terça-feira, 31 de março de 2015

Artigo: KC-390 e a revolução na indústria de Defesa nacional


Por Carlos Zarattini 


A história da Força Aérea Brasileira (FAB) e da indústria nacional de Defesa ganhou novo capítulo com o primeiro voo do maior avião já projetado no Brasil, o KC-390, realizado nesta semana, na base da Embraer em Gavião Peixoto, interior de São Paulo. A aeronave está sendo desenvolvida e fabricada pela Embraer Defesa e Segurança (EDS) em parceria com FAB, que aportou mais de R$ 4 bilhões ao projeto e possui a propriedade intelectual.  A intenção hoje é que o KC-390 venha substituir as missões do avião C-130 Hércules na frota da Força Aérea.
 O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, nos faz entender com mais exatidão esse projeto ao declarar que o “KC-390 será a espinha dorsal da aviação de transporte da FAB da Amazônia à Antártica e terá um papel fundamental para os mais diversos projetos do Estado brasileiro, da pesquisa científica à manutenção da soberania”.
O KC-390, maior aeronave já fabricada na América Latina, é um dos pilares da Estratégia Nacional de Defesa e sua produção no país; a previsão é que já em 2016 tenhamos 28 unidades do novo modelo de cargueiro; é um importante reforço tecnológico e a estruturação de equipamentos ao Exército, Marinha e Aeronáutica, compõem projetos que reforçam a cadeia produtiva da indústria de defesa. Um produto que já nasce, pela primeira vez na história da indústria nacional, com possibilidades concretas de ser exportado. 
Recentemente, a FAB assinou contrato com a SAAB para aquisição de 36 caças Gripen NG e inauguramos em Itaguaí, no Rio de Janeiro, o estaleiro para a construção de cinco submarinos brasileiros, com prospecção nuclear, projeto com investimentos de R$ 28 bilhões. Outro grande progresso foi a implementação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, o Sisfron. Esse sistema vem garantindo tecnologia de informação e ocupação das áreas de fronteira, fundamental para impedir não apenas a integridade territorial do Brasil, mas também para combater o narcotráfico, a criminalidade de modo geral e inclusive a preservação do meio ambiente nacional em áreas tão importantes como a Amazônia e o Pantanal.
Os atuais acontecimentos demonstram que o Brasil vive hoje um novo momento nas Forças Armadas, na defesa brasileira como um todo, porque nós passamos a construir um projeto de defesa que é muito mais do que uma somatória de ações, como vinha sendo feito anteriormente, é um projeto robusto que busca atuações em prol de fortalecer uma política nacional de defesa e nos inclui no seleto grupo de países que possuem produtos no mercado de defesa.
Esse cenário reafirma que nosso projeto de desenvolvimento científico, tecnológico e industrial na área de Defesa Nacional está sendo capaz de fazer com que o nosso país evolua tanto do ponto de vista do conhecimento, dos meios de defesa como do ponto de vista de garantir autonomia brasileira. É isso está sendo colocado em prática, com investimentos e visão estratégica. Muito se avançou na Estratégia de Defesa Nacional.  
O Brasil que estamos construindo, superando conflitos do passado e as dificuldades que surgem a todo o momento, é um país comprometido com a recuperação da capacidade operacional das Forças Armadas, a implementação de uma Estratégia Nacional de Defesa.
E, nós, aqui no Parlamento, estamos trabalhando para acompanhar as ações políticas, legislativas e orçamentárias necessárias para o seguimento desse projeto vitorioso, centrado no desenvolvimento e proteção do nosso povo brasileiro.



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