Na tarde de ontem, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tentou transmitir tranquilidade à população, ao dizer que o número de mortes "está baixando" e que o Estado está vencendo a guerra contra os criminosos.
Infelizmente, os números desta madrugada desmentem mais uma vez o governador. Apenas na última madrugada ocorreram uma chacina com quatro mortos, em Santo André, na Grande São Paulo, e outros oito assassinatos. Além disso, um ônibus biarticulado foi incendiado, ferindo o cobrador. E outras onze pessoas foram baleadas.
O governo não atribui a onda de violência diretamente ao Primeiro Comando da Capital, o PCC, mas, ontem, o traficante Piauí, suspeito de ser o mandante dos ataques a policiais militares – nada menos que 91 PMs foram mortos a tiros desde o início do ano, contra 56 no ano passado –, foi transferido pela Polícia Federal para um presídio federal em Rondônia. É a primeira medida efetiva no plano de cooperação entre os governos estadual e federal.
Entre as medidas anunciadas para acalmar as famílias de policiais militares, o governo paulista anunciou que a cobertura do seguro para policiais assassinados será de R$ 200 mil.
Promotores também defendem a transferência de líderes do PCC para presídios federais de segurança máxima. Leia, abaixo, noticiário da BBC:
Luis Kawaguti, BBC Brasil
Um grupo de promotores de Justiça elaborou um documento defendendo o isolamento da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) e a transferência dos líderes da facção criminosa de presídios do Estado de São Paulo para unidades federais.
"O sistema prisional do Estado (de São Paulo) não tem condições de assegurar o isolamento de líderes das organizações criminosas e impedir (...) que exerçam influência e liderança", diz o documento, ao qual a BBC Brasil teve acesso.
O tema é sensível e polêmico. O chefe da facção, Marcos Herbas Camacho, o Marcola, e uma dúzia de criminosos que formam a cúpula do PCC são detentos do sistema prisional paulista.
Segundo o Ministério Público, eles são capazes de controlar todo grupo, enviando de dentro da cadeia ordens, por meio de telefones celulares, para gerir o tráfico de drogas, comprar armas e assassinar rivais e autoridades.
Em 2006, a transferência dessas lideranças para presídios paulistas de regime disciplinar mais rígido teria sido, segundo analistas, um dos gatilhos de uma onda de ataques que parou a cidade e matou quase 500 pessoas.
Uma série de transferências de integrantes de escalões mais baixos da facção, que já faz parte da nova parceria entre o Estado de São Paulo e a União, está programada para ocorrer nos próximos dias. A medida é interpretada por analistas como um recado do governo paulista para a cúpula da facção.
Fonte: Linha Direta - http://virou.gr/RJMai9
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