quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Invalidez por acidente de trânsito dispara

Maior parte dos casos é de jovens em idade economicamente produtiva; gasto previdenciário chega a R$ 8,6 bi

 
Casos de invalidez permanente de vítimas do trânsito se multiplicaram por quase 5 de 2005 a 2010

O motorista Antônio Carlos de Souza, 49, afastado do trabalho depois de um acidente com veículos em dezembro de 2008 entre Jundiaí e Campinas (SP)





ÉRICA FRAGA

DE SÃO PAULO

PAULO MUZZOLON

EDITOR-ADJUNTO DE “MERCADO”

"Sempre fui dinâmica, independente. Agora, não consigo trabalhar."



Desde que sofreu um acidente com moto, há um ano, Carlita Tarsiana Carvalho, 28, está afastada pelo INSS. Ela torce para recuperar os movimentos do braço esquerdo, hoje totalmente paralisado.

"Já passei por cirurgia, mas não obtive resultado algum", diz ela, que trabalhava em um supermercado, repondo mercadorias nas prateleiras.

A história de Carlita representa uma situação cada vez mais comum. Casos de invalidez permanente entre vítimas de acidentes de trânsito se multiplicaram por quase cinco entre 2005 e 2010, passando de 31 mil para 152 mil por ano.

Nos primeiros nove meses de 2011, houve novo aumento de 52%, para 166 mil, segundo números do Dpvat, seguro obrigatório pago por proprietários de automóveis.

Os dados revelam que a maioria dos acidentados

-mais de 70% dos casos em 2011- usava moto e está em plena idade economicamente ativa (entre 18 e 44 anos).

O quadro preocupa a Previdência Social, que teme ter de arcar com os custos de uma geração de jovens aposentados por invalidez.

"O que mais tem crescido é a concessão de aposentadoria por invalidez devido a acidentes com motos", diz Leonardo Rolim, secretário de Políticas de Previdência.

"Há trabalhadores que só contribuíram [à Previdência] por cinco anos, mas que vão receber aposentadoria por invalidez pelo resto da vida."

Projeções apontam que o INSS gastou R$ 8,6 bilhões com benefícios gerados por acidentes de trânsito. A cifra representa 3,1% de todas as despesas previdenciárias.

PREJUÍZO ECONÔMICO

O Dpvat classifica os casos de invalidez como leves, moderados e graves.

O INSS considera que há situações em que, depois de um período de tratamento, o beneficiário pode voltar a trabalhar, ainda que em outra função. Mas, segundo especialistas, crescem os casos em que o trabalhador acaba tendo de se aposentar.

Antônio Carlos de Souza, 49, acha que dificilmente voltará a ser motorista: "Não consigo subir escada ou dirigir, e já estou afastado há mais de três anos".

Souza dirigia o carro da empresa onde trabalha numa tarde de dezembro de 2008 quando uma Kombi o atingiu. Após o acidente em estrada entre Jundiaí e Campinas (SP), ficou com uma perna mais curta do que a outra.

Segundo Ricardo Xavier, diretor-presidente da Seguradora Líder, que administra o Dpvat, o forte aumento da frota de carros e principalmente de motos nos últimos anos explica a explosão dos casos de invalidez.

"Qualquer acidente de moto pode gerar invalidez porque o motorista é mais vulnerável", afirma Xavier.

De 2001 a 2011, as vendas de motos quase triplicaram, chegando a 1,94 milhão no ano passado. Em 2011, as vendas de carros atingiram 2,65 milhões de unidades, pouco mais que o dobro das de 2001.

O engenheiro e sociólogo Eduardo Vasconcellos diz que a explosão dos casos de invalidez gerados por acidentes com moto representa um prejuízo para os acidentados e para a economia do país.

Ele diz que o cenário de acidentes com motos tende a piorar ainda mais nos próximos anos. "Existe um grande desafio que é o que fazer com as motocicletas."

A preocupação com o problema levou a Previdência a reivindicar participação no Contran (Conselho Nacional de Trânsito) para participar da discussão e da elaboração das políticas de trânsito.



domingo, 15 de janeiro de 2012

É hora do PT se aliar a Kassab?

A iniciativa do Prefeito Gilberto Kassab de procurar Lula e propor uma aliança entre o PSD e o PT nas próximas eleições na Capital, causaram um verdadeiro tremor nas forças políticas da cidade. Tanto os petistas como os tucanos ficaram estupefatos com a proposta do Prefeito que significa um rearranjo geral das forças políticas em disputa.

