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terça-feira, 6 de agosto de 2013

PT quer CPI na Câmara dos Deputados para investigar corrupção no metrô de São Paulo

São Paulo – O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) pediu ontem (5) ao líder do partido na Câmara dos Deputados, José Guimarães, que encabece um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Casa para investigar a prática de cartel denunciada pela empresa Siemens através da delação premiada. O cartel teria promovido um esquema de corrupção que envolve o governo do estado de São Paulo, liderado pelo PSDB, desde a gestão Mário Covas, passando pelas gestões José Serra e Geraldo Alckmin.
A bancada do PT discute hoje (6) quem deve ser o autor do pedido de instalação da CPI. Teixeira se prontificou a apresentar o pedido. Diante da dificuldade de instalação da comissão para investigar o mesmo tema na Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado afirma que, na Câmara, as resistências devem ser vencidas sem dificuldades, já que a sociedade, além de órgãos públicos, pedem esclarecimentos sobre as denúncias.
“Não vai ter como esconder porque já tem procedimento do Ministério Público Estadual e na Polícia Federal. Há uma mobilização da sociedade, dos jovens que pedem esclarecimento do fato. Não terá como segurar este escândalo sem que seja investigado.”
Segundo ele, a investigação deve ser a mais abrangente possível. “Tudo deve ser investigado por todos estes órgãos, para que tenhamos o maior esclarecimento possível e que se recuperem os recursos desviados. Fala-se em R$ 517 milhões. Esse dinheiro daria para construir inúmeras escolas, creches, e até mesmo aumentar o tamanho do metrô.”
Ainda segundo Teixeira, que falou à Rede Brasil Atual, o PSDB tenta desqualificar o caso dando a ele motivação exclusivamente política. “O PSDB está tentando transformar debate numa briga com o Cade, com o governo federal. O que precisa ser feito é ir a fundo na investigação, e não se deixar colocar panos quentes e engavetar denúncias.” O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) é vinculado ao Ministério da Justiça.

Dificuldades da Assembleia

No âmbito estadual, o PT quer a abertura de uma CPI na Assembleia para investigar a responsabilidade ou omissão de agentes públicos e políticos do PSDB relacionados às denúncias de formação de cartel entre empresas para obras e manutenção de equipamentos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
O cartel seria formado pelas empresas Alstom, Bombardier, CAF, Siemens, TTrans e Mitsui, envolvendo superfaturamento nos preços, pagamento de propinas e fraudes em licitações e contratos desde 1997, período de hegemonia do PSDB no Palácio dos Bandeirantes.
A instalação da CPI tem duas barreiras difíceis de transpor. A regimental, que depende do Colégio de Líderes para ser superada, e a política. Com 26 assinaturas já coletadas, o PT teria de conseguir o apoio de mais seis deputados entre os 68 que Alckmin tem a seu favor. A aposta é que as assinaturas que faltariam para viabilizar a CPI sejam de deputados que se sintam constrangidos em não apoiar uma iniciativa cuja demanda tem a ver com as recentes manifestações de rua por transparência e contra a corrupção, um risco alto em ano pré-eleitoral.
O deputado Olímpio Gomes, o Major Olímpio, é um dos 26 que apoiam a CPI, embora seu partido (PDT) seja da base do governador. “O caso é uma das grandes roubalheiras da história e eu não compactuo com ladrão”, justifica. “Está mais do que escancarado que esse cartel se formou desde o governo Covas, passou por Alckmin, Serra, e Alckmin de novo. E não é a oposição que denuncia. Foi a Siemens que veio a público.”

sexta-feira, 26 de julho de 2013

É fato: corrupção tucana no Metrô de SP está escancarada


Há 20 anos, desde Mário Covas e mantido pelos governos de José Serra e Geraldo Alckmin, o esquema envolve volumosas cifras pagas em propinas por aproximadamente 11 transnacionais, além do desvio de dinheiro público das obras do Metrô e da Companhia Paulista de Transportes Metropolitano (CPTM).

A Siemens, que também fazia parte do esquema, revelou que as empresas venciam concorrências com preços superfaturados para a manutenção e a aquisição de trens e para a realização das obras de expansão de linhas férreas tanto da CPTM, quanto do Metrô.

Segundo investigações concluídas na Europa, a teia criminosa também vinculada a paraísos fiscais, teria onerado minimamente, até o momento, 50 milhões de dólares dos cofres públicos paulistas.

Ademais, informações recentes de um inquérito realizado na França apontam que parte da verba movimentada nas fraudes seria para manter a base sólida do esquema no Brasil, formada pelos governadores tucanos, funcionários de alto escalão do governo, autoridades ligadas ao PSBD e diversas empresas de fachada montadas para atuar na trama.

Dessa forma, o financiamento de campanhas eleitorais aos governadores do PSDB foi constante desde o início da fraude na tentativa de manter a homogeneidade do esquema ilícito.

“Não dá para manter uma armação dessas sem uma base, um alicerce que garanta a continuação das falcatruas. Por isso José Serra e Alckmin, que se alteram no poder nos últimos anos, estão intimamente bancados e ligados a essa tramoia”, acusa Simão Pedro, secretário municipal de Serviços.

Um dos executivos da Siemens, que prestou depoimentos ao Ministério Público paulista, confirma as acusações de Simão. “Durante muitos anos, a Siemens vem subordinando políticos, na sua maioria do PSDB e diretores da CPTM”, relata.

Agora, diante de provas contundentes, sobre o que seria um dos maiores crimes de corrupção da história envolvendo o transporte público no Brasil, políticos da oposição, autoridades no assunto e parte dos próprios metroviários questionam no momento a forma como a justiça brasileira vem tratando o caso.

Para eles, o episódio ganhou apenas mais um capítulo com a delação da Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), pois a situação já é investigada e denunciada com vigor desde 2008 por países europeus. Porém, no Brasil, algo parece amarrar o andamento dos 15 processos abertos pelo Ministério Público, só em São Paulo.

Há 20 anos, desde Mário Covas e mantido pelos governos de José Serra e Geraldo Alckmin, o esquema envolve volumosas cifras pagas em propinas por aproximadamente 11 transnacionais. Foto: Goveno SP

Nomes

A transnacional francesa Alstom, a canadense Bombardier, a espanhola CAF e a japonesa Mitsui são algumas das que fazem parte do esquema delatado pela Siemens. Após ganhar uma licitação, essas empresas geralmente subcontratavam uma outra para simular os serviços, e por meio da mesma realizar o pagamento da propina.

Em 2002, no governo de Geraldo Alckmin, a alemã Siemens venceu a disputa para manutenção preventiva de trens da CPTM. Para isso, subcontratou à época a MGE Transportes. A Siemens teria pagado a MGE R$ 2,8 milhões em quatro anos. Desse montante, ao menos R$ 2,1 milhões foram distribuídos a políticos do PSDB e diretores da CPTM.

