quarta-feira, 30 de março de 2016

Zarattini critica investidas em favor do golpe e lembra que Fiesp foi fiadora do golpe militar no Brasil

As investidas de setores da mídia e, agora, da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) em apoio ao processo golpista em curso no País, além da atitude oportunista do PMDB, foram duramente criticada pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), nesta terça-feira (29), na Câmara. O deputado condenou a imprensa por tentar colocar no imaginário popular que o impedimento da presidenta Dilma Rousseff está dentro da legalidade democrática. Ao mesmo tempo, lembrou que não é de hoje que a Fiesp tenta interferir no processo político do País. Lembrou a página infeliz da história brasileira de 1964 que teve na Fiesp uma das suas grandes protagonistas.
“A Fiesp foi participante ativa do golpe militar, inclusive, oferecendo apoio logístico para parte do Exército que decidiu intervir para interromper a democracia no Brasil”, recordou Zarattini.
Em um relato contundente, o deputado lembrou que a Fiesp, nesse período de repressão militar, era frequentadora do DOPS paulista. “A Fiesp foi ‘habitué’ dos porões da ditadura. O senhor Theobaldo De Nigris, ex-presidente da entidade, visitava quase cotidianamente o DOPS de São Paulo. Temos registrado a sua entrada nesse departamento. Ele fazia parte, evidentemente, daquela estrutura de repressão”, observou. “Queremos repudiar essa nova Fiesp que reproduz os métodos da antiga Fiesp”, afirmou o petista.


Para o deputado Zarattini, o golpe engendrado por setores da mídia e capitaneado por alguns empresários da Fiesp não tem fundamento. “Fato é que, para que haja o impeachment é necessário crime de responsabilidade. O objeto, o conteúdo da denúncia contra a presidenta Dilma é absolutamente vazio e sem sentido”, afirmou.
“Acusa-se a presidenta Dilma de ter emitido seis decretos de suplementação orçamentária. Ora, a suplementação orçamentária não implica mais gastos, porque os gastos são questões financeiras, não orçamentárias. O limite financeiro é dado pelos decretos de contingenciamento que não foram revogados e nem sequer alterados”, enfatizou Zarattini.
“É uma balela dizer que há crime de responsabilidade neste caso. O que se está querendo fazer, exatamente, é dar o poder a quem não teve voto, dar o poder a quem não o conquistou nas urnas, para executar um programa que sequer foi debatido”, alertou o petista.
Nesse sentido, o deputado Zarattini citou proposta do vice-presidente da República, Michel Temer, que afirmou “querer promover uma ponte para o futuro”, lema que remete ao programa do PMDB que anunciou afastamento do governo. Esse programa, alertou Zarattini, não foi discutido e nem avalizado pelo povo brasileiro. “Esse programa é um verdadeiro crime contra o povo brasileiro. Ele prevê inúmeras medidas extremamente lesivas para os trabalhadores, para a maioria do povo e para aqueles que viram, ao longo destes 13 anos, a sua situação melhorar”, alertou. “Trata-se de um programa recessivo, de um programa de retirada de direitos dos trabalhadores, o que será inaceitável pelo povo brasileiro”.
Benildes Rodrigues

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