Kassab propõe romper a aliança que o sustentou na Prefeitura a partir da renúncia de Serra em 2006 para concorrer ao Governo do Estado e que o reelegeu no segundo turno de 2008. Muitos analistas consideraram que a proposta seria apenas pressão sobre os tucanos para que definam logo uma política de alianças na Capital com o PSD, tendo como centro a candidatura de Serra ou de Afif. O que parece ter tido até um certo efeito, o ex-governador Goldman foi aos jornais ressuscitar o nome de Serra, muito abalado pela rejeição dos paulistanos e pelas denúncias contidas no livro Privataria Tucana.

Mas Kassab fez a proposta diretamente a Lula e ainda disse que ele poderia escolher qualquer um dos quadros do PSD para a posição de vice. Portanto, não me parece apenas um jogo de pressão. Na verdade, do meu ponto de vista, está se operando um reposicionamento das forças conservadoras que foram profundamente derrotadas nas eleições de 2010. Esse reposicionamento já ocorreu em outros momentos da história, como no fim da ditadura quando uma parcela da ARENA rompeu com o governo militar, fundou o PFL e participou da chamada Nova República.

A fundação do PSD foi um golpe a mais na profunda agonia do DEM (sucessor do PFL) e no comando do PSDB que contava com essas forças para organizar a oposição à Dilma. Mas é também a possibilidade das forças conservadoras se reorganizarem sem a prática de uma oposição raivosa e buscarem retomar espaços no poder central e estruturar uma futura candidatura à presidência.

O jogo está dado e caberá agora ao PT de São Paulo definir qual a linha a seguir. Acredito que devemos fazer uma profunda avaliação do governo Kassab e da nossa situação na cidade.

Kassab foi eleito prometendo resolver problemas estruturais. Expandir a rede de saúde pública construindo três hospitais, ampliar os corredores com melhores projetos, garantir creche para todas as crianças, melhorar a qualidade de vida na cidade. Ao final de três anos de governo, podemos dizer que essas e muitas outras metas não foram e não serão cumpridas, mesmo com o enorme volume de dinheiro em caixa (R$ 5 bilhões) e com o espetacular aumento de arrecadação dos tributos e multas municipais.

Kassab no seu primeiro mandato se notabilizou pelo "Cidade Limpa" e por obras cosméticas como recapeamento de avenidas. No segundo mandato não deixou marcas positivas. Ao contrário, o abandono da cidade, a falta de limpeza pública, as enchentes, a situação da cracolândia, o aumento dos congestionamentos, os reajustes na tarifa de ônibus, as irregularedades na inspeção veicular, derrubaram a avaliação do seu governo em todos os extratos da população, até mesmo entre os mais ricos que sempre o apoiaram.

Kassab firmou a imagem de hábil articulador político mas também de um prefeito que abandonou a cidade para cuidar de fundar seu partido.

Por outro lado, o PT nesse período só cresceu. Recuperamos nossa votação em diversas zonas eleitorais em 2010. Superamos todos os índices de preferência partidária. Temos uma atuação bastante ampla em todos os setores da vida social. Temos um Governo Federal de Lula e Dilma com recordes de avaliação positiva.

Mas, principalmente, construímos através de um processo político participativo uma candidatura que unificou o Partido. Realizamos mais de 30 plenárias em todos os bairros da cidade. Ouvimos a nossa base e decidimos renovar nossa candidatura com um nome que tem experiência administrativa e realizações profundamente ligadas ao governo do Presidente Lula, que possibilitaram que muito mais jovens pudessem ter acesso a universidade e a uma educação de qualidade.

Em todo esse processo ficou clara a posição política da nossa base. Somos oposição ao governo Kassab. E isso foi reafirmado por todos os pré candidatos, inclusive o companheiro Fernando Hadad que sempre denunciou a falta de empenho do prefeito em firmar parcerias com o Governo Federal, inclusive deixando de receber mais de 100 creches que tanto fazem falta para a nossa população.

Ao aceitarmos a proposta de aliança com Kassab podemos ter o apoio da máquina da prefeitura e reforçar a nossa candidatura para derrotar os tucanos no seu ninho mais forte. Mas como será entendido isso por um povo cada vez mais politizado e posicionado?

