sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Russomanno cai e reduz exposição.


Pela primeira vez nesta eleição para a Prefeitura de São Paulo, o candidato do PRB, Celso Russomanno, teve queda real, fora da margem de erro, em sua intenção de voto. Mesmo assim, continua na liderança da disputa municipal, com 30% da preferência, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem. Russomanno caiu cinco pontos percentuais em sete dias, período em que virou alvo preferencial dos adversários na propaganda eleitoral e nos discursos.
O candidato do PRB já tinha oscilado negativamente em pesquisa anterior, de 35% para 32%, mas estava dentro da margem de erro, que era de três pontos percentuais - na sondagem seguinte, ele retornou aos 35%. Desta vez, porém, o recuo foi além da margem de erro de dois pontos percentuais.
O Datafolha também reforçou a briga para disputar o segundo turno. José Serra (PSDB) registrou 22% de intenção de voto, empatado tecnicamente com Fernando Haddad (PT), que tem 18%. Em relação à pesquisa anterior, feita nos dias 18 e 19 de setembro, o petista cresceu três pontos - tinha 15% - e o tucano oscilou um para cima - tinha 21%.
A pesquisa do instituto diverge dos números apurados pelo Ibope de quarta-feira, que mostrou o petista na frente, embora dentro da margem de erro, com 18% a 17%.
Ainda de acordo com o Datafolha, Gabriel Chalita (PMDB) está com 9% e Soninha Francine (PPS), com 4%. Os votos em branco e nulo somam 8%, e 6% dos entrevistados disseram estar indecisos ou não responderam. O instituto também simulou o segundo turno. Russomanno aparece com folga na frente dos principais concorrentes. Contra o petista, vence por 49% a 34%. Na disputa com o tucano, o candidato do PRB aparece com 50%, contra 34% de Serra. No quesito rejeição, Serra oscilou mais um ponto percentual para cima e está com 45%. Dos entrevistados, 24% disseram que não votariam em Haddad e 22% em Russomanno.
Os números do Datafolha acenderam o sinal de alerta no comando da campanha do PRB, que pretende blindar Russomanno até o fim do primeiro turno. Sua equipe tenta evitar derrapadas para não perder a preferência dos eleitores. Até semana passada, a agenda de Russomanno tinha até seis atividades de campanha por dia e agora esse número deve ser reduzido a dois eventos, alguns não divulgados à imprensa.
Na quinta-feira, por exemplo, o candidato do PRB participou da feira Expocristã e, segundo sua assessoria, não comunicou à imprensa para "evitar constrangimentos". Ele está no meio de uma polêmica religiosa, já que os principais dirigentes de seu partido são ligados à Igreja Universal do Reino de Deus, o que tem incomodado a Igreja Católica. Nos últimos dias, Russomanno ainda sofreu constrangimentos ao ser questionado por eleitores sobre seu vínculo com a igreja neopentecostal, por suas votações quando era deputado federal, como a posição em relação à Lei da Ficha Limpa, além do fato do seu plano de governo ser coordenado por um "laranja", que se identifica com nome falso e tem funções secundárias em sua campanha.
Russomanno disse que não queria responder perguntas de jornalistas sobre a questão e depois limitou-se a afirmar que o nome "fantasia" do funcionário foi adotado para preservá-lo de uma eventual perseguição do prefeito Gilberto Kassab (PSD). O comando da campanha do PRB avaliou que foi um erro ter mudado o nome do coordenador, apesar de Russomanno ter dito que essa foi uma estratégia adotada para proteger de perseguição pessoas que trabalham tanto em sua campanha como no governo municipal.
Ao mesmo tempo, Russomanno iniciou uma ofensiva ao PT. Nas inserções veiculadas na televisão, a campanha tem rebatido ataques de Haddad. Em princípio, as críticas estão concentradas no PT, poupando o PSDB.
Serra, por sua vez, intensificou as críticas ao PT ao caminhar pelo comércio da rua José Paulino, no Bom Retiro, zona norte da capital. O tucano acusou o governo federal de adotar uma política "frouxa" no combate às drogas. Como exemplo, citou a falta de fiscalização na fronteira com a Bolívia e a omissão do Ministério da Saúde nos programas de auxílio aos dependentes. Apesar de nacionalizar o discurso, a crítica tem como alvo Haddad e a "linha petista de governar".
Ao longo da caminhada, Serra foi surpreendido ao receber um beijo na boca de uma eleitora. "É a primeira vez, faço campanha há muito tempo, nunca aconteceu isso de me pegar distraído", disse.
Já Haddad visitou a unidade central do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na capital e retomou as críticas ao adversário do PRB pela falta de programa de governo. "Até hoje, passados 30 dias do início do horário eleitoral, ele não se comprometeu com hospitais, pronto-socorro, postos de saúde, corredores de ônibus e escolas". O petista prometeu adotar helicópteros para atendimentos graves na rede pública de saúde. "O aeromédico salvaria muitas vidas a um baixo custo". Segundo Haddad, cada helicóptero custaria R$ 200 mil por mês, com R$ 50 mil pagos pelo governo federal.
À noite, o ex-ministro participou de ato com seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no auditório da universidade UniNove. No evento, Lula afirmou que Serra pratica "jogo rasteiro" ao tentar vincular Haddad ao julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente orientou bolsistas do ProUni e militantes da juventude do PT, presentes ao ato, a se defenderem das críticas.
"Mais uma vez, aquele mesmo senhor que ofendeu a [presidente] Dilma [Rousseff], agora tenta vincular o Fernando Haddad a um julgamento de processo na Suprema Corte. Essas pessoas vocês têm que ter orgulho, não tem que ficar com vergonha, porque no nosso governo as pessoas são julgadas e apuradas, não é como no deles [PSDB]", afirmou. Foi a primeira vez, desde o início do julgamento do mensalão em agosto, que Lula se manifestou sobre o processo, que tem condenado políticos importantes de seu primeiro governo.

Fonte: Valor Econômico - 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Forbes: pobreza diminui no Brasil e aumenta nos EUA


Apesar de fazer companhia, ainda, aos 12 países com maior desigualdade social no mundo, o Brasil avançou no combate às diferenças, e a notícia repercute mundo afora.

Com base em dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na semana passada, a revista norte-americana noticiou que os 10% da força de trabalho do Brasil com renda mais baixa tiveram aumentos salariais superiores aos 90% do restante da força de trabalho, incluindo os ricos.

Entre 2009 e 2011, os salários dos trabalhadores mais pobres do Brasil cresceram 29,2%, enquanto a renda média da força de trabalho no geral cresceu apenas 8,3%. Forbes comparou: assim, “a nossa renda média [dos norte-americanos] está crescendo o quê? Um centavo ou algo assim?”.

A revista citou o comunicado da ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello: "O Brasil está mostrando ao mundo que é possível crescer e incluir, ao mesmo tempo, e que a inclusão dos mais pobres contribui para o crescimento do país”.

