sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Zarattini defende reorganização do PT

O vice-líder da Minoria na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), adiantou, em entrevista coletiva concedida, nesta semana, ao canal Record News, que o Partido dos Trabalhadores deve fazer, nos próximos dias, uma “profunda reflexão” sobre o resultado eleitoral, reorganização partidária e os próximos passos que a legenda deve dar rumo ao futuro. Para ele, a forte campanha difamatória que o partido tem sido vítima influenciou no resultado eleitoral de 2016.
“Existe uma campanha violenta contra o Partido dos Trabalhadores. O PT é atingido fundamentalmente por essa campanha, mas ela acaba atingindo também o conjunto dos políticos”, frisou Zarattini que ainda refutou a ideia de que no pleito municipal a direita venceu a esquerda. Reiterou o deputado que, o que ocorreu, foi um verdadeiro massacre ao PT, enquanto os partidos que representam a direita foram poupados ou foram menos atingidos.
Para Carlos Zarattini, a despolitização assumida por alguns candidatos na disputa eleitoral foi um dos pontos negativos da campanha. Como exemplo, o parlamentar apontou a vitória de candidatos que se definiram como apolíticos ou anti-políticos, como o caso do Dória em São Paulo e do Kalil em Belo Horizonte que, segundo ele, enfrentaram e atacaram não apenas o PT, mas também o PMDB, PSDB. “Eles se definiram como candidatos-administradores e esse tipo de candidatura fez com que muitas pessoas deixassem de votar, se abstivessem de comparecer ou votassem nulo ou branco”, alegou.


No decorrer da entrevista, Zarattini destacou o capital político adquirido pelo partido ao longo dos 37 anos de existência da legenda. “O PT tem uma profunda raiz no Brasil e, com certeza, a partir dessa raiz é que vai se reorganizar para continuar participando da vida política brasileira e, sempre, no sentido de melhorar a vida do povo brasileiro”, observou Zarattini.
Questionado se o PT abandonou ou não as suas bandeiras, Zarattini reconheceu erros cometidos pelo partido, mas rejeitou esse argumento. “O PT não abandonou suas bandeiras. O PT errou, no meu modo de ver, ao adotar um sistema de financiamento eleitoral completamente baseado em doações das empresas. O PT já reviu isso, já proibiu. Essa decisão do partido teve refendo do próprio Supremo Tribunal Federal que proibiu a doação de empresas”, explicou o deputado que ainda destacou que financiamento empresarial de campanha sempre foi uma prática adotada por todos os partidos.
Renovação - Sobre as transformações pelas quais o partido deve passar e sobre quem pode liderar a legenda, Zarattini informou que ainda não há definição sobre essa questão. “Nós não temos uma coisa bem definida, mas, evidentemente, vamos procurar uma renovação da nossa liderança, dos nossos diretórios”, afirmou o deputado que ainda acrescentou sobre a necessidade de fazer debate sobre isso.


“Nós temos que fazer isso, até porque, quando você sofre uma derrota eleitoral como nós sofremos (e temos que reconhecer isso), temos que organizar em novas bases e o PT precisa de uma reorganização partidária e de uma renovação de seus quadros dirigentes”, defendeu Zarattini.
PT e movimentos sociais – Carlos Zarattini reconheceu que no decorrer dos 13 anos em que o PT esteve à frente do governo federal, o partido se afastou dos movimentos sociais, mas, segundo, ele, chegou o momento de o partido retomar essa relação.
“Houve um distanciamento e, muitas vezes, houve contradição. Agora não estamos mais no governo, logicamente vamos nos aproximar, reaproximar desses movimentos, com o objetivo claro de construção de uma grande frente política e social que lute para continuar democratizando o País, para continuar distribuindo renda e para retomar o crescimento econômico. Esse é o objetivo que pretendemos”, afirmou Zarattini.
Veja entrevista completa no Jornal da Record News: http://migre.me/vqdQg
Benildes Rodrigues

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