Será que nossa base social vai entender uma aliança com um prefeito que não governa para ela? Será que os apoiadores do governo Kassab vão apoiar uma candidatura petista?

É evidente que devemos sempre buscar ampliar nossas alianças para derrotar nosso inimigo principal que é o tucanato, que nos odeia de morte. Mas temos que considerar que a nossa história na cidade de São Paulo, onde governamos por duas vezes sempre com políticas inovadoras, inclusivas e progressistas forjou um eleitorado que vai achar muito estranha essa nova postura.

Vamos construir uma candidatura ampla e com propostas de melhoria efetiva da vida dos paulistanos. Atacar os problemas estruturais que impedem a melhoria da qualidade de vida e de melhoria social do nosso povo. Avançar na educação, na renda e no empreendorismo com o apoio decisivo de uma prefeitura que tem recursos e capacidade de intervir e mudar as coisas.

Temos um Partido forte com política e quadros para governar e melhorar a vida do povo. E temos capacidade de construir alianças com aqueles que estão de verdade ao lado dessas idéias. Vamos nos manter na oposição e construir um novo momento histórico na cidade de São Paulo.

Transporte rápido e rios limpos: os sonhos dos paulistanos para 2040

A pesquisa da Prefeitura de São Paulo confirma o que já vinhamos debatendo no nosso Movimento São Paulo Mais Barata. A necessidade de transporte rápido e eficiente e a limpeza dos rios paulistanos. Nossos participantes estão "antenados"!


Transporte rápido e rios limpos: os sonhos dos paulistanos para 2040

Prefeitura perguntou a 25 mil moradores como SP deve ser; respostas devem orientar políticas públicas

12 de janeiro de 2012
 
O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO - O maior desejo do paulistano para o futuro é ter uma cidade com transporte rápido e trânsito livre. E voltar a viver em harmonia com os rios que cortam a capital - sobretudo o Pinheiros e o Tietê. Pelo menos essas foram as duas prioridades mais votadas no questionário respondido por 25,3 mil pessoas, em consulta pública do projeto SP2040 - a cidade que queremos.

José Patrício/AE

Mais mobilidade e menos trânsito, um dos desejos do paulistanosA consulta - uma etapa do plano de desenvolvimento urbano criado pela Prefeitura em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) - começou em setembro e teve os resultados divulgados nesta quinta-feira. A pesquisa indica que os moradores de São Paulo querem um cidade fluida, principalmente quando se trata de mobilidade urbana (25%), sustentável (20%) e justa (15%).

Os principais projetos desejados, que ajudariam a atingir tais objetivos, são a "cidade de 30 minutos" (20,1%) - em que o tempo médio de qualquer deslocamento dentro da capital duraria no máximo meia hora -, o "rios vivos" (19,9%), de revitalização dos córregos urbanos, e o "comunidades" (17%), de urbanização e acesso a cultura e lazer em qualquer ponto da cidade, inclusive favelas.

"Os rios vão ser recuperados mesmo, porque não é possível tirar toda a carga poluidora. Mas serão rios com uma boa cor na água, em alguns teremos vida. As pessoas querem que os rios voltem a ser parte da paisagem", diz o secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, para quem será primordial investir em transporte público de massa.

Futuro. Em 30 anos, o governo deveria ainda prover infraestrutura adequada (23%), recuperar a qualidade ambiental (21%) e aproximar moradia e emprego (21%) de quem vive na capital. O SP2040 prevê que um documento seja formalizado para orientar as políticas públicas municipais para que a cidade alcance os objetivos traçados agora. Mas, apesar de a aprovação do planejamento de longo prazo ser de 93%, somente 49% creem que ele se tornará realidade.

Para garantir que o plano seja seguido pelos próximos sete governos municipais, 22 entidades da sociedade civil, como o Movimento Defenda São Paulo, foram convocadas a integrar um conselho consultivo.

"Essa questão (o cumprimento dos objetivos) está muito ligada ao engajamento da sociedade. O monitoramento é o que pode dar respaldo para que um plano de 30 anos se torne realidade e direcione as transformações necessárias", diz Bucalem. "A apropriação do plano pela cidade é fundamental."
 
A pesquisa. A maior parte dos participantes respondeu ao questionário pela internet: foram 12.654 formulários preenchidos. Em seguida, vieram as respostas dadas em tablets distribuídos em pontos fixos da cidade. Também foram ouvidas pessoas em grandes aglomerações, como parques, terminais do Metrô e da CPTM, além de aeroportos e Centros Educacionais Unificados (CEUs).

