O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad,
apresentou nesta segunda-feira, 13, o seu programa de governo baseado
num replanejamento urbanístico da cidade. Chamado pelo marqueteiro João
Santana de "arco do futuro", o projeto descentraliza a lógica
urbanística da cidade fazendo com que moradia e emprego girem em torno
do novo eixo que começa na Avenida Cupecê (Zona Sul), seguindo pelas
marginais Pinheiros e Tietê e fechando na Avenida Jacu Pêssego (Zona
Leste), fazendo fronteira com as cidades da região metropolitana. Para
isso, o plano prevê um investimento de R$ 20 bilhões em obras viárias
nos próximos quatro anos com a ajuda maciça do governo federal. "Está
todo mundo, todos os dias, indo para os mesmos lugares. É como se todo o
Uruguai fosse para o centro expandido", diagnosticou o petista.
De acordo com o candidato, o "arco do futuro" é um projeto de
desenvolvimento inédito na cidade que rompe com o modelo de 80 anos de
Prestes Maia, onde a metrópole se divide em cidade dormitório e área de
trabalho. "Nunca ninguém apresentou uma proposta de redesenho urbano
como nós estamos apresentando. É a primeira vez que rompemos com o
paradigma de Prestes Maia", afirmou o candidato.
A ideia do PT é usar estímulos fiscais para atrair as empresas para
as regiões do arco. O candidato promete reduzir de 5% para 2% o ISS das
empresas que forem para essas regiões e ainda avalia zerar o IPTU das
iniciativas que se deslocarem das regiões de maior para menor demanda
imobiliária. "Ninguém vai morar mais em bairro dormitório", garantiu o
candidato. "O projeto promove a descentralização do desenvolvimento da
cidade de maneira a levar esperança para a população do extremo sul e
leste de forma que eles terão uma cidade ao seu alcance", completou. De
acordo com Haddad, somente 20% das subprefeituras oferecem 2/3 das
ofertas de emprego da cidade, o que provoca grandes deslocamentos
diários e congestionamentos que tornam a cidade, em sua visão,
desequilibrada e insustentável.
No plano estratégico petista, todos os projetos de educação, saúde e
cultura da cidade seguirão essa visão de desenvolvimento urbano tirando o
foco das regiões do centro e Avenidas Faria Lima, Paulista e Engenheiro
Luiz Carlos Berrini. Assim, as subprefeituras voltarão a ser
descentralizadas e passarão a administrar "pequenas cidades".
Transportes. O plano petista prevê a construção de 150 km de
corredores de ônibus em faixas exclusivas, além do já divulgado bilhete
único mensal e semanal. "Tem no mundo inteiro, mas aqui é um retrocesso
(a proposta)", ironizou o candidato, numa referência às críticas do PSDB
em relação ao projeto. Haddad disse que por não ter "preconceito com
parceria" gostaria de ter a CPTM e o Metrô integrados na proposta. "Não
custa nada para o metrô e os trens se integrarem ao bilhete único
mensal", afirmou.
O candidato ressaltou que pretende manter a parceria na construção de
novas linhas, mas que vai exigir contrapartida. "Não é justo ficar só
na parceria, vamos marcar data (para a entrega das obras)", avisou. "Nós
vamos oferecer os recursos. Agora diz não (para a parceria com a
prefeitura) e explica para a população porque ela vai ficar no ritmo
tucano de governar", respondeu, sobre a possibilidade de o governo
estadual recusar o apoio financeiro do governo municipal.
Se eleito, Haddad vai sugerir ao governo estadual a extensão da Linha
3-Vermelha do metrô da Barra Funda à Lapa, ajuda financeira para a
integração subterrânea entre as estações Barra Funda e Brás, antecipação
da inauguração da estação Pirituba da Linha 6-Laranja do Metrô, a
extensão da Linha 2-Verde da Vila Madalena até Cerro Corá e a ampliação
da linha 5-Lilás de Capão Redondo até o Jardim Ângela.
Fonte: Estadão - Daiene Cardoso, da Agência Estado - http://virou.gr/SeSUB3
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