Ganho real

Conforme apontou a Forbes, o rendimento médio mensal dos trabalhadores brasileiros teve ganho real de 4,6%, atingindo R$ 1,279. Já o índice Gini, que mede a desigualdade, caiu para 0,501 em 2011 (era 0,535 em 1960), lembrando que quanto mais próximo do zero, melhor a distribuição de renda no país.

Segundo a Forbes os pobres nos Estados Unidos estão ficando ainda mais pobres, enquanto a pobreza do Brasil vem caindo, embora o país ainda tenha um longo caminho a percorrer na luta contra a desigualdade.


Fonte: Linha Direta PT - http://virou.gr/SdpV08

Semana Nacional de Trânsito alerta para necessidade de reduzir acidentes no País


Há dois anos, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou aos países membros a adoção de planos estratégicos para reduzir o número de acidentes de trânsito, morreram no Brasil 42.844 pessoas – número que colocou as rodovias brasileiras entre as mais perigosas do mundo. De acordo com o Ministério da Saúde, 45,7% das vítimas tinha entre 20 e 39 anos (19.580) e mais de 80% eram homens (34.941). 

O Brasil começou a adotar as ações recomendadas pela ONU em 2011 com o lançamento do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes - Pacto pela Vida. 

Neste ano, como parte das comemorações da Semana Nacional de Trânsito (18 a 25 de setembro) e dos 15 anos do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), o governo federal decidiu reforçar as ações do Pacto pela Vida criando um conselho nacional para a redução dos acidentes e uma campanha permanente para conscientizar as pessoas – “Pela Consciência no Trânsito”.

“A campanha é interessante, porque de fato falta conscientização, mas também temos um deficit de fiscalização muito grande nas estradas e nas cidades, além de lacunas na legislação”, afirma o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), autor do Projeto de Lei 2872/08, que, assim como cerca de 80 propostas em tramitação na Câmara, altera o Código de Trânsito.
Punições exemplares
Na semana passada, durante o anúncio da campanha, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo "está fazendo sua parte", aumentando os investimentos em estradas, incluindo a duplicação dos principais eixos rodoviários do País. 

Mas, na opinião da presidente, o Brasil peca ao não punir com o devido rigor aqueles que cometem infrações de trânsito. “Isso é necessário para criar padrões de comportamento onde o bom é respeitar regras e o ruim é violá-las, para que não sejamos cúmplices dessas mortes”, disse Dilma Rousseff durante o anúncio.

Zarattini concorda que a legislação deve ser atualizada para aumentar as penalidades aplicadas nos casos de infrações como "racha", ultrapassagem perigosa, excesso de velocidade, utilização de telefone celular, entre outras. “Nosso projeto pretende fazer uma reforma do código e avança, por exemplo, na questão dos motociclistas, que se tornaram nos últimos anos as principais vítimas dos acidentes de trânsito”, explica.

Pelo projeto de Zarattini, as motos ficarão proibidas de transitar entre as faixas de carros, nos chamados “corredores”, a menos que os carros estejam parados e, nesse caso, em velocidade reduzida, sem colocar em risco a segurança de veículos e pedestres. O texto restaura a proibição que constava do código, mas acabou vetada pela Presidência da República em favor da maior agilidade de deslocamento.Motoqueiros
Em 2010, mais de 10 mil motociclistas morreram no trânsito. Para alguns, as mortes podem ter relação direta com a quantidade de motos em circulação, que aumentou exponencialmente nos últimos anos por causa do baixo preço – algumas são vendidas em prestações mensais de até R$ 100.


Fonte: Câmara dos Deputados - http://virou.gr/ScIfqj

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Desigualdade no Brasil cai ao menor nível, aponta Ipea


O salário dos 10% mais pobres da população brasileira cresceu 91,2% entre 2001 e 2011. O movimento engloba cerca de 23,4 milhões de pessoas saindo da pobreza. Já a renda dos 10% mais ricos aumentou 16,6% no período, de forma que o rendimento dos mais pobres cresceu 550% sobre o rendimento dos mais ricos.

Os dados são do estudo “A década inclusiva”, apresentado nesta terça-feira (25) pelo presidente do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri. O documento usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Não há, na história brasileira estatisticamente documentada desde 1960, nada similar à redução da desigualdade de renda observada desde 2001″, disse Neri. “Assim como a China está para o crescimento econômico, o Brasil está para o crescimento social”, completou.

A diminuição da desigualdade, medida pelo coeficiente de Gini, passou de 0,594 em 2001 para 0,527 em 2011. No índice, quanto mais perto de zero, menor a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres do país. “O Brasil está no ponto mais baixo da desigualdade, embora ela ainda seja muito alta”, ressaltou o presidente do Ipea.

O crescimento dos salários é o principal indicador para a melhoria, aponta o estudo. É o que responde por 58% da diminuição. Em segundo lugar vem os rendimentos previdenciários, com 19% de contribuição, seguido pelo Bolsa Família, com 13%. Os 10% restantes são benefícios de prestação continuada e outras rendas.


Fonte: Linha Direta 

Haddad ultrapassa Serra e é segundo na disputa por São Paulo


Pesquisa encomendada pela TV Globo e divulgada no final da tarde de hoje (25) confirma: Fernando Haddad tem 18% das intenções de voto na disputa pela Prefeitura de São Paulo. A porcentagem coloca o petista à frente de José Serra e no segundo turno ao lado de Celso Russomanno.

Haddad subiu dois pontos percentuais desde a última pesquisa, em 13 de setembro, chegando a 18% das intenções na Capital. Já o eterno candidato tucano oscilou negativamente dois pontos e agora tem 17% dos votos. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

De acordo com a pesquisa Ibope, Celso Russomanno (PRB) continua na liderança, com 34% dos votos – tendo oscilado negativamente um ponto.

Rejeição
Outro ponto importante da pesquisa é a avaliação de rejeição. Nesse José Serra é campeão isolado. O índice do tucano cresceu dois pontos e atinge 40% dos eleitores – pessoas que garantem que não votariam nele de jeito nenhum. A pontuação é um recorde. 

O Ibope entrevistou 1204 pessoas entre os dias 20 e 25 de setembro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

Vox Populi
Em pesquisa semelhante realizada pelo Vox Populi, Haddad e José Serra aparecem tecnicamente empatados na margem de erros. Na avaliação feita entre 19 e 21 de setembro, o petista subiu 3 pontos e está com 17% das intenções de voto. Já o tucano caiu 5 pontos, foi de 22% para 17%. Celso Russomanno se mantem com 34% dos votos entre os eleitores ouvidos.


Fonte: Linha Direta - http://virou.gr/SRfBuC

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Em bairros nobres: Medo da violência dobra na capital


O medo da criminalidade entre os moradores da zona oeste da capital mais que dobrou, entre 2008 e 2012, aponta pesquisa Datafolha realizada em 15 distritos desta região. No levantamento de 2008, 6% dos moradores viam na falta de segurança o principal problema do seu bairro. Neste ano, são 14%.