Diversos nomes foram citados na delação da transnacional alemã que fariam parte da lista de pagamento de propinas das diversas empresas de fachada. São eles: Carlos Freyze David e Décio Tambelli, respectivamente ex-presidente e ex-diretor do Metrô de São Paulo; Luiz Lavorente, ex-diretor de Operações da CPTM; além de Nelson Scaglioni, ex-gerente de manutenção do Metrô paulista. Scaglioni, por exemplo, seria o responsável por controlar “várias licitações como os lucrativos contratos de reforma dos motores de tração do metrô, em que a MGE teria total controle” diz trecho do documento da delação.

No mais, outro ponto do depoimento do executivo da Siemens que vazou à imprensa cita Lavorente como o responsável por receber o dinheiro da propina e fazer o repasse aos políticos do PSDB e partidos aliados.

Silêncio no Tribunal

Se as provas estão às claras, a pergunta que paira no ar é por que a justiça brasileira, sendo previamente avisada por órgãos da justiça internacional europeia sobre casos parecidos que pipocavam, em outros lugares do mundo, envolvendo a Alstom, por exemplo, não tomou as devidas providências e permitiu que novos contratos fossem realizados com o governo paulista.

Em 2010, dois anos após as investigações terem se iniciado também no Brasil, José Serra estabeleceu um contrato de R$ 800 milhões com a Alstom para supostamente resolver o problema da superlotação dos trens do metrô. A alternativa era aumentar a malha ferroviária e modernizar o sistema do metrô nas linhas 1, 2 e 3.

Uma das exigências da Alstom, entretanto, era que os trens da composição fossem reformados pela mesma para que se adequassem ao novo sistema. “O orçamento apresentado pela transnacional francesa ficou mais caro do que se fossem comprar novos trens, mesmo assim Alckmin aceitou e bancou”, diz Paulo Pasim, secretário-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

Com o término da implantação do sistema previsto para 2011, até o momento a empresa não viabilizou o prometido. “A Alstom não tinha as mínimas condições técnicas para realizar o projeto e ganhar a licitação, tanto é que estamos em 2013 e a empresa não conseguiu fazer o que foi prometido”, afirma Pasim.

Diante dos fatos, a reportagem do Brasil de Fato tentou contato com diversos promotores de Justiça para apurar sobre o andamento das investigações já instauradas contra a Alstom. O responsável pela investigação sobre a empresa francesa, o promotor Silvio Marques do Ministério Público Estadual, não quis prestar declarações.

Outros dois promotores foram procurados pela reportagem, Marcelo Mendroni, que investiga as irregularidades da linha 5 do Metrô, e Roberto Bordini. Ambos também preferiram não comentar sobre o assunto. Por fim, o promotor Saad Mazum, que investiga a improbidade administrativa do caso não foi encontrado até o fechamento dessa edição.

“O único lugar que o processo de investigação não foi levado adiante foi no Brasil. Nos outros países o desfecho foi mais rápido”, lamenta Pasim. Na Inglaterra, França e Suíça, as investigações concluíram que a Alstom realizava pagamento de propina para ganhar licitações.

Também foi confirmado que os executivos da transnacional francesa estavam envolvidos em lavagem de dinheiro e fraude na contabilidade da empresa. O deputado federal Ivan Valente (PSOL) também reclama da demora e do silêncio da justiça brasileira frente aos crimes. Ele aponta que desde 2009 vem realizando uma série de denúncias contra as relações de irregularidades envolvendo o PSDB, a Alstom e a Siemens em licitações de obras públicas.

“Até agora esperamos resposta do promotor do processo Silvio Marques, mas sem sucesso”, reclama.

Para Valente, é necessário, diante dessas novas denúncias, cobrar com rigor a Justiça para que todos os envolvidos sejam punidos verdadeiramente. “Não cabe ao Cade ou ao Ministério Público conceder delação premiada a Siemens ou fazer acordo e aplicar multa às transnacionais envolvidas num caso de corrupção milionário como esse. Todos têm que pagar, inclusive Serra e Alckmin”, cobra.

Por que a Siemens delatou?

Ao expor à Justiça os detalhes do cartel formado por diversas transnacionais para avançar sobre licitações públicas envolvendo o metrô de São Paulo e os trens da Companhia Paulista de Transportes Metropolitano (CPTM), a alemã Siemens ficará livre de possíveis processos referentes ao caso.

Para o deputado federal Ivan Valente, não resta dúvida de que a Siemens agiu muito mais em busca de uma situação favorável a ela do que por um sentimento de honestidade ou arrependimento por fazer parte das irregularidades.

“A atitude da Siemens é a tentativa de limpar a barra dela caso a situação viesse a público de outra forma, ainda mais nesse clima anticorrupção que vivemos nas ruas”, pensa o deputado.

Ademais, a Siemens teria a intenção de formar um clima favorável para ganhar futuras licitações públicas no âmbito do transporte público na esteira dos grandes eventos esportivos, Copa do Mundo e Olimpíadas. Não por acaso, as empresas denunciadas pela Siemens: Alstom, Bombardier, CAF e a Mitsu apresentaram projeto para as obras do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, que será licitado em agosto. “Por isso, de olho nos diversos negócios futuros no Brasil, a Siemens não queria se comprometer”, conclui Valente.


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Mobilidade em São Paulo é um 'desastre', herança deixada pelas gestões Serra e Kassab.


São Paulo – No quinto debate de revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo, na noite de ontem (8), os participantes cobraram restrição ao uso do carro, prioridade para o transporte coletivo e inclusão da bicicleta como elemento estrutural e não como modal secundário. Houve consenso de que o plano atual, de 2002, foi desvirtuado para favorecer o transporte individual. O debate ocorreu no Centro Cultural São Paulo, no Paraíso, região central da cidade.
O secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, chegou a chamar de "desastre" a situação da mobilidade na capital. Ele defendeu a racionalização do uso de diferentes modais e investimentos no transporte coletivo.
“Precisamos de mudanças profundas. O foco de investimento deve ser o transporte de massa. A condição de uso do carro hoje tem de ser superada. O plano diretor pode e deve pressionar nesse sentido”, disse Franco.
Já o promotor público Maurício Ribeiro Lopes propôs a radicalização das ações contra o transporte individual. “Hoje o horário de pico em São Paulo é 24 horas por dia. Então o rodizio também deve ser o dia inteiro. É preciso preparar a classe média para usar o transporte público, restringindo o uso do carro. É necessário, inclusive, que a gestão Haddad tenha coragem de enfrentar a questão do pedágio urbano, temos que discuti-la. São necessárias estratégias punitivas para coibir o uso do automóvel”, afirmou Lopes. A necessidade de restrição foi ressaltada por vários outros participantes.
Para o diretor do Departamento de Urbanismo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Anderson Kazuo Nakano, as obras realizadas nos últimos anos não alcançaram os objetivos do plano.
“É muito claro, na análise dos dados, como se desvirtuou a priorização do transporte coletivo. A duplicação da Marginal Tietê, por exemplo, não estava no plano. Custou R$ 2 bilhões e não se pensou em implementar um corredor de ônibus. Esse dinheiro poderia servir à expansão do metrô, mas foi aplicado ao transporte individual”, explica.