Por região da cidade, a que teve maior participação de moradores engajados na consulta foi a zona leste, com 29%, seguida pela zonas sul, com 25%, e oeste, com 22%. O perfil da pesquisa indica ainda que das mais de 25 mil pessoas, 43% tinham curso superior completo e 33% eram pós-graduadas. Apenas 1% tinha somente o Ensino Fundamental.


O povo resiste à remoção em São José dos Campos

São Paulo mais cara que Nova York

Como temos destacado muitas vezes aqui, o custo de vida em São Paulo tem se elevado muito. A matéria do jornal O Estado de São Paulo deste domingo ressalta isso (Leia também a segunda matéria), mas dá mais peso à questão cambial. No nosso modo de ver essa é apenas uma causa. O custo de viver em São Paulo é maior também que a maioria das cidades brasileiras e muito se deve à ineficiência da administração pública e à especulação imobiliária.

Custo de vida do Brasil supera o dos EUA

14 de janeiro de 2012

RIO - O custo de vida do Brasil superou o dos Estados Unidos em 2011, quando medido em dólares, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o PIB dos 187 países-membros. Este fato é extremamente anormal para um país emergente. Em uma lista do FMI de 150 países em desenvolvimento, o Brasil é praticamente o único cujo custo de vida supera o americano em 2011, o que significa dizer que é o mais caro em dólares de todo o mundo emergente.

Na verdade, há outros quatro casos semelhantes, mas referentes a São Vicente e Granadinas, um arquipélago minúsculo; Zimbábue, país cheio de distorções, onde a hiperinflação acabou com a moeda nacional; e Emirados Árabes Unidos e Kuwait, de população muito pequena, gigantesca produção de petróleo e renda per capita de país rico.

Considerando economias diversificadas como o Brasil, contam-se nos dedos, desde 1980, os episódios em que qualquer um de mais de cem países emergentes apresentasse, em qualquer ano, um custo de vida (convertido para dólares) superior ao dos Estados Unidos.

Há uma explicação para isso. O preço da maioria dos produtos industriais tende a convergir nos diferentes países, descontadas as tarifas de importação. Isso ocorre porque eles podem ser negociados no mercado internacional, e, caso estejam caros demais em um país, há a possibilidade de importar. Mas a maioria dos serviços, de corte de cabelo a educação e saúde, não fazem parte do comércio exterior. Assim, eles divergem muito em preço entre os países.

Em nações ricas, com salários altos, os serviços geralmente são muito mais caros do que nos emergentes. Isso se explica tanto pelo fato de que a renda maior tende a puxá-los para cima, como pelo fato de que a mão de obra empregada no setor de serviços recebe muito mais e representa um custo maior. Dessa forma, é principalmente o setor de serviços que faz com que o custo de vida seja mais alto no mundo avançado. Na comparação com os Estados Unidos, os países emergentes são quase sempre mais baratos.

É por isso que espanta que o Brasil apareça como mais caro do que os EUA nas tabelas de projeções do PIB de 2011 do FMI. "Essa inversão mostra que as coisas estão fora do padrão, porque a taxa de câmbio está completamente fora do padrão histórico, com uma valorização gigantesca nos últimos anos", diz o economista Armando Castelar, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio.

O custo de vida relativo dos países pode ser derivado da comparação entre as estimativas do FMI para o PIB em dólares correntes e o PIB ajustado pela paridade de poder de compra (PPP). Esse segundo método busca neutralizar - ao se fazer o cálculo do PIB - a diversidade dos preços, convertidos para dólares, dos mesmos produtos em diferentes países.


Serviços pesam mais no bolso em SP do que em NY

Preços de atividades simples, como ir à academia ou almoçar fora, assustam os turistas e também quem trocou os EUA pelo Brasil

14 de janeiro de 2012

NOVA YORK - Um morador de Nova York, ao acordar no domingo para ir à academia Reebok, almoçar um hambúrguer com um vinho chileno Casillero del Diablo no PJ Clarke’s, assistir a um filme no cinema no Lincoln Center, checar os emails no iPad tomando um café, pegar um táxi e encerrar o dia em um show de jazz terá um gasto menor do que um paulista fazendo programas similares em São Paulo.

