segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Zarattini afirma que troca na PGR não enfraquece denúncias contra Temer

O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), avaliou nesta segunda-feira (18), em entrevista à imprensa, que a substituição do comando da Procuradoria-Geral da República não enfraquece nem paralisa a nova denúncia apresentada contra o presidente ilegítimo Michel Temer pelos crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa. “A denúncia é grave e em hipótese alguma poderá ser abandonada pelo Supremo Tribunal Federal nem paralisada pela própria Procuradoria. A denúncia vai chegar à Câmara, mesmo com a tentativa de protelamento do governo”, afirmou.

Na avaliação do líder, a mudança no comando da PGR ou os questionamentos da delação de executivos do grupo JBS também não garante a vitória de Michel Temer na tramitação da denúncia na Câmara como a base aliada acredita. “Muitos fatos ainda podem ocorrer durante a tramitação, que não será tão rápida como espera o governo. O Geddel Vieira Lima está preso, o Eduardo Cunha está preso, o Henrique Eduardo Alves está preso. E disso tudo podem surgir fatos novos que podem agravar fortemente a situação do governo aqui na Câmara”, ressaltou Carlos Zarattini. Os três são do primeiro escalão do PMDB e são muito próximos ao presidente Temer.

Nova Procuradora – Questionado sobre a expectativa em relação à atuação da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que assumiu o cargo nesta segunda-feira, no lugar de Rodrigo Janot, o líder Zarattini observou que existe um conflito dentro da Procuradoria. “É o grupo do Janot sendo afastado pelo novo grupo, que é o da procuradora. Isso leva a conflitos que nós não temos a dimensão exata. Mas espero que a atuação da Raquel Dodge seja mais justa do que foi a do Janot, que muitas vezes ajudou em vazamento prejudicando muitas pessoas que nem culpa têm”.

Para Zarattini o fato de a nova procuradora não ter sido a primeira da lista dos procuradores não coloca sob suspeita a sua indicada por Temer. “O que a colocará em questionamento será a sua forma de atuação. Vamos acompanhar e ver se ela não será a nova ‘engavetadora-geral’ da República, como aconteceu no governo FHC. A gente espera que ela não vá para esse caminho. Torcemos para que seja uma procuradora que prime pelo trabalho de forma justa e, ao mesmo tempo, que respeite as garantias que estão previstas na Constituição”, afirmou.



O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), também espera que a nova procuradora cumpra bem a sua função no comando da PGR. “A nossa expectativa é a que ela tenha uma atuação imparcial e de acordo com o que prevê a Constituição, com respeito ao processo legal, sem espetáculo e com coerência”.

Reforma política – Os líderes Zarattini e Guimarães falaram ainda sobre a pauta da Câmara nesta semana, que prevê a continuidade da apreciação da Reforma Política (PECs 77/03 e 282/16). “Vamos ter que avançar em alguma coisa da Reforma Política. Estamos vivendo um momento grave, e existe a necessidade de modificar uma série de leis”, defendeu Zaratttini.

O líder do PT, no entanto, disse que acha pouco provável a aprovação da mudança no sistema eleitoral, previsto na PEC 77, que propõe a criação de fundo de financiamento público de campanha. “Nós defendemos o financiamento público como forma correta de financiar as eleições para não voltar ao financiamento empresarial, ou a personalidades muito ricas pagando a campanha dos seus amigos, ou até o autofinanciamento milionário, como aconteceu com o prefeito João Dória, em São Paulo”, justificou.

O deputado Guimarães disse que haverá um esforço grande para concluir, ao menos, a apreciação da PEC 282, que acaba com as coligações partidárias e institui uma cláusula de desempenho. “Não vamos nos omitir, vamos buscar alternativas para aprovar mudanças que já possam valer para as eleições de 2018”, afirmou o líder da Minoria na Câmara.

Vânia Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara

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