quarta-feira, 10 de outubro de 2012

São Paulo vive uma guerra e só o governador finge que não vê


O noticiário sobre o 1º e o 2º turno da eleição, mais o do julgamento no Supremo Tribunal Federal(STF) ocupa todos os espaços na mídia e relegou a pouco destaque a guerra que se trava em São Paulo, responsável por quase três dezenas de assassinatos de policiais e de suspeitos entre a semana passada e até o meio desta na Região Metropolitana da Capital e na Baixada Santista..

Confrontam-se, ao que tudo indica, organizações criminosas e facções policiais que também descambaram para o crime, ou as duas partes estão aproveitando a guerra para vinganças e acerto de contas. Ao que tudo indica, eu afirmo, porque conclusões das investigações policiais, as certezas sobre o que realmente acontece nós não temos até agora.

A polícia não as divulga e o governo tucano paulista do Estado também não. Geraldo Alckmin, pela 3ª vez governador do Estado, pouco fala a respeito. Não se julga com satisfações a dar a população. Quando as dá, como ontem, por exemplo, entra rapidamente em seu mundo de fantasia, minimizando a escalada da violência - que pelas palavras dele, nem ocorre - e afirmando que o crime é combatido todos os dias.

Pode estar sendo, mas não de forma eficaz. Alckmin falou ontem a respeito, mas já na segunda ou 3ª ou 3ª declaração, pôs a culpa pela situação no governo federal que não é o responsável pela segurança pública nos Estados e nem é o comandante das polícias estaduais.O governador queixou-se de fronteiras desguarnecidas (de responsabilidade do governo federal, frisou) onde imperam o tráfico e a entrada de armas.

À população restam o medo, a insegurança e a violência

O Ministério da Justiça, responsável pelas polícias Federal e de fronteiras rebateu a acusação do governador até com números de prisões e quantidade de armas e droga apreendidas. Enquanto o governador se esquiva de sua responsabilidade, e até de reconhecer a guerra, à população restam a insegurança, o medo e o obrigatório convívio diário com esta violência.

A continuar assim, sem uma política de segurança pública definida e corajosamente executada, São Paulo pode se tornar um Estado sem lei. Não adianta o governador fingir que o problema não existe, ou seu governo dourar a pílula com hipóteses cínicas como acerto de contas entre quadrilhas,a tese exposta pelo comandante da PM.

Esta hipótese de guerra entre quadrilhas - entre as do crime organizado e as que se constituíram em quadrilhas também dentro das polícias - que o comandante da PM não descarta, é a mais plausível pelo que se tem levantado. Mais a imprensa, aliás, do que a pópria polícia e sua Inteligência.

Situação chegou a um ponto impensável numa democracia

Há indícios e fortes suspeitas de há setores na PM, eu espero que sem o conhecimento e consentimento do comando das forças policiais e do governo do Estado, fazendo justiça pelas próprias mãos. Algo impensável numa democracia. algo nessa linha já ocorreu quando dos Crimes de Maio, em 2006, quando confrontos semelhantes provocaram a morte de mais de 400 pessoas no Estado. Em 71 destes crimes apurou-se que havia a participação de policiais, segundo suas próprias invesitgações.
Fora o fato de que isso além de absurdo, não funciona e não diminui a criminalidade e nem a violência do crime organizado. Pelo contrário, as décadas de esquadrões da morte e da política de que bandido bom é bandido morto - muito propagada durante a ditadura militar e em governos de direita - já nos ensinaram como essa máxima é falaciosa e enganadora e só nos leva a mais babárie.

O melhor que fará o governo paulista é seguir o exemplo do Rio, adotar, dentre outras providências Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e recriar a politica de segurança publica de São Paulo. Dotar o Estado de uma política de segurança pública, o que ele não tem até agora neste governo.


Fonte: Linha Direta - http://virou.gr/W2whEH

Nenhum comentário:

Postar um comentário