Até mesmo uma mala, com muitas cédulas de reais estampadas com o rosto de Temer, foi carregada pelos parlamentares- inclusive dentro do plenário- como forma de lembrar aos deputados presentes sobre um dos motivos que levaram a Procuradoria Geral da República (PGR) a denunciar Michel Temer por corrupção passiva. Segundo a ação da PGR, embasada em filmagens da Polícia Federal, o ex-assessor especial da Presidência da República, Rodrigo Rocha Loures, recebeu 500 mil reais em propina em uma mala que seriam destinados a Temer.
A manifestação dos parlamentares da oposição ocorreu logo no início da abertura da sessão que vai analisar o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que pede o arquivamento da denúncia contra Michel Temer. A peça foi elaborada pelo deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). A oposição decidiu em reunião na terça-feira (1º) que não dará quórum para a votação da denúncia contra Temer, enquanto a base governista não registrar os 342 votos necessários para iniciar a votação no plenário.
O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), explicou durante o ato que a responsabilidade de garantir o quórum para votar o parecer que trata da denúncia contra Temer é da base governista, que deseja desesperadamente arquivar a denúncia da PGR.
“Nós não vamos registrar presença. O governo é que tem que registar presença. São eles que desejam salvar Temer”, disse o petista.
Na mesma linha de pensamento, o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), também destacou que a oposição não vai contribuir para a tática do governo de votar rapidamente a denúncia. Ele também alertou que a derrota do governo no plenário depende não apenas da luta dos deputados da oposição, mas também da pressão da sociedade.
“O governo Temer é que tem a responsabilidade de colocar os seus deputados aqui para votar o arquivamento da denúncia, nós não vamos dar quórum para que isso aconteça. E se essa votação ocorrer, queremos que seja em horário nobre (da TV) para que toda a população acompanhe. É fundamental nesse momento a pressão nas ruas e nas redes sociais para pressionar os deputados para votarem contra Temer”, ressaltou.
Héber Carvalho / Gustavo Bezerra
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