Andrew Sullivan/

NYTAcademia em Nova York é mais barata que em São Paulo

E isso inclui ir ao mesmo restaurante (PJ Clarke’s, com filial no Itaim), beber o mesmo vinho e frequentar a academia da mesma marca (Reebok). Apenas os gastos com aluguel e anuidade escolar tendem a ser bem maiores em Nova York do que em São Paulo. Porém, em outras partes dos Estados Unidos, depois da crise imobiliária de 2008, mesmo os preços dos imóveis estão muitas vezes abaixo dos do Brasil. Esta diferença fez com que os brasileiros se tornassem a nacionalidade que mais compra apartamentos e casas na Flórida depois dos americanos.

"São Paulo cada vez me assusta mais. Ir a um bom restaurante por lá custa bem mais caro do que aqui em Nova York. Isso se aplica a um bom japonês e até mesmo a churrascarias", afirma o executivo Raphael Quintella, que vive nos Estados Unidos há cinco anos e sempre viaja ao Brasil a trabalho. "Um tempo atrás, fui ao Peter Lugar (um dos mais tradicionais de Nova York) e gastei US$ 70. Este valor já é considerado bem alto nos EUA. Porém outro dia almocei no Rodeio, em São Paulo, com um colega americano de trabalho e a conta saiu US$ 100 por pessoa."

Miguel Archanjo, que se mudou recentemente para São Paulo depois de três anos em Nova York, ficou assustado com os preços nas lojas. "Um óculos de natação da Speedo que comprei nos EUA estava cinco vezes mais caro aqui (em São Paulo)", lembra. O economista também diz que a taxa do cartão de crédito "que eu pagava em um ano em Nova York equivale a um mês no Brasil". Sua mulher, a auditora Carolina, que acabou ter uma filha, cita também diferenças nos preços de carrinhos e cadeiras de bebê. "Não é à toa que muita gente de São Paulo viaja para Nova York para comprar o enxoval." Nos últimos anos, brasileiras têm ido aos Estados Unidos para comprar vestido de noiva.

Transporte. A nutricionista Juliana Castro diz ser difícil comparar as duas cidades em alguns pontos. "Aqui eu ando de metrô e, em São Paulo, usava carro", diz. Ter um cachorro pode ser bem mais barato nos Estados Unidos, quando se leva em conta os preços de produtos para cães. No entanto, os serviços para pets ainda são mais baratos em São Paulo: "No Brasil, gastava R$ 20 para dar um banho na Mel, minha cadela. Em Nova York, custa mais de US$ 50", afirma.

O consultor Paulo Kluber, que vive nos Estados Unidos há 20 anos, viaja ao Brasil quase todos os meses e reclama dos preços para estrangeiros em São Paulo. "Os hotéis, os táxis e mesmo as lembrancinhas nos aeroportos são muito caros."

O professor de linguística Ricardo Gualda voltou a morar no Brasil em 2011, após sete anos nos Estados Unidos e se surpreendeu com a diferença de preços ao mobiliar a casa. Comprou uma mesa e seis cadeiras por R$ 2,4 mil. Segundo ele, um mobiliário igual em Nova York sairia pelo equivalente a R$ 1.000.

Ele lembra que, em 2004, pagou "uma mixaria" pelo carro Mitsubishi Eclipse ano 1994: US$ 1,5 mil. Vendeu pelo mesmo valor em 2008. "O carro era velho, mas estava em bom estado. No Brasil acho que eu compraria um fusca 1970 com esse dinheiro", brinca.

Imóveis. Um apartamento de dois quartos de 100 metros quadrados no Upper West Side, de Nova York, ainda pode sair pelo triplo do preço de um imóvel equivalente em São Paulo (veja tabela ao lado).

Mas o advogado Marcello Hallake, que em 2012 virá morar na capital paulista depois de 19 anos nos Estados Unidos, lembra que os juros americanos são bem mais baixos - é possível financiar uma residência em 30 anos, pagando 3% ao ano. No Brasil, o prazo médio do crédito imobiliário é de 13 anos, com taxa média de 12% ao ano, segundo o Banco Central.

Hallake, que vive entre Nova York e São Paulo, observa que é recente essa alta relativa dos preços no País. "Alguns anos atrás, eu comprava roupas no Brasil, mas agora ficaram muito mais caras. Quase tudo agora é mais vantajoso comprar nos EUA."

