quinta-feira, 24 de abril de 2014

Crise da água: omissão de Alckmin pode gerar colapso social e paralisia econômica


O desabastecimento de água extrapola a casa do cidadão, os hospitais e escolas, ele afeta diretamente a indústria e, consequentemente, o emprego e toda a economia paulista. 39% da distribuição das outorgas de captação no Alto Tietê vão para as indústrias

O baixo nível dos reservatórios do sistema Cantareira que ameaça deixar todo o conjunto da Região Metropolitana de São Paulo sem água é reflexo direto da falta de planejamento e investimentos dos seguidos governos do PSDB no Estado.

Esta afirmação é feita a partir da constatação de que os tucanos não realizaram obras apontadas em estudos e Planos Diretores como necessárias para ampliação da produção de água, assim como não tomaram medidas de incentivo ao uso racional e redução de perdas.

Em 2004, após o sistema Cantareira passar pelo seu período mais crítico, até então, quando o nível baixou para 20% - hoje, o nível está em 11% - uma portaria do DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo – determinou que a Sabesp deveria elaborar, no prazo de 12 meses, um Plano de Contingência para ações durante situações de emergência. Passados dez anos, isso nunca foi feito.

O Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, publicado pela Agência Nacional de Águas, também indicou, em 2010, a necessidade de obras de caráter mais imediato, como o reforço do sistema Alto Tietê, aumento do bombeamento para o reservatório Biritiba e implantação de captação no rio Juquiá. Mais uma vez, os tucanos desconsideram e toda a população ficou a mercê da sorte de chover sobre os reservatórios.

O relato destes fatos foi pauta do debate, promovido pela Liderança do PT na Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (23/4), que contou com a presença de representantes de movimentos populares e sindicais e deputados. O assessor de Saneamento da Bancada, Edson Aparecido da Silva, explicou a atual problemática.

Economia do Estado pode ser afetada

“A atual crise da água no Estado extrapola o abastecimento das casas dos cidadãos, dos hospitais, das escolas, ela vai afetar diretamente a indústria e, consequentemente, o emprego e toda a economia paulista”, explicou o especialista ao lembrar que 39% da distribuição das outorgas de captação no Alto Tietê vão para as indústrias.

Neste sentido, o presidente da Cut-SP, Adi dos Santos, falou sobre a importância do movimento sindical debater a crise, já que a indústria tem como um dos principais insumos a água.

Representantes de movimentos populares reafirmam a importância de levar esse debate para o conjunto da população e acabar com a ideia que governo paulista e grande parte da mídia têm apresentado de que a água está acabando porque as pessoas não economizam. 

“A água está acabando porque não foram feitas as obras necessárias”, enfatizou o deputadoJoão Paulo Rillo, líder da Bancada do PT, que disse da necessidade premente do governo Alckmin começar já o racionamento. Mas o que eles têm feito, segundo Rillo, é "tucanar" a questão com os chamados rodízios às escondidas. O líder petista quer trazer o debate sobre a água para a Assembleia, envolvendo os diversos setores da sociedade.


Grande ato em 13 de maio

A Bancada dos deputados do PT e os movimentos sociais decidiram realizar um grande seminário dia 13 de maio, na Assembleia Legislativa, para debater a crise da água. 

A mesma temática será incluída na caminhada do MST – Movimento Sem Terra – que será realizada, em São Paulo, entre os dias 5 e 9 de maio. E no dia 29 de maio, a Cut-SP irá realizar um grande ato, em Guarulhos.

A unificação das ações entre Bancada e movimentos foi um dos encaminhamentos do debate desta quarta-feira; (sv)

Fonte: Imprensa PT Alesp

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