem um parentesco distante com o ex-presidente Lula, mas não tem nenhuma relação nem com o BNDES e nem com a figura do Lula. É uma mera provocação o que foi feito aqui hoje”, criticou.
Benildes Rodrigues
Foto: Rogério Tomaz Jr
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