terça-feira, 5 de julho de 2016

Seminário Brasil-Itália: Só processo democrático e relação solidária entre povos superará estagnação econômica

Ao discursar na abertura do seminário internacional sobre as relações bilaterais entre Brasil-Itália, promovido pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e o Grupo Parlamentar Brasil-Itália, o propositor do evento, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) alertou as delegações brasileira e italiana presentes no encontro sobre a necessidade de os países preservarem a democracia.
“Consideramos necessário que desenvolvamos a democracia em todos os aspectos. É preciso ter respeito ao voto. Esse é um debate que não podemos recuar”, afirmou Zarattini, que é presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Itália.
Conforme destacou Zarattini, a Itália sempre foi exemplo para o Brasil em relação ao desenvolvimento político, à formação dos partidos políticos e da participação popular. “O Brasil sempre olhou a Itália como exemplo dessa participação, de organização social e política”, salientou o petista.
Durante o seu pronunciamento Carlos Zarattini afirmou que fez questão de manter o encontro, apesar da conjuntura política em que o Brasil vive em virtude da transitoriedade de um governo provisório que só assumiu o poder a partir de um golpe parlamentar. Para ele, a vinda da delegação italiana ao Brasil foi importante para que se discutir as relações econômicas, culturais e ambientais entre os dois países.
O petista avaliou que a conjuntura mundial passa por momentos difíceis porque os governos não foram capazes de superar a crise econômica que se arrasta desde 2008.

“Haverá uma marginalização econômica, enquanto o capital financeirocontinuar impondo uma política econômica excludente com níveis de concentração de renda elevados. Nós não vamos resolver o problema da crise econômica com medidas autoritárias ou restritivas dos direitos dos povos”, salientou Zarattini, que ainda reiterou que só com o processo democrático e a relação solidária entre os povos “será possível superar a situação de estagnação econômica e de exclusão social. Por isso, encontro como este é importante”.
O embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini também destacou a relevância do evento na agenda de trabalho dos dois países. Disse ainda que o encontro permite troca de experiência e consiste em uma etapa importante para apontar e definir temas prioritários nas relações bilaterais entre os dois países, nas várias áreas de interesse comum.
“Os parlamentos da Itália e do Brasil fazem esse tipo de encontro desde pelo menos 15 anos. Eles levaram colaboração concreta em diferentes áreas. Neste seminário teremos a oportunidade de traçar atividades de cooperação nas áreas econômica, cultural e social. Os argumentos são bastante desafiadores, mas concretos. Tenho certeza de que o seu resultado será concreto também”, disse esperançoso o diplomata italiano.
O diplomata destacou também a amizade que une os dois países. “Falar de amizade histórica entre Itália e Brasil é algo que realmente passa da retórica. Desejo que a parceria entre nossos países seja o espelho dessa amizade que sempre teve como base muito respeito e o anseio de um desenvolvimento com os valores éticos e morais de nossas culturas”, concluiu Antonio Bernardini.
Em seu pronunciamento, a vice-presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Marina Sereni disse que confia na democracia brasileira e que acredita que o Brasil encontrará uma solução para o momento político atual. A parlamentar italiana defendeu o aprofundamento das relações econômicas, culturais e ambientais entre os dois países.
Ela contou ainda que atualmente a Itália passa por reformas parlamentares e a Constituição daquele país passa por revisão. Em outubro, relatou, o cidadão italiano terá a oportunidade de se pronunciar sobre as mudanças constitucionais pretendidas.
Sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, a parlamentar afirmou que “ainda é imprevisível” um diagnóstico preciso sobre o futuro da região.
Benildes Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra

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