A a sensação de insegurança afeta bairros nobres como Jardim Paulista, onde a preocupação aumentou cinco vezes (3% para 15%) e Itaim Bibi - ali, triplicou (de 5% para 17%). 
Esse temor coincide com as ondas de arrastões a condomínios e restaurantes ocorridos em 2011 e neste ano. 

Levantamento mostra que 10 de 24 (42%) dos assaltos a restaurantes, entre janeiro e junho passados, ocorreram nos Jardins, Morumbi, Pinheiros e Perdizes. Metade das 17 invasões a condomínios até agosto passado ocorreu na região. 

Os números são parecidos com os de distritos periféricos onde há mais crimes -- no Rio Pequeno, a violência é o principal problema para 23%. 

Zona leste

Preocupados com a violência, 58% dos entrevistados na zona lesta da capital dizem ter algum tipo de proteção em casa, segundo a pesquisa Datafolha. Em 2008, eles eram 55%. 

Na Vila Formosa, cresceu o percentual de moradores que instalaram janelas e portas especiais nos últimos quatro anos. Salto de 20% para 36%. É um dos distritos que apresentam maior crescimento, segundo o levantamento.

Na região de Artur Alvim, a proteção por grade alta passou de 25% para 50%, de acorcom com a pesquisa. Já no Belém, 10% dos moradores diziam tê-las. Agora, são 24%. 

Casos de latrocínios cresceu 55% no Estado

A quantidade de latrocínios, que são os roubos seguidos de morte, cresceu 55% no Estado e dobrou na capital, segundo as estatísticas de julho divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Apesar do grande alarde feito pelo governo com relação à queda nos homicídios, se forem somadas as vítimas de homicídio com as de latrocínio, nota-se que o número é quase o mesmo com relação a julho do ano passado. 

Fazendo a soma sugerida pela especialista, chega-se ao número de 115 mortos na capital em 2011 e 114 neste ano.

Os dados divulgados pela gestão Geraldo Alckmin também mostram aumento em estupro, roubo de banco, veículo, carga e furto de veículo.


Fonte: Linha Direta - http://virou.gr/SPYauB

Saúde: orçamento de Kassab privilegia terceirização e campanha de Serra


São Paulo – Analisada pela reportagem da Rede Brasil Atual, a prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de São Paulo aponta ritmos diferentes na aplicação dos recursos, privilegiando os equipamentos e serviços administrados pelo setor privado. Até 31 de agosto, as Organizações Sociais de Saúde (OSS) que realizam atendimento hospitalar, pronto-socorro e pronto atendimento receberam mais de 90% dos R$ 388.662.488,00 que foram orçados para todo o ano de 2012. Na outra ponta, a operação e a manutenção das unidades de saúde de administração direta recebeu R$ 27.708.049,00, ou 40% dos R$ 72.452.535,00 orçados para o segmento. 
Em ano eleitoral, a gestão de Gilberto Kassab (PSD) tem privilegiado uma de suas armas na propaganda do aliado José Serra (PSDB), candidato à prefeitura. Até 31 de agosto, a “implantação e manutenção de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs)” conta com liquidação de 77% dos R$ 309.874.008,00 orçados inicialmente. A área recebeu uma injeção extra de valores de R$ 61.670.000,00.
A “operação e manutenção do programa Mãe Paulistana”, outro tema frequente na campanha de Serra, quase dobrou de orçamento ao longo do ano. Inicialmente, estavam previstos R$ 22.400.000,00, passando a R$ 40.590.000,00 – até agora foram liquidados R$ 25.105.754,00. Já a Estratégia Saúde da Família recebeu R$ 371.712.739,00 dos R$ 495.195.774,00 orçados para este ano, o que corresponde a 75% do valor total.
De acordo com o coordenador do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Cícero Rodrigues, o problema não é a prefeitura executar toda a verba das OSS, mas deixar de lado outros serviços tão importantes quanto o prestado por essas entidades. “Se o serviço está sendo prestado, então é normal que se gaste todo o dinheiro. O que não pode é privilegiar o que é administrado por OSS em detrimento do restante do sistema”, diz Rodrigues. Para o conselheiro, o que ocorre é um investimento na principal bandeira da gestão saúde da administração Kassab, para que não se notem os problemas.
A área de DST/Aids, que teve orçamento de R$ 15.269.533,00 para este ano, recebeu R$ 3.215.139,00, cerca de 22%. Já a implantação do programa de prevenção à Aids na terceira idade sequer saiu do papel. Há R$ 100 mil destinados a esta ação, mas nada foi aplicado até agora. A operação e a manutenção de vigilância em saúde, que compreende serviços como campanhas de vacinação, teve orçamento de R$ 86.901.500,00, mas executou apenas R$ 14.599.965,00, menos de 17% do total. 
O “apoio à consolidação da participação social no SUS municipal”, onde se inclui o Conselho Municipal de Saúde, tem uma das execuções de orçamento mais lentas. Dos R$ 250 mil destinados a essa ação, somente R$ 46.379,00 foram aplicados.
Rodrigues lembra que até o mês de julho deste ano o CMS não pôde trabalhar plenamente, em virtude da tentativa, por parte da prefeitura, de modificar o sistema eleitoral e de distribuição das vagas do Conselho. “De janeiro a julho os conselheiros tiveram de pagar do próprio bolso a realização de suas atividades, pois não receberam qualquer auxílio financeiro por parte do poder público municipal. Isso prejudicou a fiscalização da sociedade sobre as ações da prefeitura”, explica Rodrigues.
Para a vereadora Juliana Cardoso (PT), a execução do orçamento municipal demonstra a opção da gestão Kassab pela administração privada em detrimento de serviços que são administrados diretamente. “A prefeitura usa isso como justificativa para a terceirização sob alegação de que a administração direta não funciona. Investe mais nas organizações sociais, deixando de lado os atendimentos que ela mesma administra, sucateando os serviços e abrindo um precedente para mais privatização”, diz.
Procurada desde a tarde da última quinta-feira (20), a Secretaria Municipal de Saúde não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre as diferenças encontradas na execução do orçamento de saúde.
Fonte: Rede Brasil Atual - http://virou.gr/VD9Cxt

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Zarattini dá foco ao transporte


O deputado federal Carlos Zarattini (PT) esteve, hoje, em Jundiaí para prestar apoio à candidatura de Pedro Bigardi (PCdoB) para prefeitura. Em passagem pelo Centro da cidade, o petista falou à população no calçadão da rua Barão de Jundiaí, acompanhado de Bigardi e dos candidatos a vereador, Gerson Sartori (PT) e Sérgio Dutra (PT). Entre comentários que teceu sobre o município, Zarattini reforçou a intenção de recursos federais para melhorias no transporte de Jundiaí, caso a coligação do PCdoB/PT vença nestas eleições. "Se não der no primeiro turno, vamos para o segundo e ganharemos a Prefeitura de Jundiaí", disse. 