Descaso

Os dados apresentados durante o debate mostraram que as gestões de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), entre 2005 e 2010, quase nada investiram em mobilidade. Dos 325 quilômetros de corredores previstos no Plano de 2002, apenas 85 (26%) foram construídos, sendo 71 no governo da petista Marta Suplicy (2001-2004). O próprio plano de mobilidade nunca foi instituído. A gestão Kassab chegou a reservar R$ 15 milhões para elaboração desse plano em 2010, mas nada saiu do papel.
“Isso fez com o que o Plano Diretor ficasse capenga”, aponta Nakano. “O plano reúne diretrizes que não sendo muito genéricas, são fundamentais para dar ruma à cidade, mas as políticas de cada área devem ter um planejamento específico”, completa.
O diretor também pontuou a retomada de uso do transporte coletivo, após 35 anos de queda nas estatísticas (de 1967 a 2002), com a instituição do Bilhete Único. O que também representou a inversão dos índices de uso do carro, que vinham subindo constantemente no período. "O Bilhete Único reduziu o custo e propôs uma integração do sistema que não pode ser ignorada", conclui.

Bicicletas

O diretor-geral da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), Thiago Benicchio, avaliou que o atual Plano Diretor, de 2002, não possui o conceito de mobilidade urbana.
“O plano olhava somente para o trânsito motorizado. As referências à bicicleta são raras e a proposta de construção de 367 quilômetros de ciclovias não saiu do papel”, afirmou. Na opinião de Benicchio, qualquer via poderia ser utilizada por ciclistas, e não somente ciclovias.
A cicloativista Daniela Mattern chamou atenção para a forma como se deram os caminhos para bicicleta na cidade.
“As poucas ciclovias foram pensadas de forma local, como lazer. Não como eixo estrutural que leva grande quantidade de pessoas aos seus empregos, à escola. Esse conceito tem de mudar”, avalia. Ela destacou que a maior parte dos usuários de bicicleta o faz por conta do alto custo da condução no transporte coletivo.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Tucanos de SP esbanjam em publicidade


Sem maior estardalhaço, o jornal Estadão divulgou na semana passada os gastos em publicidade dos governadores tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. Segundo reportagem de Fernando Gallo, feita com base na Lei de Acesso à Informação, de 2003 a 2012 o governo paulista gastou R$ 2,44 bilhões com propaganda. Enquanto a administração direta desembolsou R$ 1,2 bilhão, as cinco principais empresas estatais de São Paulo gastaram R$ 1,24 bilhão – em valores atualizados pela inflação.
“Somados, os gastos com publicidade do governo paulista nesses dez anos somaram, portanto, R$ 2,44 bilhões. No período, o Estado foi governado por Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB. Com o valor gasto em propaganda, seria possível construir mais da metade da segunda fase da linha 5 do metrô, que vai ligar o Largo Treze à Chácara Klabin, ou custear o Instituto do Câncer por sete anos. O valor gasto com publicidade também equivale a 33 vezes o orçamento da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência”.
O Estadão ainda observa que o pico dos gastos ocorreu em 2009, quando Serra e Alckmin já se preparavam para enfrentar as eleições para a presidência e o governo estadual, respectivamente. Neste ano, estatais como Sabesp, Metrô, CPTM, CDHU e Dersa gastaram um total de R$ 340,6 milhões. “O valor é quase igual aos R$ 345,9 milhões que as cinco estatais gastaram em todos os seis anos anteriores, no período 2003-2008 – em 2008, por exemplo, elas despenderam R$ 110 milhões; em 2007, R$ 48 milhões”.
“Em 2009, quando o PSDB articulava a candidatura do então governador Serra a presidente, Metrô e CPTM fizeram fortes campanhas de marketing sobre a expansão de linhas e a compra de novos trens. A Dersa investiu na publicidade do Rodoanel e da Nova Marginal. A Sabesp criou campanhas sobre o projeto Tietê e o uso responsável da água”. O jornalão da famiglia Mesquita, que sempre dá apoio explícito aos tucanos, só não diz que parte desta propaganda foi falsa. Ele também não revela quem recebeu a grana de publicidade! Quanto será que o Estadão embolsou?

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

No SBT, Serra se esquiva de perguntas e Haddad eleva tom contra acusações


São Paulo – José Serra (PSDB) esquivou-se de duas perguntas, e Fernando Haddad (PT) aumentou o tom contra o adversário ao responder acusações sobre o mensalão e o fim da parceria com as Organizações Sociais (OS) na área da saúde. Este é um breve resumo do debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo organizado hoje (24) por SBT e UOL na sede da emissora de televisão. Foi o segundo e penúltimo confronto antes do segundo turno. Os paulistanos vão às urnas dentro de quatro dias.
O candidato tucano deixou de responder diretamente a questões sobre combate a enchentes e construção de moradias populares. Ao formular a pergunta sobre inundações, problema que atinge sobretudo bairros da periferia, o petista disse que Serra ocupou o governo do estado por mais de três anos e “nada fez” para despoluir ou aumentar a calha do rio Tietê, que atravessa a capital de leste a oeste – e costuma transbordar na época das chuvas mais intensas. O ex-ministro da Educação lembrou ainda de reportagens que mostravam que o ex-governador deixou de fazer a limpeza da calha do rio, motivo para enchentes. O candidato do PSDB saiu pela tangente, preferindo rebater um ataque feito minutos antes por Haddad.
“Eu pergunto de enchentes e você vem me falar de um tal de Bilhete Amigão que ninguém sabe o que é?”, rebateu Haddad, que insistiu na questão das enchentes. “Isso você inventou agora porque não tinha projeto para o transporte coletivo.” O candidato tucano respondeu então que há dois anos não existe registro de vítimas fatais devido à ocorrência de inundações na capital; que nos últimos oito anos a gestão municipal despoluiu, em parceria com o governo do estado, mais de cem córregos em São Paulo; e que a prefeitura criou o parque linear da várzea do Tietê justamente para preservar o rio – e evitar que transborde.O petista lembrou que, em entrevista à Rádio CBN, Serra havia defendido a entrada de agentes da Fundação Casa – nome atual da antiga Febem – nas escolas públicas para detectar crianças que podem vir a se transformar em futuros delinquentes. “Onde você estava com a cabeça quando propôs isso?”, ironizou o petista. “Eles vão entrar também nas escolas particulares? Isso é proposta para rico e para pobre? É só para pobre?” O tucano aproveitou a oportunidade para falar de sua proposta para o transporte público: aumentar de três para seis horas o tempo de integração do Bilhete Único e expandir mais o benefício aos fins de semana, que aos domingos tem duração de 8 horas.