A anuidade em uma escola como a Ethical Culture School, em Nova York, sai por R$ 66 mil, o equivalente a R$ 5,5 mil mensais. Em São Paulo, o Colégio Santa Cruz cobrava no ano passado uma mensalidade de até R$ 1.790, segundo uma pesquisa da publicação Guia Escola.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

sábado, 7 de janeiro de 2012

Genéricos Terão Aumento de 15% em São Paulo!

Graças a alteração do sistema de cobrança do ICMS que o Governo de São Paulo fez, os remédios genéricos terão um aumento de 15%, e quem vai sofrer mais com isso vai ser a população de baixa renda!

Leiam a matéria do Portal Terra:

Genéricos devem ter alta de até 15% em São Paulo, diz associação

O preço dos remédios genéricos poderão ter elevação de até 15% no estado de São Paulo. A estimativa é da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos. De acordo com a entidade, o aumento se deve a alteração no sistema de cobrança do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado, que entrou em vigor no começo do ano.Até o final de 2011, o ICMS sobre os medicamentos em São Paulo era calculado com base no valor que o varejista final, as redes de farmácias, pagavam aos distribuidores. 

Agora, a conta é feita a partir do valor máximo, permitido pelo governo, do medicamento. Não houve mudança na alíquota, que continua em 18%.Segundo a associação, os produtos mais afetados serão os mais baratos, consumidos pela população de baixa renda. "Vai haver uma cobrança menor de imposto sobre os produtos mais caros, e vai aumentar a arrecadação sobre o genérico. É uma ação Robin Wood ao contrário", destaca o presidente da associação, Odnir Finotti. 

Em outubro, uma pesquisa da Fundação Procon de São Paulo constatou que os genéricos estavam, em média, 58,47% mais baratos do que os medicamentos de marca. "O genérico continuará sendo vantajoso. A questão é saber se as pessoas que estão comprando os medicamentos vão poder comprar o tanto quanto compravam antes", disse Finotti. 

Em nota, a Secretaria da Fazenda de São Paulo informou que, com a nova norma, ocorrerá uma tributação mais adequada sobre o efetivo preço praticado nas farmácias. "Será possível também impedir a utilização de eventual prática evasiva de subfaturar o preço da indústria, para conseguir menor tributação". 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) destacou que a nova forma de cálculo da base do imposto só se justificaria se fosse seguida da redução da alíquota do imposto. "A utilização de uma base de cálculo mais elevada irá aumentar significativamente a arrecadação e só se justificaria se viesse acompanhada de redução da alíquota nominal para 12%, dispensando a utilização das respectivas tabelas, como já foi feito pelo estado do Paraná", disse em nota. A Anvisa alertou também que o novo cálculo pode impactar no preço dos remédios do Programa Farmácia Popular do governo federal. 

Fonte: Portal Terra

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Transporte Pressiona e Custo de Vida em São Paulo Sobe 6,09% no Ano

O custo de vida na cidade de São Paulo subiu 6,09% em 2011, pressionado principalmente pelo grupo transporte, segundo o ICV (Índice do Custo de Vida) calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e divulgado nesta sexta-feira (6). Em 2010, o indicador fechou o ano com variação de 6,91%. 

No ano, transporte (7,83%) e alimentação (7,56%) foram os grupos que mais pressionaram os preços na cidade. 

A alta no transporte ocorreu nos dois subgrupos em que os gastos estão divididos: coletivo (9,9%) e individual (6,91%). Entre as despesas com bens e serviços, os principais destaques foram aumentos extraordinários apurados para: estacionamento (23,31%), táxi (18,09%), lavagem de veículo (16,90%) e álcool (15,39%). 

Já na alimentação, a elevação de 7,56% ocorreu em decorrência das taxas apuradas nos subgrupos: alimentação fora do domicílio (10,63%) e dos bens da indústria alimentícia (8,01%). 

Outros grupos também tiveram variações significativas, como saúde (6,86%), educação e leitura (5,96%) e despesas pessoais (5,75%). 

Foram verificados aumentos menores e deflação nos seguintes grupos: habitação (4,40%), vestuário (3,16%), despesas diversas (2,29%), recreação (1,10%) e equipamentos domésticos (-2,36%). 

Em dezembro, no entanto, o ICV --que reflete a inflação no município de São Paulo--, desacelerou para 0,5%, ante alta de 0,52% em novembro. 

