terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Reforma Política: temos que fortalecer os Partidos!

Após a votação do salário mínimo passa  a tomar conta dos debates em Brasília a famosa reforma política. Esse tema é recorrente devido, principalmente, à questão do financiamento das campanhas eleitorais. Elas estão cada vez mais caras e com isso é cada vez maior a influência do poder econômico.
Por conta disso o PT, junto com outros Partidos, vem propondo o sistema de voto em lista. Ou seja, o eleitor não votará mais em um candidato, mas sim numa lista partidária pré ordenada pelo Partido. Esse sistema permitiria, de forma plena e transparente a adoção do financiamento público de das campanhas, sem recursos de fontes privadas.
Contra essa proposta surge a chamada Lei Tiririca, proposta pelo PMDB com rápido apoio da mídia de oposição. Nessa proposta serão eleitos os deputados mais votados sem que se leve em conta a votação na legenda ou dos demais candidatos do Partido. Dessa forma, segundo os proponentes, seria desinteressante para os Partidos indicar como candidatos personalidades da mídia para "puxar" votos para a legenda.
Ora, essa é uma suposição que não se comprova. Por que motivo os Partidos deixariam de lançar personalidades para engordar a legenda? Ao contrário, o que veríamos seriam as eleições de grandes nomes sem nenhuma consistência partidária, portanto, o enfraquecimento das legendas partidárias.
Ao fazer essa proposta o PMDB se orienta por uma aritimética simples: se estivesse valendo a Lei Tiririca ele teria sua bancada aumentada. E mais, enfraqueceria o PT que tem a legenda mais forte entre todos os Partidos.
Eu acredito que para aprovarmos uma reforma política com a orientação clara de reduzir a influência do poder econômico teremos que negociar pequenos avanços. Por exemplo: podemos ter um sistema misto de votação entre a lista fechada e o sistema atual. Podemos começar a implantar o financiamento público junto com contribuições privadas centralizadas pelos Partidos. Podemos acabar com as coligações proporcionais.
Nesse jogo só não podemos aceitar que prevaleça a despolitização e um enfrequecimento ainda maior dos Partidos políticos.

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Zarattini defende debate sobre reforma política e condena "distritão"

Um comentário:

  1. Zarattini, como ficou a discussão e abaixo-assinado em pró da constituinte para a reforma política? Não vale a pena fazer uma reforma mais profunda?

    Vera Goulart

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