Habitação

Outra evasiva de José Serra veio quando o candidato do PT o interpelou sobre os programas habitacionais da gestão PSDB-PSD na administração da capital. Fernando Haddad havia lembrado, logo no começo do debate, que os últimos dois governos paulistanos construíram cerca de 3,5 mil unidades habitacionais por ano – e ressaltou: “São dados oficiais.” O petista comparou o desempenho do rival e de seu sucessor, Gilberto Kassab (PSD), ao das gestões de Luiza Erundina (1989-1992) e Marta Suplicy (2000-2004), ambas do PT, que ergueram, frisou, cerca de 9 mil e 5,5 mil moradias por ano, respectivamente.
Ao invés de responder, José Serra fez uso da palavra para reforçar suas propostas para o ensino técnico na cidade de São Paulo. O tucano lembrou uma ideia que apresentou em 2010, quando foi candidato à presidência da República: o Protec, programa que dará bolsas de estudos a jovens que não conseguirem entrar nas escolas e institutos públicos de ensino profissionalizante, como as Fatecs.
“Vamos aumentar em 100 mil o número de vagas nos cursos técnicos, que são cursos que viram emprego”, reforçou o tucano, que só depois, quando foi novamente provocado por Haddad e teve direito à tréplica, respondeu sobre habitação. “Urbanizamos uma série de favelas e construímos 28 mil unidades em parceria com o governo estadual.” Logo após, o petista fez uma conta matemática: dividiu 28 mil pelos oito anos da gestão Serra-Kassab na prefeitura e chegou ao número inicial: 3,5 mil moradias por ano.

Insanidades

Fernando Haddad foi mais duro do que de costume com seu rival ao responder ataques sobre o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas o tema da corrupção não foi levantado pelo tucano: quem colocou o assunto na roda foram os telespectadores e internautas, que previamente haviam elencado alguns temas a serem tratados pelos candidatos. José Serra aproveitou a chance e acusou o petista de querer “repetir o mensalão em São Paulo”. O ex-ministro da Educação não gostou da alfinetada.
“Teu desrespeito chega às raias da insanidade”, rebateu Haddad. “Trazer mensalão pra cá? Do que você está falando?” O candidato do PT lembrou que não há nenhuma denúncia de corrupção contra ele pelos anos em que ocupou o primeiro escalão do governo federal e administrou um orçamento duas vezes maior que o da cidade de São Paulo. O petista aproveitou para lembrar o caso de Hussain Aref Saab, diretor do Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov) da prefeitura durante a gestão de Gilberto Kassab, acusado de cobrar propina para liberar obras na capital.
José Serra não deixou por menos: “Aref era alto assessor da Marta Suplicy”, destacou, lembrando que a atual administração patrocinou uma investigação contra seu funcionário assim que soube das denúncias movidas pelo Ministério Público. No tempo que lhe restava, o tucano lembrou ainda que Haddad pode até não estar envolvido com o mensalão, mas faz parte do partido que fez o mensalão. “Ninguém governa sozinho.”

Mentira

Outro ataque direto do petista contra insinuações de José Serra ocorreu quando o candidato do PSDB disse que Fernando Haddad, se eleito, acabaria com a parceria que a prefeitura mantém com as chamadas Organizações Sociais (OS) na área da saúde. “No programa do PT consta o fim da parceria com entidades como Santa Marcelina, Sírio Libanês e Albert Einstein”, recordou o tucano. “As OS fizeram no ano passado 50 mil cirurgias. Vou reforçar parceria com elas.” Contudo, Haddad afirmou que foi ele que, como ministro da Educação, autorizou a criação do curso de Medicina nas faculdades Santa Marcelina. “Acha que vou fechar o curso que eu mesmo abri?”, rebateu. “O povo sabe quem mente.”
Fonte: Rede Brasil Atual - http://virou.gr/TIrRy9

Esvaziamento de Serra murcha também o mensalão


Para quem assistiu o Jornal Nacional da última terça-feira, em que 18 minutos foram dedicados ao mensalão, com destaque para as passagens em que Marco Aurélio Mello citou a quadrilha formada pelo “sintomático 13” e Celso de Mello comparou o partido ao PCC e ao Comando Vermelho, era de se esperar que, ontem, a toada seguisse no mesmo ritmo.

Nada disso, o que se viu foram ministros brandos, ponderados, alertando sobre a cautela na fixação de penas (com fez Marco Aurélio) e, na maioria das vezes, seguindo as posições mais equilibradas do revisor Ricardo Lewandowski (com fez Celso de Mello). No noticiário do Jornal Nacional, a reportagem dedicada ao mensalão não citou mais o PT.

E o “clímax” que poderia ter ocorrido ontem, previsto pela coluna Radar de Veja, que seria a definição das penas de José Dirceu e José Genoino, ficará para depois de 5 de novembro (após as eleições, portanto), quando Joaquim Barbosa retornará de um tratamento na coluna na Alemanha.

O freio de arrumação, aparentemente, decorre da impossibilidade de que o julgamento tenha qualquer peso maior na eleição municipal de São Paulo. Segundo dois institutos, Datafolha e Ibope, Fernando Haddad, do PT, já está praticamente eleito. Sua vantagem nos votos válidos é de vinte pontos no Datafolha (60% a 40%) e de 14 no Ibope (57% a 43%).

Isso significa que, por maior que fosse o assopro de grandes telejornais, como o JN, ou dos ministros do Supremo Tribunal Federal com suas frases de efeito, nada seria capaz de impedir a vitória do PT no próximo domingo.

Talvez por isso, tenha sido feita a reflexão entre os ministros da corte, que não gostariam de ser ver acusados de participar de uma manobra eleitoral frustrada.

Ao mesmo tempo, jornalistas políticos deixaram de comentar suas próprias pesquisas. Na Globo, Merval Pereira nada falou sobre o Ibope, ligado à emissora comandada por Ali Kamel, assim como Eliane Cantanhêde não comentou o Datafolha, como sempre fez em suas colunas. Apenas Reinaldo Azevedo publicou um pequeno post onde disse torcer para que as pesquisas estejam erradas.

Não estão. No domingo, Fernando Haddad será eleito prefeito de São Paulo. Os ministros do Supremo Tribunal Federal já sabem disso, assim como os donos e colunistas dos principais meios de comunicação do País.

