sexta-feira, 13 de julho de 2012

Governo mais popular no segundo semestre, por Murillo de Aragão

Para quem gosta do governo, boas notícias. Para aqueles que destilam recalques e ódios contra o governo, péssimas notícias. Para o observador atento e sereno, uma situação peculiar.

Tendo como base as pesquisas realizadas pelo instituto Ibope, a Arko Advice realizou um levantamento para avaliar a popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) no primeiro semestre.

Constatou-se que a avaliação positiva do governo apresenta uma tendência de alta. Entre março e junho deste ano, períodos em que o Ibope realizou sondagens, a avaliação “ótimo/bom” do governo Dilma subiu de 56% para 59%; “regular” caiu de 34% para 32%; e “ruim/péssimo” manteve-se em 8%.

É importante mencionar também que, entre março e julho de 2011, a avaliação positiva do governo Dilma Rousseff apresentava uma tendência de queda. Nesse período, o Ibope apontou redução de oito pontos percentuais (56% para 48%) no índice “bom/ótimo” e aumento de sete pontos (5% para 12%) nos percentuais “ruim/péssimo”.

Conforme podemos observar, após 11 meses Dilma conseguiu reverter a tendência de queda na avaliação positiva de seu governo. Mais do que isso, recuperou e superou os índices positivos de março do ano passado.

Comparando apenas julho de 2011 com junho de 2012, a aprovação do governo saltou de 48% para 59% (11 pontos percentuais a mais).

Outro dado importante a ser mencionado é que desde setembro do ano passado a aprovação do governo vem aumentando. Nesse período, os índices “ótimo/bom” saltaram de 51% para 59%, ou seja, oito pontos percentuais a mais.

A expectativa em relação ao restante do governo Dilma Rousseff também apresenta uma curva ascendente. Nas pesquisas realizadas pelo Ibope entre março e junho deste ano, o índice “ótimo/bom” subiu de 58% para 61%, índice muito similar ao registrado em dezembro de 2010 (62%).

Embora os 61% verificados em junho sejam inferiores aos 68% apresentados em março de 2011, a expectativa positiva em relação ao governo indica uma curva ascendente desde setembro de 2011. Desse mês até agora, o índice “ótimo/bom” cresceu de 56% para 61% (cinco pontos percentuais). No mesmo período, a avaliação “ruim/péssima” oscilou, negativamente, de 7% para 5%.

A avaliação sobre a maneira como a presidente governa também registra uma curva ascendente. Entre maio e junho, o índice de aprovação manteve-se em 77%. É importante destacar que esse percentual cresce desde setembro do ano passado, quando registrou 71%, chegando a 72% em dezembro de 2011 e a 77% em março de 2012.

Por outro lado, a desaprovação à forma como Dilma governa vem caindo desde julho do ano passado, quando o percentual era de 25%. Na última sondagem, realizada em junho deste ano, o índice baixou para 18%.

A confiança da população na presidente Dilma também segue a trajetória de alta. De julho de 2011 a junho de 2012, cresceu de 65% para 72% (sete pontos percentuais). Por outro lado, no mesmo período, o percentual dos que não confiam na presidente caiu quatro pontos (29%para 25%).

Os resultados indicam que Dilma paira acima dos problemas políticos e econômicos. Nem as confusões de relacionamento entre aliados nem a CPI do Cachoeira poluem sua avaliação. O desempenho econômico pífio do primeiro semestre tampouco afetou Dilma.

O mais relevante é que o crescimento de sua popularidade se deu em condições discretamente adversas. Com a melhora do ambiente econômico no segundo semestre, a tendência positiva deve se consolidar.

Resta saber se a sua popularidade pode influir significativamente nas eleições municipais. Acreditamos que sua influência será relevante em alguns colégios eleitorais importantes e pode, por exemplo, alavancar o desempenho dos candidatos aliados no Rio, São Paulo e BH.



Murillo de Aragão é cientista político



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