Para Zarattini, o desenvolvimento de Jundiaí é bastante representativo. "Esta é uma das cidades mais importantes do Estado de São Paulo. Esperamos, agora, ter uma prefeitura mais atuante, em consonância com o desenvolvimento do Brasil", avaliou. Pela afinidade partidária com o governo federal da presidente Dilma Rousseff, o deputado acredita que investimentos da administração nacional serão alinhados à Região. Para Bigardi, no entanto, recursos são bem vindos tanto do Estado quanto do País. "Independente do partido, há muitos investimentos para trazer para ca. Até o momento, o que falta são projetos para aplicar os recursos", disse. 


Ainda segundo Zarattini, a licitação para o projeto do TAV (Trem de alta velocidade), veículo que ligará Campinas, São Paulo (passando por Jundiaí) e Rio de Janeiro deve sair no primeiro semestre de 2013. Também no transporte, segundo o candidato a vereador Gerson Sartori (PT), Zarattini está aliado ao município na possibilidade de instalar o sistema de bilhete único aqui. "Ele que levou esta proposta para São Paulo, como secretário de Transportes", disse. 


Sobre o julgamento do mensalão, o deputado assinou manifesto da base aliada do PT. "Nós queremos que se faça justiça, mas sem que o julgamento seja um fator político, como busca a oposição", contestou.
Fonte: JusBrasil - http://virou.gr/RXP8LW

SP ainda não tem tem plano estadual de educação


São Paulo – O estado de São Paulo está entre as 15 unidades da federação que ainda não apresentaram um plano de políticas públicas para a educação, de acordo a Ação Educativa, que analisou o "Programa Educação: Compromisso de São Paulo", criado no final do ano passado para nortear a política educacional paulista. De acordo com o levantamento, o projeto do governo Alckmin, elaborado sem participação popular, carece de proposta orçamentária e de instrumento de avaliação.
A obrigação de os estados e municípios elaborarem planos com metas decenais na forma de leis foi determinada pelo Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado em 2001 e cujo prazo de vigência se encerrou no ano passado. O próximo PNE, ainda em tramitação no Congresso, prevê que em até dois anos todos os estados e municípios construam ou revisem seus programas atuais  por meio de processos participativos. 
Desde 2003, tramita na Assmbléia Legislativa do estado paulista uma proposta construída pelo Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública. No mesmo ano, o governo havia apresentado um projeto similar aos deputados estaduais, mas o texto foi arquivado a pedido do Executivo em 2009, e nenhuma das duas proposições chegou a ser apreciada. Em 2010, o Executivo teria enviado um novo plano ao Conselho Estadual de Educação de São Paulo. De acordo com a presidenta do conselho, Guiomar de Mello, o órgão espera pela aprovação do PNE para discutir um plano para São Paulo.
Em entrevista ao Observatório da Educação, da Ação Educativa, Guiomar recordou que o "Programa Educação: Compromisso de São Paulo" foi criado por meio de um decreto e não passou por qualquer debate no Legislativo. Guiomar explicou que o programa nada mais é que a política já desenvolvida pela Secretaria. “Não importa se foi criado por decreto ou por portaria. O programa no fundo está rearticulando aquilo que a secretaria já tem. Agora, pode ser desarticulado se mudar a gestão? Pode, mas até a lei pode”, comentou.
Ana Paula Corti, integrante do Instituto Técnico Federal e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, acredita que um programa criado por decreto dificulta o controle público. “Tenho impressão de que faz parte de certa característica geral da Secretaria da Educação, já há alguns anos, de mostrar indisposição em submeter suas ideias programáticas a uma discussão ampla com a sociedade”, disse. Ana Paula afirma que o ideal era ter um plano, de fato, e não um programa. “Programas são marca de governo, então quando a política pública é efetuada por programa, tende a absorver a marca do governo e daquela determinada gestão. No caso de São Paulo, a continuidade do mesmo partido não significou continuidade nas políticas. Foram vários secretários diferentes e cada um procurou dar sua cara aos programas”, comentou.
O "Programa Educação: Compromisso de São Paulo" relaciona entre seus objetivos gerais, colocar até 2030 a rede pública estadual entre as melhores do mundo no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA). Atualmente, o Brasil está na 53ª posição entre 65 países, e São Paulo está atrás de vários estados. 
O programa nasceu com programas já elaborados e, portanto, já orçados. O Observatório da Educação solicitou, com base na Lei de Acesso à Informação, o orçamento detalhado previsto para o programa no ano de 2012. Em sua primeira resposta, enviada em julho deste ano, a secretaria respondeu que o programa “tem todas as suas atividades atendidas por meio das diversas ações orçamentárias já existentes na estrutura programática da pasta, sendo desnecessária a criação de ação orçamentária específica”.
A secretaria declarou que a informação poderia ser encontrada na Lei Orçamentária de 2012. A partir das respostas da secretaria, pode-se concluir que o maior prazo planejado para o programa limita-se a 2013, ou seja, longe do horizonte de 2030 no qual São Paulo deveria estar bem colocada mundialmente.
Os planos de educação pressupõem diagnósticos, metas decenais e participação da sociedade em sua elaboração e monitoramento. Entretanto, o programa do governo do estado é mais restrito, de acordo com Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP e pesquisador na área de avaliação. "Não tem balanço oficial. No estado você tem um governo que é do mesmo partido há muito tempo e não é capaz de apresentar um balanço. Esse programa é limitado, no meu ponto de vista”, disse ele. 
Um diagnóstico foi realizado pela consultoria internacional McKinsey & Company, mas, como o serviço foi doado pela organização da sociedade civil Parceiros da Educação, que reúne empresários voltados à educação pública, o documento não pertence à secretaria. "Contratam uma empresa para avaliar o programa e os resultados ficam trancados a sete chaves", reclamou Alavarse.

Polêmica

A Secretaria Estadual de Educação divulgou nota aos jornalistas que lhe pediram esclarecimentos sobre as informações apuradas pela Ação Educativa, acusando o estudo da organização de ter “caráter indisfarçavelmente eleitoreiro” e apontando supostos equívocos. O texto diz que o "Programa Educação: Compromisso de São Paulo" busca a participação da sociedade civil e valorizar a carreira de professor.
Um trecho da nota diz: “Outra confusão presente nessas críticas ao programa Educação: Compromisso de São Paulo é a compreensão do caráter dessa iniciativa como um mero guarda-chuva dos demais projetos e ações da Secretaria. Na verdade, esse programa visa justamente articular o trabalho da rede estadual de ensino e seu relacionamento com a sociedade civil tendo como seus principais objetivos tornar nosso sistema educacional um dos melhores do mundo até 2030 e, também nesse prazo, fazer com que a carreira de professor seja uma das mais valorizadas por nossos jovens".
A secretaria também informou: "O programa desenvolveu um plano estratégico de longo prazo, não só para guiar as ações da atual gestão nos próximos anos, mas também para lançar as diretrizes a serem seguidas pela rede estadual paulista até 2030. Encaminhamos à Ação Educativa a apresentação do programa Educação – Compromisso de São Paulo que descreve as ações da Política Educacional da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo em resposta à mensagem encaminhada a esta Pasta em 19 de julho de 2012." 
A Ação Educativa lamentou o tom adotado pela secretaria em sua nota e, por sua vez, divulgou que a organização recebeu com entusiasmo a informação de que há, sim, um plano estratégico. “A ausência desse plano é, de fato, o principal questionamento feito pelo Observatório. Mas se esse plano de fato existe, nunca foi divulgado, apesar dos pedidos de informação mencionados. Por isso, convidamos a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo a compartilhá-lo com a sociedade”.
Fonte: Rede Brasil Atual - http://virou.gr/Qu1kHq