O balão de José Serra ficou vazio, esvaziando também o mensalão.


Fonte: Linha Direta - http://virou.gr/RY1HI5

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Kassab esconde resultados de avaliação educacional de 2011


Outro resultado que deve aparecer é uma melhora no nono. De acordo ainda com a matéria, os resultados foram considerados inesperados e um consultor externo foi chamado para ajudar a analisar a situação. Ele começou a trabalhar apenas no mês passado e entregará o relatório após as eleições municipais.

Além de não ser possível avaliar a tempo a administração de Kassab, que apoia o tucano José Serra, educadores apontam outro prejuízo: a dificuldade de moldar e monitorar as políticas na área, pois os dados disponíveis já estão defasados.

A Secretaria da Educação afirma que a variação nos resultados ocorreu devido a diferenças metodológicas aplicadas pelas empresas responsáveis pelo exame, escolhidas por licitação (Cespe em 2010 e Avalia em 2011).

A pasta diz que o problema foi no momento de definir a média da rede. E nega que a eleição tenha influenciado. No entanto, não houve qualquer explicação pública sobre o porquê do atraso e ela só foi dada após questionamento à secretaria da reportagem.

"Como não divulgam antes esse problema? Levanta suspeitas. É um desgaste para as avaliações externas", disse o professor da Faculdade de Educação da USP Ocimar Alavarse, que trabalhou na concepção da prova.

Aplicada aos alunos em novembro passado, a edição de 2011 da Prova São Paulo custou cerca de R$ 6 milhões.

O exame foi criado em 2007. Exceto a edição 2011, os resultados foram divulgados entre fevereiro e abril do ano seguinte à aplicação da prova.

"A avaliação já mostra situação passada. Se ainda atrasa, distancia o resultado da realidade", disse a diretora-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz.

Ela afirma que há sistemas educacionais, como o de Toronto (Canadá), que entregam os resultados nove semanas após a aplicação da prova.

Desde março, as escolas municipais tiveram acesso aos resultados individuais, pois não há suspeita de erro nessas notas. O problema é que uma das formas de analisar o desempenho delas é compará-lo com a média da rede -que está sob análise.

O que chamou a atenção da secretaria foi a queda de mais de 10 pontos em português e matemática dos alunos do terceiro e quarto anos (escala de 0 a 500). Eles eram os que mais vinham melhorando, de acordo com a administração pública. Já os do nono melhoraram entre 10 e 13 pontos. E eles vinham piorando até então.


Fonte: Linha Direta PT - http://virou.gr/UDhotr

Em ato da saúde, Haddad diz que não teme debate sobre gestão da saúde


O candidato a prefeito Fernando Haddad (PT) lamentou o clima de “terrorismo” que dominou a campanha de José Serra (PSDB) nesta última semana do segundo turno. Durante o ato de entidades e profissionais de saúde em apoio a Haddad, ocorrido nesta noite de terça (23), o candidato afirmou que vai fiscalizar e debater o que tem prejudicado o funcionamento da saúde pública da cidade, apesar do orçamento ter quadruplicado desde o governo de Marta Suplicy.
“Nós vamos temer o debate público do que funciona e do que não funciona na cidade?” Foi com questionamentos desse tipo que o candidato tratou o que chamou de “onda de boatos” que surgiram na última semana da campanha.
“Por acaso, garantir o controle social para fiscalizar os contratos de gestão da saúde, isso é ideia estapafúrdia, como costumam dizer eles?” disse Haddad, lembrando que o Tribunal de Contas do Município já solicitou que haja fiscalização, controle e transparência sobre os rumos dos 40% do dinheiro da saúde que a Prefeitura entrega aos poderosos hospitais da cidade. “Será que isso ofende alguém? Vamos acompanhar os custos de tudo que é público, privado ou da parceria. Temos que trabalhar diuturnamente para garantir que esses recursos que não são pequenos sejam a garantia dos direitos universais da nossa população”, disse o candidato.

Jogo sujo

Embora Serra negue, as pesquisas eleitorais estão influenciando o clima de sua campanha, que aposta num vale-tudo de ataques ao petista, que não permitem resposta à altura dos ataques. Serra diz que Haddad vai acabar com as parcerias com hospitais privados que gerenciam 237 unidades de saúde. Embora o PT sempre tenha questionado o modelo privatizante proposto pelos tucanos, Haddad é enfático em dizer que não vai romper as parcerias, gerando o caos anunciado por Serra. Em seu programa de governo, por outro lado, a meta é restituir a gestão pública de saúde, embora não detalhe como e quando fazer isso.
Haddad tenta não ficar na defensiva e manter a campanha propositiva nesta reta final em que há pouco tempo para argumentações mais sofisticadas. Mas as distorções simplistas ditas de forma categórica contaminam o debate sobre assuntos complexos como o gerenciamento do sistema de saúde pública por organizações privadas.
Diante de 1200 profissionais, servidores, acadêmicos, militantes e entidades representativas de profissionais e usuários da saúde, Haddad disse que apresentou seu programa de governo no dia 13 de agosto e só agora, ao fim do segundo turno, a campanha adversária resolveu distorcê-lo. “Podiam ter virado e revirado para esclarecer e tirar todo tipo de dúvida, mas chega ao fim do segundo turno e fazem esse terrorismo com o eleitor”, lamentou o petista.
“Com quatro vezes mais recursos do que Marta Suplicy teve e as pessoas dizem que o pior problema da cidade, hoje, é a saúde”, disse o petista. Apesar deste fato, Haddad diz que Kassab e Serra se negam a querer discutir o que precisa ser discutido. “Não vamos ter medo de terrorismo. Vamos dizer o que queremos para a saúde da cidade. Porque quadruplicar o orçamento não resultou em melhoria para a saúde? Vamos voltar a trabalhar com um SUS que sempre sonhamos”, disse Haddad, encerrando seu discurso sob aplausos no auditório da Uninove Vergueiro.

