quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Onda de violência derruba secretário da Segurança Pública de São Paulo


O Secretário da Segurança Pública de São Paulo Antonio Ferreira Pinto deixou o cargo nesta quarta-feira em meio à onda de violência que matou 93 policiais e centenas de cidadãos neste ano em São Paulo.

Ferreira Pinto teria sido substituído pelo governador Geraldo Alckmin pela sua incapacidade de lidar com a crise de segurança no Estado. Ele deve entregar o cargo no fim da tarde.

Nos últimos 45 dias mais de 270 pessoas foram assassinadas na região metropolitana de São Paulo. Grande parte delas foi vítima de atiradores mascarados que passam em motos ou carros disparando em grupos reunidos em bares ou nas ruas da periferia da cidade.

“Reconhecemos as dificuldades que estamos passando e vamos nos empenhar de forma redobrada”, disse o governador.

Em sua gestão, Ferreira Pinto praticamente desmontou as estruturas da Polícia Civil dedicadas à investigação de facções criminosas e militarizou o combate à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), fortalecendo a controversa Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), unidade de elite da Polícia Militar (PM).

Analistas e membros da Promotoria atribuem a onda atual de violência a ações mais duras da PM e assassinatos praticados contra criminosos do PCC.

Ferreira Pinto foi constantemente criticado por ativistas de direitos humanos por não controlar a violência da polícia.

A pressão aumentou sobre ele quando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deixou claro que o governo de São Paulo havia rejeitado uma oferta de ajuda de Brasília.

Ferreira Pinto disse que a proposta era “política” por ter sido feita um dia antes das eleições municipais deste ano. Mais tarde os governos estadual e federal anunciaram medidas conjuntas para tentar conter a violência.

Em Brasília, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, comparou o alto número de mortos no Estado de São Paulo ao conflito entre israelenses e palestinos em Gaza.

"Nós ficamos alarmados com as mortes na Palestina, (mas) as estatísticas mostram que, somente na Grande São Paulo, há mais pessoas sendo assassinadas do que nos ataques (em Gaza)".

Ferreira Pinto será substituído pelo ex-procurador geral de Justiça Fernando Grella Vieira.


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