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

"Mensalão será um julgamento de exceção", diz Wanderley Guilherme


O mensalão não tem nada de emblemático - ao contrário disso, será um julgamento de exceção. Essas são as palavras do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, para quem os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm construído um discurso paralelo ao longo das sessões que destoa da tradição da Corte. "Nunca mais haverá um julgamento em que se fale sobre flexibilização do uso de provas, sobre transferência do ônus da prova aos réus, não importa o que aconteça", afirma.
As inovações citadas por Santos sustentam sua crença na exceção. Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, autarquia do Ministério da Cultura, o estudioso da democracia e de regimes autoritários é considerado um decano da ciência política no Brasil. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ontem, por telefone, ao Valor:
Valor: Na sua avaliação, o julgamento do mensalão no Supremo tem sido técnico ou político?
Wanderley Guilherme dos Santos: Estou seguro de que até agora, do que tenho acompanhado, os votos finais dos ministros tiveram um fundamento técnico. Eles se referem sempre a pontos do Código Penal, que explicitam quais sejam, e dão as razões pelas quais as evidências apresentadas justificam aquela votação. Comentários paralelos, entretanto, raramente têm tido a ver com esses votos. Alguns ministros têm feito comentários que não têm nenhuma pertinência com o que vem sendo julgado. Temo que isso seja uma preparação para julgamentos e votos que não sejam tão bem fundamentados legalmente, mas sim baseados nas premissas que os juízos paralelos vêm cristalizando no cérebro das pessoas que assistem. Temo que uma condenação dos principais líderes do PT, e do PT como partido, acabe tendo por fundamento não evidências apropriadas, mas o discurso paralelo que vem sendo construído.
Valor: O sr. está falando do uso da teoria do domínio do fato, usada para atribuir responsabilidade penal a um réu que pertence a um grupo criminoso, mas que, por ocupar função hierarquicamente superior, não é o mesmo sujeito que pratica o ato criminoso?
Wanderley Guilherme: Entre outras coisas. Se retomarmos a primeira sessão, quando os ministros estavam decidindo se deveriam fatiar ou não o julgamento, Gilmar Mendes fez uma declaração que muito me assustou. Ele disse que 'o julgamento [do processo do mensalão no Supremo] desmistifica a lenda urbana de que prerrogativa de foro é sinônimo de impunidade' e que isso tinha que acabar. Fiquei assustado. O que é isso? Ele já estava dizendo que, para efeito de demonstrar à opinião pública que ela tem um preconceito sem fundamento em relação ao Supremo, o tribunal vai condenar. Ao longo do processo o ministro Luiz Fux, ao julgar alguns dos réus do processo por gestão temerária, disse que era uma gestão horrorosa. Não existe gestão horrorosa, isso é um comentário que se faz em campo de futebol, não é um comentário de um ministro da Suprema Corte.
Valor: O sr. acha que os ministros estão dizendo, nas entrelinhas do julgamento, que o tribunal condenará alguns réus sem fundamentar essas condenações em provas concretas?
Wanderley Guilherme: Exato, são comentários que às vezes não têm a ver com o que está sendo julgado, mas na hora do voto os ministros votam de acordo com a legislação. É uma espécie de vale-tudo. Esse é meu temor. O que os ministros expuseram até agora é a intimidade do caixa 2 de campanhas eleitorais e o que esse caixa 2 provoca. A questão fundamental é: por que existe o caixa 2? Isso eles se recusam a discutir, como se o que eles estão julgando não fosse algo comum - que pode variar em magnitude, mas que está acontecendo agora, não tenho a menor dúvida. Como se o que eles estão julgando fosse alguma coisa inédita e peculiar, algum projeto maligno.
Valor: O Supremo está destoando da forma como costuma julgar outros processos?
Wanderley Guilherme: Sem dúvida. Esse Supremo tem sido socialmente muito avançado, bastante modernizador, mas ele é politicamente pré-democrático. Primeiro porque os ministros têm uma ojeriza em relação à política profissional, como se eles não fizessem política - fazem o tempo todo. Mas em relação à política profissional eles têm um certo desprezo aristocrático. E quando na política brasileira irrompeu a política popular de mobilização, eles não aceitaram, dão a isso um significado de decadência, degradação.
Valor: Ainda que o caixa 2 de campanhas eleitorais tenha sido o que motivou os demais crimes apontados pela acusação, em nenhum momento o Supremo coloca em julgamento o sistema eleitoral brasileiro?
Wanderley Guilherme: Nossa legislação eleitoral é nebulosa, confusa, inconsistente. Isso está nos jornais todos os dias, cada eleição é um momento de elevado índice de litígios na sociedade. Cada zona eleitoral decide de forma diferente a propósito dos mesmos fatos. É uma legislação que provoca conflitos, que traz uma imprevisibilidade jurídica enorme para o sistema brasileiro. Mas os ministros não querem aceitar isso, não querem aceitar que a Justiça eleitoral é a causadora dos problemas políticos no país.
Valor: Mas na atual fase do julgamento, que envolve o núcleo político, os ministros do Supremo estão citando as coligações entre o PT e outros partidos de diferentes posições ideológicas...
Wanderley Guilherme: Eles acham que não existem coligações entre partidos de orientações diferentes, acham isso uma aberração brasileira, mas não conhecem a democracia. Por isso que eu digo que é pré-democrático, eles têm uma ideia de como a democracia funciona no mundo inteiramente que é inteiramente sem fundamento, acham que a democracia é puramente ideológica. Os sistemas de representação proporcional são governados por coalizões das mais variadas. Não tem nada de criminoso nisso. Mas os ministros consideram que, para haver coligações dessa natureza, só pode haver uma explicação criminosa no Código Penal. Isso é um preconceito.
Valor: Se o Supremo condenar os réus do núcleo político sem fundamentar suas decisões em provas de que houve crimes, mas o fazendo apenas porque partidos de diferentes vertentes de pensamento se coligaram, isso não comprometeria várias instituições brasileiras, a começar pelo próprio sistema político?
Wanderley Guilherme: Comprometeria se esse julgamento fosse emblemático, como sugerem. Na minha opinião, dependendo do final do julgamento, acho que nunca mais vai acontecer. Até os juristas estão espantados com a quantidade de inovações que esse julgamento está propiciando, em vários outros pontos além da teoria do domínio do fato. Nunca vi um julgamento que inovasse em tantas coisas ao mesmo tempo. Duvido que um julgamento como esse aconteça de novo em relação a qualquer outro episódio semelhante.
Valor: O que se tem dito é que a Justiça brasileira vai, enfim, levar políticos corruptos para a cadeia. O sr. está dizendo que isso vai acontecer apenas desta vez?
Wanderley Guilherme: Estão considerando esse julgamento como um julgamento emblemático, mas é justamente o oposto, é um julgamento de exceção. Isso jamais vai acontecer de novo, nunca mais haverá um julgamento em que se fale sobre flexibilização do uso de provas, sobre transferência do ônus da prova aos réus, não importa o que aconteça. Todo mundo pode ficar tranquilo porque não vai acontecer de novo, é um julgamento de exceção.
Valor: Um julgamento de exceção para julgar um partido?
Wanderley Guilherme: Exatamente. O Supremo tem sido socialmente avançado e moderno e é competente, sem dúvida nenhuma, mas é politicamente pré-democrático. Está reagindo a uma circunstância que todos conhecem, que não é única, mas porque se trata de um partido de raízes populares. Está reagindo à democracia em ação - claro que naqueles aspectos em que a democracia é vulnerável, como a corrupção. Mas é um aspecto que não decorre do fato de o partido ser popular, mas da legislação eleitoral, feita pelo Legislativo e pelo Judiciário. Eles são a causa eficiente da face negativa da competição democrática.
Valor: No julgamento da hipótese de compra de votos no Congresso, não discute o próprio sistema político que permite a troca de cargos por apoio político ou a existência de alianças regionais, por exemplo?
Wanderley Guilherme: A votação da reforma tributária não foi unânime, mas vários votos do PSDB e do DEM foram iguais aos dos governistas. Na reforma previdenciária, o PSDB votou unanimemente junto com o governo, na época o PFL também votou quase unanimemente. Isso aconteceu na terça-feira, quando todos os partidos votaram com o governo no Código Florestal - o PT foi o partido com mais votos contrários. É um erro de análise inaceitável pegar a votação de um partido e dizer que o voto foi comprado. Isso é um absurdo. E não é só isso. A legislação é inconsistente no que diz respeito a coligações. Ela favorece a coligação partidária de qualquer número de partidos - todos, se quiserem, podem formar uma coligação eleitoral só. Porém, a lei proíbe que partidos que têm maior capacidade de mobilização financeira transfiram, à luz do dia e por contabilidade clara, recursos para partidos com menor capacidade de mobilização. Então você induz a criação de coligações, mas proíbe o funcionamento delas. Isso favorece o caixa 2, entre outras coisas. Todos os países com eleições proporcionais permitem coligações, do contrário não há governo possível. A coligação entre partidos que não têm a mesma orientação ideológica não é crime.
Valor: Desde o início do julgamento os ministros do Supremo apontam a inexistência de provas técnicas contra a antiga cúpula do PT, afirmando que as provas existentes são basicamente testemunhais
Wanderley Guilherme: O ministro Joaquim Barbosa, em uma de suas inovações, declarou, fora dos autos, que ia desconsiderar vários depoimentos dados em relação ao PT e a alguns dos acusados porque haviam sido emitidos por amigos, colegas de parlamento, mas considerou outros depoimentos. A lei não diz isso, não há fundamento disso em lei. Um ministro diz que vai desconsiderar depoimentos porque são de pessoas conhecidas como amigos, dos réus, mas pinça outros, e ninguém na Corte considera isso uma aberração? Parece-me que o julgamento terminará por ser um julgamento de exceção.
Valor: Isso significa que a jurisprudência que vem sendo criada no caso do mensalão será revertida após o julgamento?
Wanderley Guilherme: Espero que não, porque realmente se isso acontecer vai ser uma página inglória da nossa história.