Ideias estapafúrdias

Até então, Haddad apresentava suas propostas para a cidade, mas no evento desta noite, listou a boataria que Serra vem espalhando, revelando a defensiva em que foi colocado. “Imagina um ministro da educação baixar o salário dos professores como estão dizendo”, disse indignado o candidato, considerando que os boatos desta semana chegam às raias do delírio.
“Chegaram a importar um pastor do Rio de Janeiro para me atacar e acabaram dando um tiro no pé de bazuca”, disse Haddad, causando risos, ao mencionar o apoio anunciado de forma agressiva contra o petista pelo pastor Silas Malafaia, explorando o preconceito contra homossexuais. Serra acabou renegando o apoio, enquanto pastores de vários segmentos repudiaram a maneira indigna como o assunto foi conduzido. Cerca de 20 pastores declaram apoio a Haddad, esta semana, e repudiaram os ataques de Malafaia.
Desde o lançamento do programa de governo de Serra, no dia 15 de outubro, em vez de falar de suas propostas, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) disse que o programa de Haddad é “uma antologia de bobagens” e “ideias estapafúrdias”. A campanha de Serra vem seguindo a risca a lista de “bobagens” do senador tucano, como a acusação sobre a parceria com organizações sociais e o respeito ao piso nacional dos professores.
“Dizem que nossas ideias são estapafúrdias, mas quem está propondo vender 25% dos leitos dos hospitais públicos para planos privados de saúde?”, disse Haddad, lembrando que Kassab prometeu três novos hospitais em sua campanha eleitoral, não entregou nenhum, e ainda defende essa proposta da terceira porta nos hospitais públicos. “Para Serra, essa não é uma ideia alucinada, mas um exemplo de seriedade, competência e planejamento pra ele”.
Haddad causou mais risos na plateia ao citar a resposta de Serra a um questionamento feito por um ouvinte da rádio CBN, em São Paulo, sobre o combate à violência e ao consumo de drogas dentro das escolas. “Ontem, o candidato deles barbarizou ao dizer que vai levar a Febem para dentro da escola para monitorar a propensão dos estudantes para o crime”, disse, acrescentando que foi questionado sobre a proposta de Serra: “Tentei ser elegante, perguntando se ele também ia fazer isso nas escolas particulares ou se era só para as crianças pobres”.
No rádio, para todo mundo ouvir, o candidato tucano defendeu a adoção de medidas preventivas que permitam identificar os jovens com “potencial para o crime”. “Vamos combater em parte com prevenção. Temos um programa feito conjuntamente com a fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), antiga Febem, para atuar nos jovens que estão dentro das escolas que ainda não entraram para o mundo do crime, mas que podem ter propensão para isso. Então nós vamos fazer com eles um trabalho preventivo, que é identificar quem tem um potencial para ir para o crime ou para ir para a droga para poder fazer um trabalho de acompanhamento, de monitoramento e ajuda a esses jovens. Não são somente medidas de segurança, são medidas preventivas. Essa é a questão fundamental”, declarou José Serra.
Em meio ao festival de boatarias a que Haddad tenta se defender, ele ainda falou no ato sobre a Rede Hora Certa que consta de seu programa de governo. “Identificamos em Diadema um programa em que o exame e a cirurgia ocorrem no mesmo local, o Quarteirão da Saúde. Aqui vamos fazer algo similar, que é a Rede Hora Certa, porque vai ser espalhado pela cidade”, disse.
Entre os que discursaram estavam a companheira do candidato, Ana Estela Haddad, a coordenadora setorial de Saúde do PT, Francisca Ivoneide, o coordenador do Grupo Técnico de Saúde da campanha, Milton Arruda, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha e a candidata a vice-prefeita Nádia Campeão. Mariane Pinotti foi muito aplaudida ao justificar seu apoio e de Gabriel Chalita (PMDB) a Haddad no segundo turno. Estiveram no palco parlamentares e representantes de entidades representativas da área da saúde, entre outros apoiadores.

Fonte: Spresso SP - http://virou.gr/TzJE0l

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Serra está entregue às togas


O tucano José Serra esgotou seu repertório antes de terminar a campanha.

Seu maior problema nesses dias que restam da disputa em SP é decifra o enigma: o que mais dizer ao eleitor que não o ouviu até agora?
A percepção mais grave é que sua narrativa perdeu significado para o próprio PSDB. Pior: a imensa rejeição que atrai tornou-o um estorvo ambulante para o futuro do partido.

A obsolescência contagiosa prenuncia-se em isolamento. Este se reflete nos recados de pavões partidários, sempre ágeis em se desvencilhar do legado de uma derrota. Sobretudo, quando tende a deixar sequelas na opinião pública simpatizante da legenda.

FHC e Sergio Guerra vazam desapontamento com a condução das coisas em SP. Contabilizam como erro primário a fusão da candidatura com a agenda da intolerância.

O horizonte de uma vitória tucana em SP, associado a um termidor de malafaias, colocou em alerta parcelas da classe média que orbitam em torno do PSDB; adensou a percepção do partido como um agrupamento que age e urdi na base do vale tudo que condena.

Não só. Muitos consideram inábil a sôfrega exploração do julgamento em curso no STF pela campanha em SP.

Serra está distribuindo milhões de adesivos com o slogan ` Diga não ao mensalão`. A panfletagem é uma parceria calculada com o calendário desfrutável do Supremo, que deve culminar esta semana com a deliberação de penas.

É o tour de force que lhe restou nas horas que correm. Pode siginificar um desastrado saque contra o futuro, na avaliação de analistas embarcados na sorte do PSDB.

A mão grande de Serra na cumbuca da Ação Penal 470 dessacraliza um trunfo nacional contra o PT em 2014. Ademais de arguí-lo com uma derrota nas urnas em São Paulo, subtrai ao julgamento um cerimonial de ecumenismo e equidistância que o legitimaria. Cabos eleitorais togados poderão ir além do inexcedível espetáculo político eleitoral que emoldurou certos votos nas condenações decididas nesta 2ª feira?

Serra ignora limites e ponderações. A soberba é o seu ponto forte.

Do alto dela, o ex-governador menosprezou a importancia de uma plataforma consistente para concorrer em SP. Um aggionamento programático de seu perfil teria sido estratégico para suavizar as marcas ainda recentes de um abalroamento triplo, a saber: a) a segunda derrota presidencial em 2010, desta vez para uma adversária que ele próprio definia como `um poste` ; b) o bom governo e a elevada aprovação popular que `o poste` exibe hoje, desautorizando-o como avalista de um desastre que não se consumou; e, ao contrário, c) o desastre executivo de proporções ferroviárias da gestão que bancou como a melhor para São Paulo --a de seu afilhado Gilberto Kassab ,catalisador de um sentimento de rejeição quase unânime na cidade, expresso no desejo de mudança administrativa de 88% da população; sendo este o principal flanco da candidatura tucana.

O raciocínio político tosco é outro traço que os próprios amigos da Unicamp creditam a Serra.

O ferramental rudimentar definiu o teto de sua liderança com um pé direito insuficiente para acomodar todo o PSDB e convencer a sociedade a lhe conceder a delicada tarefa de presidir a Nação.

A falta de grandeza e a moderada argúcia levaram-no ao erro de avaliação que pode selar agora sua despedida da política.

Serra apostou que o manejo do ódio ao petismo, do qual se tornou o maior expoente com a derrocada dos Demos, seria abastecido just in time pela artilharia do STF. A entrega de munição à campanha deste ano culminaria numa apoteose, com a definição das penas em plena boca de urna do 2º turno.

