domingo, 13 de novembro de 2011

Restrições a caminhões vão aumentar o custo de vida em São Paulo

A Prefeitura de São Paulo vai ampliar as restrições aos caminhões na cidade. Uma medida que parece acertada para o senso comum tem custos muito altos para o cidadão. Com as restrições, o transporte de mercadorias de todo o tipo (desde alimentos até matéria prima para a indústria e bens para o comércio) tem que ser realizado em horários noturnos que implicam em mão de obra mais cara e um maior número de veículos, o que também aumenta os custos. O alívio no trânsito é temporário como pudemos observar na Av. Bandeirantes onde já vigora a restrição, mas o aumento nos custos de transporte são permanentes.

Na nossa opinião a Prefeitura deveria organizar um sistema de abastecimento, com novas centrais como o CEAGESP e instituir horários diferenciados para determinadas cargas, escalonando a circulação.


Caminhões só poderão circular 12 horas por dia na Marginal do Tietê

Restrição valerá das 4h às 10h e das 16h às 22h, a partir de 11 de dezembro, e atinge mais 9 vias

10 de novembro de 2011

Bruno Ribeiro e Felipe Frazão - O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO - A Prefeitura anunciou ontem o início da proibição do trânsito de caminhões na Marginal do Tietê e em mais nove vias da cidade (que formam o minianel viário). Será das 4h às 10h e das 16h às 22h, a partir de 11 de dezembro. Mas as multas só começam em janeiro.

Estudada há pelo menos um ano, a medida foi a forma encontrada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de tentar forçar o transporte de cargas a usar o Rodoanel.

A restrição adotada em outubro do ano passado na Marginal do Pinheiros, na Avenida dos Bandeirantes e em outras vias da zona sul também será ampliada em duas horas - passará a ser das 4h às 22h (hoje é das 5h às 21h).

Vias paralelas à Marginal do Tietê, como as Avenidas Marquês de São Vicente e Ermano Marchetti, e outras vias com restrição, como a Avenida Presidente Wilson (paralela à Avenida do Estado), que poderiam ser utilizadas como caminhos alternativos para caminhões, também estarão vetadas para o transporte de carga.

Continuam fora das restrições os Veículos Urbanos de Carga (VUCs) e caminhões que transportam, por exemplo, materiais perecíveis.

A companhia ainda pretende incluir mais vias da zona norte da cidade na lista de locais restritos. A ideia é impedir que os caminhoneiros encontrem outras rotas, a exemplo do que ocorreu na região do Morumbi, na zona sul, quando teve início a proibição na Marginal do Pinheiros.

Por dia, segundo a CET, 75 mil caminhões passam pela Tietê. O secretário municipal dos Transportes, Marcelo Branco, estima que as vias com restrição terão um ganho de 20% na velocidade média. Segundo ele, nos próximos dias terá início a instalação de cerca de 600 placas de trânsito, informando as proibições - e só depois haverá a cobrança de multa para quem furar a proibição. A fiscalização vai ser feita por agentes e radares equipados com Leitores Automáticos de Placas (LAPs).

A proibição na Marginal do Tietê estava atrelada à conclusão das obras de acesso da Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste, à Avenida dos Estados e a Mauá, no ABC - região cujas cidades também anunciaram restrição a caminhões nesta semana. Até o Trecho Leste ficar pronto, em 2013, a Jacu servirá como um "mini Trecho Leste" do Rodoanel, ligando os atuais Trechos Oeste e Sul às Rodovias Ayrton Senna e Dutra.

Proibição em SP elevará inflação no País inteiro, afirma Fiesp

Acréscimo de adicional noturno e gastos com segurança, por exemplo, são alguns dos motivos

10 de novembro de 2011

 Bruno Ribeiro e Felipe Frazão - O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO - Pagamento de adicionais noturnos a empregados (que chegam a até 100% do valor do salário) e custos adicionais para o transporte à noite (como reforço nas equipes de escolta e vigilância). Para o diretor de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Carlos Cavalcanti, a restrição anunciada ontem pela Prefeitura terá impacto direto no custo das mercadorias que circulam pela cidade e, consequentemente, no preço - o que elevará os índices de inflação no País inteiro, diz ele.

"Estamos vivendo uma política de avestruz. Escondemos a cabeça na terra e esperamos os problemas se resolverem", diz.

Os problemas, afirma ele, são a falta de estrutura logística e de transporte público na capital. "Isso é um reflexo da ineficiência de gestão e do escoamento de dinheiro decorrente da corrupção, que paralisa novas obras."

Para Cavalcanti, uma agravante da restrição é o fato de o Rodoanel ainda não estar pronto. "Em Pequim, há três rodoanéis ao redor da cidade. Aqui, ainda está pela metade."

O anúncio da restrição à circulação de caminhões na manhã de ontem também surpreendeu o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), Francisco Pelucio. Ele reprovou a medida e solicitará uma audiência com o prefeito Gilberto Kassab e o secretário municipal de Transportes e presidente da CET, Marcelo Branco.

Francisco Pelucio disse que esteve há 15 dias com Kassab e o prefeito nada comentou sobre a medida. "Não tinha data, não tinha nada. Está faltando respeito com o transporte rodoviário de carga. O poder público está brincado com nosso setor."

Concentração. Para o Setcesp, as empresas de transporte de carga sediadas na zona norte serão as mais prejudicadas. Pelucio diz que grande parte das 7 mil companhias na capital estão em bairros como Casa Verde, Limão, Santana, Vila Maria e Vila Guilherme.

"Restringir a passagem por São Paulo é uma coisa, mas tem as empresas que estão aqui dentro. Tem de ter licença especial. Chegando às 5 horas a São Paulo, onde os caminhões vão ficar parados se não tiverem por onde entrar? É o horário em que mais se roubam veículos".

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