Fonte: Valor Econômico - http://virou.gr/Uno2zd

Justiça concede direito de resposta a Haddad na propaganda de Serra


O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo concedeu um minuto de direito de resposta ao candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, na propaganda do adversário José Serra (PSDB) no rádio.
A resposta deverá ser veiculada no período da manhã e da tarde. Cabe recurso ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A campanha do PT reclamou de propaganda que foi ao ar no dia 10 de setembro em que Serra diz ter assumido a prefeitura falida em 2005, "só com R$ 16 mil no banco" e que foi uma "herança recebida do PT". A petista Marta Suplicy antecedeu Serra no cargo, mas não foi reeleita em 2004.
A relatora do processo, juíza Diva Malerbi, entendeu que o direito de resposta deve ser concedido, pois a afirmação é "sabidamente inverídica".
Segundo a juíza, o pedido do PT trazia balanço financeiro de 2004 da prefeitura mostrando que não havia apenas esse valor em contra.
A defesa do tucano não comentou a decisão, porque ainda avalia o conteúdo do acórdão.

Fonte: Folha de São Paulo - http://virou.gr/UmZhmJ

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Marco Maia: Lula foi o melhor presidente do Brasil


Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (19), o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), classificou como “equívoco” os recentes ataques desferidos contra o ex-presidente Lula pela revista Veja, na sua última edição. “Um equívoco e uma tentativa de criminalizar o governo dele”, disse. Marco Maia destacou que essas investidas não devem abalar a imagem do “melhor presidente que o Brasil já teve”.

“Se 40 milhões de pessoas ascenderam de classe social, se hoje não devemos nada ao Fundo Monetário Internacional, se hoje temos uma economia que não sofre mais com os percalços das crises internacionais, se temos a taxa de juros mais baixa da nossa história, se temos universidades federais e escolas técnicas chegando aos filhos dos trabalhadores, além de Programas como o Luz Para Todos e o Minha Casa Minha Vida, que leva energia e moradia a milhares de brasileiros, entre outros, tudo se deve a um presidente chamado Luiz Inácio Lula da Silva”, destacou Marco Maia. 

Ainda como exemplo dos avanços obtidos durante o governo Lula, o presidente da Câmara citou a recuperação da indústria naval, praticamente esquecida durante o governo do PSDB. “Com a construção de plataformas de petróleo que antes eram produzidas fora do Brasil, mas que agora são feitas aqui, o país gerou empregos e recuperou o setor naval, e também dinamizou o setor metal mecânico do país”, completou.

O presidente Marco Maia disse ainda que em recente visita ao Rio Grande do Sul recebeu a informação de empresários de supermercados da região metropolitana de Porto Alegre, de que estão sobrando nove mil postos de trabalho no setor. “Esse é o pleno emprego que vivemos no Brasil hoje, graças à atuação do presidente Lula nos oito anos de seu mandato”, concluiu.


Fonte: Linha Direta - http://virou.gr/Ultvqr

Brasil supera meta definida pela ONU para a mortalidade infantil


Atingir a meta estabelecida pela ONU antes do prazo é uma grande vitória brasileira”, diz o ministro Alexandre Padilha, que fez a apresentação durante a 28ª Conferência Sanitária

O Ministério da Saúde (MS) apresentou nessa quarta-feira (19), na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em Washington (EUA), os detalhes do relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), que comprovou que o Brasil já alcançou os índices de redução definidos pelas metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODB) em relação à mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade.