As togas fizeram e fazem a sua parte nessa guerra de politização da justiça e vice versa. Mas o excesso caramelado pelo jogral enjoativo do dispositivo midiático conservador torna qualquer enredo desinteressante; em certa medida, suspeito.

A trama caricata chega ao seu epílogo --deliberadamente associado ao desfecho das eleições-- tropeçando em inconsistências que transpiram mais engajamento do que credibilidade.

É desse paiol molhado que depende a munição dos últimos dias de campanha de Serra.

Por tudo isso, seu futuro político está entregue às togas, muito mais do que o dos petistas que demoniza. Com uma desvantagem robusta nas pesquisas, o recurso reiterativo deve adicionar pouco à insuficiência já acumulada.

Não é inusitado na história que o algoz tenha o destino concebido às suas vítimas; não raro, como alma penada de um ostracismo sem similar. Serra preenche os requisitos para ser um desses vultos capturados pelas suas próprias armadilhas.


Fonte: Linha Direta - http://virou.gr/RTTsg1

Marinistas apoiam Haddad dizendo que Serra representa o Capital Imobiliário


Pela Suntentabilidade e Cidadania, contra o Atraso, apoiamos Haddad.

Somos cidadãos que apoiaram Marina Silva Presidente e Ricardo Young Senador. Acreditamos que o Brasil precisa urgentemente de uma Nova Política, pautada pela Ética, pelo aprofundamento da Democracia e Defesa das Instituições Democráticas, que avance na Defesa da Cidadania Plena, da Justiça Social e na busca incessante da Sustentabilidade.

Queremos que as novas gerações possam viver em um mundo justo e farto.

Constatamos que os últimos 8 anos da gestão Serra/Kassab foram nefastos para a Cidade de São Paulo. O processo de descentralização e democratização da administração retrocedeu. Políticas Públicas voltadas aos direitos do Cidadão, como Saúde, Educação e Inclusão Social, conheceram enorme precarização. Foi sistemática a implementação de ações que privilegiam interesses privados, como a terceirização sem transparência de vários serviços públicos e o favorecimento indisfarçável ao Capital Imobiliário. A candidatura Serra representa a continuidade desse modelo de gestão. Ademais, ao se servir de métodos repugnantes de campanha, reafirma-se como a candidatura do Atraso e da Velha e Viciada Política, contra a qual nos posicionamos enfaticamente.

A todos aqueles que desejam e lutam por uma Cidade e um País mais Justo, Democrático e Sustentável, fazemos aqui um chamamento de luta contra o Atraso! Consideramos que quem se sente parte do processo de recolocação da administração a serviço do Interesse Público, de formulação de propostas para a melhora das condições de vida dos paulistanos de hoje e de amanhã, de promoção de uma Cidadania efetiva e ampla, não vota branco ou nulo. Vota, sim, contra o Atraso. Vota com a esperança de uma Nova Política no país, que passa, no plano restrito da relação eleitoral, tanto pelos compromissos assumidos por candidatos como por nossa disposição a cobrar o seu futuro cumprimento.

Neste segundo turno recomendamos o apoio crítico ao candidato Haddad. Fazemos isso com atenção para o combate à desigualdade social e para a promoção da sustentabilidade ambiental urbana que vão anunciados em seu plano de governo, adendados pela sua adesão formal ao “Programa Cidades Sustentáveis”, compromissos esses que não nos furtaremos em cobrar.

Contra o Atraso, apoiamos Haddad.

Lista inicial de apoios:

Yuri Câmara Batista – Mestrando Administração Pública

Fernando L. B. Vianna – Antropólogo

Haldor Omar – Biólogo

Rose Russolo Losacco – Analista de Marketing

Raphael Malanconi – Graduando FFLCH-USP

Acauã Rodrigues dos Santos – Geógrafo

Gabi Juns – Comunicadora

Pedro Piccolo Contesini – Sociólogo

Carol Thelm – Bacharel em Letras

Majoi Favero Gongora – Antropóloga

Cristiane Fontes – Jornalista

Luis Henrique (Ike) Ferreira – Empresário e Gestor Comunitário

Rodrigo Más – Advogado-Direito Ambiental

Rafael Biscaro – Graduando Gestão de Políticas Públicas-USP

Rodrigo Guim – Ecólogo e Antropólogo

Henrique Moura – Graduando FFLCH-USP

Rivera Lizandro Guianze – Advogado

Samir Mansur – Economista

André Pinto Pacheco – Sociólogo

Giba Azanha – Antropólogo

André Luis Karpinski – Estudante

André Nascimento – Advogado-Direito Constitucional

Jaime Takano – Administrador Público

Carlos Dias Jr. – Antropólogo

Gabriella Contoli – Jornalista

Thais Chueiri

Raul Valle – Advogado-Direito Ambiental

Alexandre Goulart – Economista e Cientista Social

Sandra Mara Ortegosa – Arquiteta, Cientista Social e Ativista


Fonte: Linha Direta - http://virou.gr/S0rrqy

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Datafolha: Haddad tem 60% dos votos válidos; rejeição a Serra sobe para 52%


A dez dias do segundo turno das eleições municipais, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, abriu 17 pontos de vantagem em relação ao seu adversário, o tucano José Serra.
Pesquisa Datafolha finalizada ontem mostra Haddad com 49% das intenções de voto totais contra 32% de Serra. Brancos e nulos somam 10%. Outros 9% dizem que não sabem em quem votar.
Na conta dos votos válidos (sem brancos e nulos), Haddad tem 60%; Serra, 40%.
O levantamento mostra também que a rejeição ao nome de Serra disparou. Na última pesquisa feita pelo Datafolha antes do primeiro turno, nos dias 5 e 6 deste mês, 42% dos eleitores diziam que não votariam em Serra de jeito nenhum. Agora são 52%.
É a primeira vez que mais da metade do eleitorado rejeita o tucano. Desde 1992, só dois candidatos a prefeito de São Paulo chegaram ao final da disputa com um índice superior a este. Em 2008, Paulo Maluf (PP) era rejeitado por 59%. Em 2000, Fernando Collor (PRTB) alcançou 62%.
A pesquisa de ontem mostra que Haddad vence Serra entre os eleitores que votaram em Celso Russomanno (PRB) e Gabriel Chalita (PMDB) no primeiro turno.
No grupo dos que optaram por Russomanno (21,6% dos votos válidos na primeira etapa), o petista ganha do tucano por 53% a 20%. No grupo dos que foram de Chalita (13,6% dos válidos), vence 50% a 26%. Chalita anunciou apoio a Haddad no segundo turno. Russomanno declarou-se neutro.
Para chegar a esses resultados, o Datafolha ouviu 2.098 eleitores ontem e anteontem. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

