Há 10
anos, uma importante revolução no transporte público ocorreu na cidade de São
Paulo: o Bilhete Único. A sua implantação foi um marco tanto na reestruturação
do sistema de transporte quanto na vida do trabalhador. Apenas uma ação
beneficiou mais de 5 milhões de trabalhadores que eram penalizados pelo
pagamento de duas ou mais passagens.
Em
1995, a expressão surgiu pela primeira vez em um projeto de lei que apresentei
na Câmara Municipal, aprovado pela Casa, mas vetado pelo então prefeito Paulo
Maluf.
A
implantação do Bilhete Único, não garantiu apenas mais economia, mas, também,
rapidez e segurança aos usuários. Entretanto, o grande apelo popular é a
redução dos gastos com as integrações.
Os
avanços são grandes. Hoje, a prefeitura de São Paulo apresenta alternativas de
bilhetes; mensais, semanais e, em breve, diários, para que a população use os
modais de transporte. A criação desta política tarifária significou um grande
avanço a todos os trabalhadores.
São
Paulo, como a maioria das grandes cidades brasileiras, cresceu
desordenadamente, refletindo em fluxos desiguais de viagens, no tempo e em
volume. Foi nesta conjuntura que o Bilhete Único foi implantado no transporte
coletivo da cidade. Ao longo dos anos a tarifa temporal foi sendo alterada,
passando a integrar o sistema metro ferroviário, beneficiando milhões de
trabalhadores não apenas da Capital, mas, também da região metropolitana.
O
Bilhete Único é, sem dúvida, um grande aliado do trabalhador, pois melhora a
sua empregabilidade e sua locomoção, com redução de custos. Constata-se que a
bilhetagem eletrônica é um grande aliado à melhoria do transporte público,
devido ao êxito obtido em outras localidades .
Há
alguns anos, surgiram, no Brasil, outras integrações temporais, denominadas de
‘Bilhete Único’. Algumas cidades já constataram resultados positivos, enquanto
outras ainda estão em fase de implantação. Campinas, Guarulhos, São Bernardo do
Campo e Rio de Janeiro, entre outras, já utilizam a tarifa temporal, com
sucesso.
Esse
novo tipo de cobrança disseminado pelo país emprega a tarifa de integração
temporal, mas com restrições em seu uso. As diferenças decorrem do tamanho das
cidades e dos sistemas de transporte existentes. Porém, todos têm em comum a
necessidade de organização do transporte em rede e buscando sua integração
temporal, melhorando a articulação do sistema.
O
Bilhete Único passou a significar mais que uma tarifa integrada. A adoção desta
política tarifária trouxe inúmeras mudanças para o sistema de transporte, entre
elas, mais conforto, segurança e redução de custos nas viagens.
A
bilhetagem eletrônica já é um assunto amplamente discutido em nível nacional. O
termo ‘Bilhete Único’ aparece no Projeto de Lei 1927/2003, que já foi apreciado
na Câmara e no Senado e está pendente de mais uma votação na Câmara. Este PL
institui o Reitup (Regime Especial de Incentivos para o Transporte Público
Coletivo e Metropolitano de Passageiros), que irá desonerar o sistema de
transporte público e permitirá a utilização do Bilhete Único, em todos os
modais, do território nacional.
A maioria dos projetos relacionados ao transporte
coletivo prevê que o sistema seja articulado em rede, com integração entre os
modais, que haja qualidade e pontualidade e todos os usuários possa pagar pelos
serviços. É o que todos desejamos, mas ainda há muito que melhorar para que
possamos fazer desse sonho uma realidade.
Carlos
Zarattini é deputado federal e idealizador do Bilhete Único.
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