“Atingir a meta estabelecida pela ONU antes do prazo é uma grande vitória brasileira”, diz o ministro Alexandre Padilha, que fez a apresentação durante a 28ª Conferência Sanitária Pan-Americana e da 64ª Sessão do Comitê Regional.

O acordo internacional previa a redução em 2/3 da mortalidade desse público entre 1990 e 2015. O Brasil apresentou redução de 73% das mortes na infância desde 1990. Em 2011, o órgão internacional mostra que o índice brasileiro caiu para 16 mortes a cada mil habitantes. De acordo com Padilha, essa redução se deu com a expansão da Atenção Básica no País, por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), e de ações preconizadas para a melhoria da atenção integral a saúde das crianças. “Mas nós queremos avançar ainda mais. Para isso, temos a Rede Cegonha que vai reforçar a qualidade no pré-natal e também a qualidade na assistência ao parto”, planeja o ministro.

Segundo o MS, foram investidos, desde o ano passado, cerca de R$ 3,3 bilhões na Rede Cegonha, que conta com a adesão de 4.759 municípios brasileiros. A estratégia, que reúne medidas que garantem assistência integral às grávidas e ao bebê, criou 348 leitos neonatais e requalificou mais 86 em 2011. A previsão é habilitar 350 novos leitos neonatais ainda neste ano. Atualmente, o Brasil conta com 3.973 leitos de UTI Neonatal e 2.249 de UTI Pediátrica. Estima-se que 91,5% do total de gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) serão atendidas pelo programa.

Conferência - Ainda durante a Conferência, o MS vai apresentar a estratégia para prevenção e o controle das doenças não transmissíveis e levar a sua experiência brasileira para o plano das Américas.

Durante a conferência, haverá ainda debate sobre o relatório do Grupo de Experts - grupo de especialistas - sobre mecanismos inovadores para pesquisa e desenvolvimento em saúde. O que for acordado nesta reunião irá subsidiar a reunião global prevista para novembro deste ano, em Genebra.

Bolsa família melhora vida das crianças

De acordo com o relatório das Nações Unidas, o Bolsa Família é um fator para a redução da mortalidade infantil, pois toda mãe com crianças de até sete anos de idade beneficiada deve apresentar a carteira vacinal em dia e, caso a mulher esteja gestante, deve ter acompanhamento do pré-natal.

Entre outras políticas citadas está o Programa Nacional de Imunização, que conseguiu que o País eliminasse a ocorrência de diversas doenças. E o Brasil possui a maior e mais complexa rede de Banco de Leite do mundo, que conta com 208 bancos e 109 postos de coleta em todo o País.


Fonte: Linha Direta - http://virou.gr/PDRNvB

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

“Revelações” e Eleições, por Marcos Coimbra

O mais rumoroso evento político da semana passada, a publicação pela revista Veja de uma matéria contendo algumas declarações de Marcos Valério e muitas ilações a respeito do que ainda teria a dizer sobre o “mensalão”, deve ser compreendido em função do momento que vivemos.
No front jurídico imediato, não tem significado. Quem entende do processo que corre no Supremo Tribunal Federal afirma que os votos dos ministros estão escritos e não mudariam porque um dos réus disse isso ou aquilo.
Nem se a questão fosse suscitada por um veículo com credibilidade. Não é o caso dessa revista, que se dedica apenas ao combate ideológico e que se desobriga, por essa razão, de honrar as regras do jornalismo. Para ela, vale tudo.
Não cabe especular sobre o que teria motivado Valério a falar – o que quer que tenha dito. Desinformado é que não está, considerando a qualidade dos advogados com que conta.
Ele sabe que, a esta altura do processo, lançar suspeitas sobre Lula ou outras pessoas só aprofunda seus problemas.
Estamos entrando na hora decisiva do julgamento, quando a “fatia” política será avaliada pelos ministros. É agora que a suposição da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o pretenso esquema de compra de votos de parlamentares - que teria existido entre 2004 e 2005, para aprovar medidas de interesse do governo - começará a ser discutida.
Desde a CPI, essa é a parte mais fantasiosa e frágil das denúncias. Por mais que alguns deputados oposicionistas tivessem tentado ligar pagamentos recebidos por partidos e parlamentares a votações específicas, nenhuma foi identificada com clareza.
A completa falta de sentido do governo pagar integrantes de sua bancada mais fiel para que votassem assim ou assado apenas ressalta a insipiência da hipótese.
Quanto à PGR, ela não conseguiu avançar um milímetro na demonstração dessa vinculação.
Que benefício teria agora Valério estabelecendo-a, ainda que somente com base em declarações não substanciadas? Justo quando serão julgados os políticos acusados? O que ganharia confessando ser parte de uma quadrilha que cometeu um crime grave? Boicotar o trabalho da defesa?

E a revista? O que ganha publicando a “entrevista” agora?
No tocante ao julgamento, nada. O ambiente de pressão sobre os juízes está construído e a matéria não aumenta o risco que correm de ser achincalhados se votarem em desacordo com o que ela deseja.
Isso, eles já entenderam.
Ou seja: para Valério e a revista, dentro da história do julgamento do “mensalão”, ela é inútil (o que não quer dizer que não possa ter relevância nas guerras de longo prazo em que estão engajados - ele, tentando reduzir as provações que o aguardam, ela, na luta contra o “lulopetismo”)
A matéria tem outra razão de ser.
Quem mora fora de São Paulo não entende a importância que a eleição de prefeito assume para quem faz política na cidade. Acham que é fundamental para o Brasil.
Quem não é “serrista” não compreende a dor de ver seu preferido prestes a sofrer uma derrota humilhante. Se agarrando à tênue hipótese de derrotar Fernando Haddad e receber o voto petista para enfrentar Celso Russomano.
Chance remota? Pouca possibilidade? Não importa. O que puderem fazer para que ele ultrapasse Haddad farão.
Não é difícil ver as ligações. José Serra traz o mensalão para sua propaganda eleitoral, na hora em que falham os velhos argumentos (“o mais preparado”, “o líder nas pesquisas”, etc.).
Na semana seguinte, a revista faz matéria bombástica, com capa pronta para a televisão. Que coincidência feliz! Que acaso extraordinário!
Vai dar certo? Pouco provável. Mas é o que têm.

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi



Serra tenta se afastar de Kassab; ambos são recorde de rejeição


O candidato do PSDB à sucessão de Gilberto Kassab (PSD), José Serra, tenta inutilmente se descolar da imagem do atual prefeito, cuja administração é rejeitada por 48% dos eleitores paulistanos de acordo com pesquisa Datafolha. No quesito rejeição, Serra está tecnicamente empatado com Kassab. O tucano é rejeitado por 46% dos eleitores da capital, segundo levantamento do mesmo instituto.

Kassab, que é aliado do tucano, foi eleito vice de Serra em 2004 e assumiu a Prefeitura quando ele deixou o cargo para concorrer ao governo de São Paulo, um ano e três meses depois da posse. O atual prefeito segue a linha política tucana na capital.

