A proposta do tucano retira da Petrobras o protagonismo na produção e exploração das jazidas da camada do pré-sal. “Vamos discutir o projeto do senador José Serra, que abre o pré-sal para as multinacionais. É um projeto extremamente pernicioso ao nosso País porque significa a entrega da nossa maior riqueza: o pré-sal, o petróleo - que é a principal fonte de energia no mundo e matéria-prima para mais de 40 mil produtos”, alertou Zarattini, em discurso contundente feito na tribuna da Câmara, nesta terça-feira (2).
O deputado ainda frisou que a celeridade que o governo golpista quer dar a aprovação dessa proposta é para atender os interesses das grandes petrolíferas estrangeiras.
“A disputa pelo petróleo não é nova no mundo. É muito antiga e levou a muitas guerras, como a guerra do Iraque, que resultou na derrubada do governo de Saddam Hussein e a tantas outras agressões por parte não só dos Estados Unidos, mas também de outros países”, lembrou Zarattini.
Para o deputado, o Brasil precisa resistir a essa sanha entreguista que assombrou o Brasil na era FHC (1995-2002), estancada no governo do ex-presidente Lula, deu um novo sentido à Petrobras e estabeleceu políticas para preservação do patrimônio brasileiro.
Para Zarattini, o principal argumento dos entreguistas, de que a maior estatal do País está quebrada, não passa de falácia. “Não adianta querer dizer que a Petrobras não tem condições de explorar o pré-sal. Isso é mentira. A empresa tem não só tecnologia para explorar o pré-sal, mas também os recursos”, afirmou o vice-líder da Minoria, citando que a empresa tem mais de R$ 100 bilhões em caixa, e que, a cada dia, aumenta a sua produção no pré-sal – chegando a produzir mais 1 milhão de barris.“Essa empresa, evidentemente, tem condições de explorar o pré-sal. Querer entregar às empresas multinacionais esses campos de petróleo é crime de lesa-pátria”, condenou o parlamentar petista.
Carcará - Zarattini voltou a condenar a entrega (a preço de bananas) do bloco do pré-sal do campo de Carcará, na Bacia de Santos à empresa norueguesa Statoil Óleo e Gás. “Também é um crime o que foi feito agora. A venda desse campo do pré-sal, para a empresa norueguesa, por uma bagatela de US$ 2,5 bilhões. Isso é gorjeta. Vender um campo valioso, capaz de produzir petróleo por mais de 20 anos, por um preço muito barato é entregar a riqueza nacional”, acusou Zarattini.
Indústria Nacional - No decorrer do discurso, o deputado destacou ainda o papel da Petrobras no desenvolvimento da indústria brasileira, ao manter a política de conteúdo nacional utilizada pela companhia. “Essa é uma política correta, que gera emprego, gera tecnologia, e nós precisamos exatamente disso, para fazer com que o País se desenvolva”, afirmou Zarattini. Ele enfatizou que não aceitará que o Brasil volte a ser um país agrário, que volte a ser um país que simplesmente exporta minério de ferro e soja.
“Nós precisamos de um País desenvolvido, com tecnologia, com crescimento. E isso vai acontecer exatamente quando a Petrobras estiver comandando um importante setor para o desenvolvimento nacional, que é o setor de óleo e gás, que é o setor de energia”, finalizou Zarattini.
Benildes Rodrigues
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