KASSAB REPROVADO

O alto índice de desaprovação da gestão do atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), ajuda a explicar as dificuldades que estão sendo enfrentadas por Serra.
Hoje, 42% dos eleitores classificaram a administração Kassab como ruim ou péssima. No início de setembro, eram 48%.
Essa queda de seis pontos na reprovação, porém, não representou ganhos de aprovação. Antes, 20% diziam que o trabalho de Kassab era bom ou ótimo. Agora são 19%. O que aumentou foi a avaliação regular (de 29% para 37%).
Convidados a dar uma nota de 0 a 10 a Kassab, os paulistanos deram 4,4, em média, igualando a nota do início de setembro, a pior desde julho de 2007.
Eleito vice em 2004 ainda pelo PFL, Kassab assumiu a prefeitura em 2006 após a renúncia de Serra para disputar o governo do Estado. Em 2008, foi reeleito com apoio do tucano. Agora defende a volta de Serra à prefeitura.
O clima por mudança na cidade fica evidente nas respostas a outra pergunta do Datafolha. O instituto perguntou se os eleitores querem mudança ou manutenção das ações do atual prefeito. Resultado: 88% preferem um novo prefeito com ações diferentes das de Kassab.


Fonte: Folha de São Paulo - 19/10/2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Haddad assina compromisso para cumprir mandato integralmente


São Paulo – O candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, assinou hoje (17), durante entrevista à rádio CBN, documento em que se compromete a cumprir integralmente o mandato, caso eleito no próximo dia 28. Ontem, no mesmo programa, o tucano José Serra não documento de igual teor, alegando tratar-se de uma “palhaçada”.
A iniciativa, nos dois casos, foi do jornalista Gilberto Dimenstein – que há três eleições tem repetido a cobrança aos candidatos. Na primeira, em 2004, Serra chegou a assinar o compromisso, mas ficou apenas um ano e quatro meses na prefeitura, renunciando ao mandato para concorrer ao governo do estado pelo PSDB. Questionado posteriormente sobre a quebra de palavra, argumentou tratar-se de um “papelzinho” que não estava registrado em cartório.
Hoje, o petista foi enfático ao responder a Dimenstein: “Não há nenhuma hipótese (de não cumprir os 4 anos de mandato). Vale minha palavra e a minha assinatura. Acho que a população tem que punir quem mente a respeito de uma coisa como essa. Temos que resgatar a dignidade da política. A palavra deveria bastar”.

'Kit gay' e 'mensalão'

No início da longa entrevista, que durou das 10h às 11h, Haddad foi questionado sobre dois temas ligados à disputa política: a Ação Penal 470, conhecida por processo do “mensalão”, e o projeto de combate à homofobia elabora pelo MEC quando ele era ministro da Educação, batizado genericamente de “kit gay”.
No primeiro caso, disse que as instituições estão funcionando “adequadamente” e que isso seria o aspecto mais importante do julgamento. Ele lembrou que tanto o Procurador Geral da República, que fez a denúncia contra petistas, quanto a maioria dos membros do STF, que a aceitaram, foram indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele cobrou, no entanto, isonomia em relação aos casos envolvendo outros partidos.
“Agora temos o processo contra dirigentes do PSDB, que deu início a toda essa confusão que está sendo chamada de mensalão. Se o STF tratar da mesma maneira todos o casos, a democracia vai sair fortalecida”, afirmou.
No tema do “kit gay” - que ontem provocou violenta reação de Serra contra o jornalista Kennedy Alencar – Haddad foi questionado, pelo mesmo repórter, sobre o vídeo que deveria fazer parte do pacote contra homofobia nas escolas, mas que suspenso devido à repercussão negativa.
Haddad disse que a iniciativa partiu de uma emenda aprovada pelo Congresso Nacional, cuja execução estava sendo cobrada pelo Ministério Público, mas que tanto ele quanto a presidenta Dilma Rousseff decidiram vetar a parte do material que “não estava adequada”. Ele afirmou ainda que o custo total do projeto anti-homofobia foi de R$ 1,3 milhão. Segundo o candidato, a maior parte desse dinheiro foi gasta em seminários com professores universitários e que o custo do vídeo vetado foi “irrisório”.
A apresentadora Fabíola Cidral quis saber se Haddad tinha a intenção de “implantar o kit gay” em São Paulo. O petista respondeu que não precisa implantar porque já existem programas semelhantes tanto na cidade como no governo do Estado. “Já está na rede. O que me causou perplexidade foi eles (os tucanos) negarem, o que acabou desmentido pelos fatos”. Haddad criticou Serra pela maneira como este aborda o assunto. “Ele fez isso com a Dilma (em 2010, em relação ao aborto) e agora está fazendo contra mim”.


Bilhete único, inspeção veicular e Arco do Futuro

No restante do programa, Haddad foi questionado sobre os possíveis pontos fracos das propostas que vem apresentando durante a campanha, entre elas o bilhete único mensal, o fim da taxa de inspeção veicular e o projeto arco do futuro, que prevê isenção de impostos para empresas que gerarem empregos em áreas descentralizadas.
Fabíola quis saber por que a proposta de bilhete único não previa integração com trens e metrô. Haddad respondeu que esses serviços são estaduais e que irá procurar o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para tratar do assunto. “Mas primeiro preciso ganhar a eleição”, ressalvou.
Sobre a inspeção veicular, Fabíola questionou o fato de haver um contrato garantindo à empresa Controlar a exploração do serviço até 2017 – e que, portanto, a promessa do petista poderia ser barrada na justiça.
Haddad lembrou que o contrato é alvo de contestação judicial. “O Ministério Público entrou com uma ação contra o prefeito (Gilberto Kassab) e seu secretário de Meio Ambiente (Eduardo Jorge), dizendo que provocaram prejuízo de mais R$1 bilhão à cidade de São Paulo. Vou me associar ao MP para rever o contrato”. Além disso, segundo Haddad, se a prefeitura não quiser cobrar a taxa de inspeção, “não existe nenhum juiz” que possa obrigá-la a cobrar.
O petista também negou que a isenção de impostos para descentralização de postos de trabalho (projeto Arco do Futuro) vá provocar queda na arrecadação, como sugeriu a apresentadora. “Pelo contrário, teremos aumento de arrecadação”. Isso acontecerá, de acordo com ele, porque a redução do ISS (de 5% para 2%) e a isenção total de IPTU irá atrair de volta a São Paulo empresas que se transferiram para outras cidades devido a benefícios parecidos.
Haddad disse ainda que os contratos com as Organizações Sociais para administração de serviços públicos de saúde irão continuar, mas que a partir de agora os serviços serão fiscalizados – o que não estaria ocorrendo na gestão Kassab. Segundo ele, caso eleito essas OSs também de se adequar à lei do serviço público e contratar pessoal por concurso.  
Fonte: Rede Brasil Atual - http://virou.gr/VbiXjM