Em entrevista nesta terça (18) ao "SPTV", da TV Globo o candidato do continuísmo político na capital paulista afirmou: "O Kassab assumiu porque era meu vice. Completou meu mandato, foi eleito, ganhou por 61% contra 39% da Marta Suplicy [PT]. A partir daí, desenvolveu o seu mandato".

Com as declarações, Serra tenta separar os dois mandatos de Kassab e se desvincular do segundo, que é mal avaliado pelos paulistanos. A avaliação de tucanos é a de que os eleitores veem Serra como o responsável pelo desempenho de Kassab. Por isso, ele tem se esforçado para dar "autonomia" ao segundo mandato do prefeito.

Ainda nesta terça (18), Serra creditou a rejeição a Kassab "ao fato de que ele passou a criar um partido político". "As pessoas identificaram: `Ah, está criando partido, não está preocupado com a cidade`. Eleito pelo DEM, Kassab foi o principal articulador da criação do PSD em 2011.

Durante evento organizado pelo tucanato de SP em apoio à sua candidatura, Serra voltou a afirmar que a avaliação dos moradores da cidade está errada. Ele garantiu que a capital está melhor do que a avaliação que recebe dos paulistanos.


Fonte: Linha Direta - http://virou.gr/S7FCK7

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Dep. Carlos Zarattini (PT-SP) participa da TV Brasil em Debate com tema sobre a Defesa Nacional

A Política de Defesa Nacional voltada, preponderantemente, para ameaças externas, é o documento condicionante de mais alto nível do planejamento de defesa e tem por finalidade estabelecer objetivos e diretrizes para o preparo e o emprego da capacitação nacional, com o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas do Poder Nacional. Quem fala sobre as estratégias de defesa brasileira são os deputados Carlos Zarattini (PT-SP) e Hugo Napoleão (PSD-PI).



Link: Camara dos Deputados - http://virou.gr/Ul1Vwl

Protestos na CPTM revelam colapso no transporte público em São Paulo


São Paulo – A situação caótica envolvendo o transporte na cidade atingiu ontem (17) seu estopim, provocando protestos em uma composição da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na Estação Comendador Ermelino, zona leste da capital. Vagões que apresentaram problemas técnicos foram depredados por passageiros.
Segundo o membro do Conselho Nacional das Cidades Manuel Xavier Lemos Filho, os protestos são resultado do cansaço da população diante do colapso de mobilidade urbana enfrentado diariamente. “As pessoas estão cansadas de não terem condições humanas de se locomover, e isso leva ao desespero e à revolta”, diz em entrevista à Rádio Brasil Atual. Ele explica que este cenário faz com que a população passe a não reconhecer o próprio direito ao transporte público, gerando insatisfações como a de ontem.
É também importante lembrar do viés político que o transporte público adquiriu, ele ressalta. Apesar das promessas, os progressos são cada vez menos visíveis na cidade. “Não há investimentos pesados na ampliação do metrô, na melhoria da CPTM ou no sistema de ônibus”, diz.
Para ele, o transporte continua sendo visto como um comércio, na lógica de lucro.“É uma das tarifas mais caras do mundo. Tem que se pensar na sua redução”.
Por outro lado, as investigações para identificar as causas de problemas técnicos no transporte não estariam sendo levadas à sério em São Paulo.
Carlos Aranha, do grupo de trabalho de mobilidade urbana da Rede Nossa Cidade, ressalta a dependência da população de poucos meios de transporte de massa. “Numa cidade com milhões de habitantes é esperado que no momento em que um sistema não funciona ou atrasa, as pessoas possam contar com alternativas. E isso não existe”, comenta.
A precariedade de trens e metrô atinge principalmente os mais pobres. “O pobre fica sem opção, porque não tem carro, não tem respeito se colocar uma bicicleta na rua e não tem ônibus que vá com rapidez, porque os corredores, quando existem, não funcionam”.
Aranha analisa que os governantes pensam a malha ferroviária e metroviária a curto prazo, somente no período de sua gestão ou no período de oito anos, visando a reeleição, quando o investimento deveria ser de longo prazo. 
“Observamos algumas injeções de recursos milionárias, como na duplicação da Marginal Tietê, que podem ser feitos rapidamente em uma gestão, mas que não alteram a estrutura da mobilidade urbana em São Paulo”, diz.  
Fonte: http://virou.gr/U95EhP

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Para 80% dos paulistanos, trânsito é ruim ou péssimo; situação é pior na zona sul

Pesquisa do Ibope divulgada na manhã desta segunda-feira, 17, revela que o trânsito é considerado "ruim ou péssimo" por 80% dos paulistanos. Na cidade, as pessoas gastam, em média, duas horas e meia no seu deslocamento diário, sejam eles feitos por meios de transporte públicos ou individuais.

A zona sul é a região mais afetada pelos congestionamentos, na percepção dos próprios moradores da área - ali, 82% acham o trânsito "ruim ou péssimo". Para 39% dos entrevistados da região, que é a mais populosa de São Paulo, esse é o maior problema da capital. Ali, o tempo médio gasto no deslocamento diário sobe para 2h40min.


O levantamento foi feito entre 17 e 24 de agosto com 805 pessoas de 16 anos ou mais residentes na cidade. De acordo com a pesquisa, cerca de um terço dos paulistanos gasta uma hora e meia ou mais nos seus deslocamentos só para ir e voltar da sua atividade principal, como trabalho ou estudo.
No ano passado, o trânsito era visto como "ruim" por 22% dos paulistanos. Em 2012, esse índice subiu para 28%. Na categoria "péssimo", a oscilação foi de 37% para 52% no período.
O transporte coletivo foi apontado como problemático por 23% dos entrevistados, ante 22% ano passado. Por sua vez, o trânsito passou de 43% no ano passado para 32%. Nessa categoria, a saúde é apontada por 69% dos paulistanos como o maior problema da cidade, seguida de segurança pública, com 45% das menções, e da educação, com 43%.
Outro dado indica que um número elevado de paulistanos que hoje se locomovem de carro todos os dias ou quase diariamente deixaria de usá-lo se "houvesse uma boa alternativa de transporte". A maioria (65%) afirmou que poderia abandonar o automóvel. "Talvez se tivéssemos um transporte público com qualidade essa disposição fosse maior", diz Márcia Cavallari, diretora do Ibope. Atualmente, mais de 2 milhões de pessoas utilizam carro diariamente ou quase todos os dias na capital.
A ampliação de linhas de metrô e corredores de ônibus é a medida mais pedida pelos entrevistados: 41% deles querem mais desses meios de transporte, ante 34% no ano passado. "Aumentou a percepção de que a saída é o investimento no transporte coletivo", afirma Cavallari.
A pesquisa, em sua sexta edição e com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, foi divulgada em parceria com a Rede Nossa São Paulo na Câmara Municipal, no centro. A ação integra a Semana da Mobilidade na capital, que começou ontem e vai até sábado, 22, quando se celebra o Dia Mundial Sem Carro.
Fonte: Estadão - http://virou.gr/PsQu2v