Em dezembro, os grupos que mais puxaram as altas de preços em dezembro foram alimentação (1,42%, com destaque para produtos in natura e semielaborados e alimentação fora de casa) e habitação (0,14%). 

 *Fonte: Folha.com 

Conheçam o Movimento São Paulo Mais Barata!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Em 100 dias entra em vigor a Política Nacional de Mobilidade Urbana

Brasília – Em cem dias entrará em vigor a Política Nacional de Mobilidade Urbana sancionada pela presidenta Dilma Rousseff e publicada nesta quarta-feira (4) no Diário Oficial da União. A nova lei tem o objetivo de integrar, melhorar e tornar mais acessíveis os diferentes modos de transporte, visando a mobilidade de pessoas e cargas no país.
 
O documento esclarece também direitos dos usuários, como o de ser informado, nos pontos de embarque e desembarque, sobre itinerários, horários, tarifas dos serviços e modos de interação com outros modais. As regras que definem as tarifas a serem cobradas também estão estipuladas.

De acordo com a nova política, os entes federativos poderão fazer uso de instrumentos de gestão, como restrição e controle de acesso e circulação, permanente ou temporário, de veículos motorizados em locais e horários predeterminados. São Paulo, por exemplo, já utiliza o sistema de rodízio de automóveis na tentativa de amenizar os problemas de trânsito.

Prevê também a aplicação de tributos para utilização da infraestrutura urbana, visando a desestimular o uso de “determinados modos e serviços de mobilidade”. Mas garante, no entanto, que os recursos obtidos por esse meio serão aplicados exclusivamente em infraestrutura urbana “destinada ao transporte público coletivo e ao transporte não motorizado”, e no financiamento do subsídio público da tarifa de transporte público.

Aos entes federativos caberá, segundo a lei, estipular padrões de emissão de poluentes para locais e horários determinados, bem como monitorar e controlar as emissões dos gases de efeito local e de efeito estufa, podendo, inclusive, restringir o acesso a vias com índices críticos de poluição.

Poderão ainda dedicar espaço exclusivo nas vias públicas para os serviços de transporte público coletivo e para meios de transporte não motorizados, além de estabelecer políticas para estacionamentos públicos e privados.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Zarattini Destaca Votação dos Royalties do Petróleo na Agenda Política de 2012

Parlamentar petista citou também a discussão do projeto que propõe 
punições severas para empresas corruptoras.

O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) falou ao Portal do PT sobre as expectativas com relação à agenda legislativa para 2012 e destacou algumas matérias importantes que serão votadas pela Câmara, entre elas a decisão sobre os royalties do petróleo e a punição de empresas corruptoras.

Zarattini falou sobre a disputa hoje existente entre os estados produtores de petróleo e os não produtores com relação à camada do pré-sal, assunto que deve dominar o Congresso Nacional. “Existe uma disputa muito grande. Nós vamos analisar este projeto na Câmara, eu vou fazer parte da Comissão Especial, e vamos buscar uma solução que busque pelo menos atender parcialmente a todos os interesses e equilibrar a federação sem maiores conflitos entre os estados”, afirmou.

Segundo ele, a idéia é tomar como base o projeto inicial que foi enviado pelo então presidente Lula que “separava os royalties do petróleo do pós-sal dos royalties do pré-sal”.

O parlamentar petista informou também que irá atuar no relatório do projeto de lei 6826, que pune as empresas corruptoras, enviado à Cãmara pelo governo em fevereiro de 2010 e que agora foi criada uma comissão especial para analisa-lo, da qual ele é o relator. “A questão da corrupção é muito grave no Brasil, mas nós temos que focar também em quem promove essa corrupção,  que são algumas empresas que não têm nenhum escrúpulo em procurar de todas as formas burlar as licitações, burlar a tributação, o fisco e demais fiscalizações. É um projeto que julgamos importante para reduzir a corrupção no Brasil”, enfatizou.

Segundo Zarattini, essas empresas poderão sofrer todos os tipos de penalização, desde multas pesadas sobre o seu faturamento até mesmo a perda de contratos e a perda de concessões. “Vai depender daquilo que ela fizer, da gravidade da sua ação, se é uma ação promovida pela empresa como um todo ou apenas por um agente da empresa. Ela vai sofrer esta punição e terá prejuízos econômicos que serão graves e que irá alertar as demais empresas para que evitem este tipo de comportamento”, afirmou.

(Portal do PT)