quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Lula desmonta mentiras e reafirma luta por justiça

Durante seu segundo depoimento ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, o ex-presidente Lula mostrou inexistir provas que corroborem as acusações e desconstruiu as mentiras inventadas sobre ele. Em seguida, diante de mais de sete mil pessoas que lotaram a Praça Generoso Marques, Lula renovou sua determinação de se opor às injustiças. “Eu não sei se eles vão cansar. Eu não vou cansar, porque quem tem a sede de justiça que eu tenho, quem provou fazer o que era possível neste País, quem não morreu de fome até os cinco anos de idade, não tem mais medo de nada”, afirmou Lula.

Diante do povão, Lula disse entender os reais motivos de tanta perseguição. Falou que, na história da humanidade, todos os homens públicos que ousaram fazer alguma coisa para mudar a ordem social em favor dos pobres foram duramente perseguidos. Mas, que apesar disso, ele não se sentia sozinho nessa luta. Ao contrário. “Se querem me prender, se querem me condenar, achando que isso vai acabar com essa luta, quero dizer que considero cada um de vocês um Lulinha. (…) Um Lula incomoda muita gente, mas milhões de Lulas incomodam muito mais”.



No processo em questão, o ex-presidente é acusado de supostamente ter negociado favores com a Odebrecht, junto à Petrobras, e de ter recebido em troca um terreno destinado a abrigar a sede do Instituto Lula, em São Paulo. Tal doação jamais ocorreu, conforme admitem muitos acusadores. Durante a audiência, nem Moro nem os procuradores buscaram provar ou mesmo esclarecer de que forma Lula teria agido para influenciar a estatal a assinar tais contratos para favorecer a empreiteira.

Sobre as alegações de Antonio Palocci, que depôs na semana passada a Moro, Lula disse que a única verdade que existe no depoimento do ex-ministro é que ele quer obter os benefícios de uma deleção. “Eu vi o Palocci mentir aqui essa semana. Fiquei com pena. Ele está preso há mais de um ano, tem o direito de querer ser livre, tem o direito de querer ficar com um pouco do dinheiro que ele ganhou fazendo palestra, ele tem família. Mas o que ele não pode, se não quer assumir a responsabilidade pelos fatos ilícitos que fez, é jogar [a responsabilidade] em cima dos outros”, argumentou.

Na praça, ao falar para a multidão, Lula admitiu ter cometido, aos olhos das elites, um grave erro: sonhar com um Brasil melhor para os brasileiros. “Eu sonhei em fazer da Petrobras uma das maiores petroleiras do mundo; sonhei em fazer neste País uma industrial naval competitiva com a dos coreanos e dos chineses; sonhei fazer com que a energia limpa – a começar do etanol – pudesse ser uma energia competitiva para o novo mundo do século 21; sonhei que era possível fazer uma empregada doméstica ter uma filha na universidade cursando um doutorado; sonhei que era possível um filho de pedreiro virar engenheiro”, detalhou.

Mais uma vez, o ex-presidente voltou a dizer que – assim como qualquer cidadão – não está acima da lei e que respeita as instituições e a Constituição brasileira. Mas cobrou isenção e dignidade daqueles que o acusam e julgam. “A única coisa que eu peço é que quem está me acusando tenha a dignidade de, em algum momento, se não provar um Real roubado na minha conta, que vá para a mesma televisão que me acusa pedir desculpa”, reivindicou.

A presidenta Nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), que esteve em Curitiba durante o depoimento, afirmou que estava ali, juntamente com todos aqueles apoiadores, numa resistência democrática. “Quando atacam Lula, não atacam o homem, mas o que ele representa para o povo e para o Brasil”, avaliou. Gleisi disse ainda que aqueles que querem enfrentar Lula que o faça nas urnas. “O que nos move é a causa de um Brasil justo, humano, inclusivo, que seja para a maioria do seu povo”.

Ao fim, Gleisi agradeceu a todos os que foram a Curitiba prestar apoio ao ex-presidente Lula, entre eles, os senadores Lindbergh Farias (RJ), Fátima Bezerra (RN), Humberto Costa (PE) e Paulo Rocha (PA).

PT na Câmara com Lula.com.br

Foto: Ricardo Stuckert

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